Capítulo 5 - Ingrid

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https://youtu.be/398Ol7Q7Tds - Para maior compreensão KKKK
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A casa de Lina é linda. E grande. Ingrid nunca entrou em uma casa tão luxuosa. Logo na entrada, há um jardim bem grande. Ela percebe que há um caminho de pedra indo até a porta: "Para nós não nos perdermos nesse labirinto" – pensa Ingrid, sorrindo.

A porta é branca e bem grande, e logo na entrada, há um lustre pequeno e duas escadas para o primeiro andar, uma na direita e outra na esquerda. Juliana segue em frente, passando pelas escadas e vira à esquerda. Ingrid e Vitor se entreolham. A cozinha deles é enorme. Há uma bancada em formato de L, que rodeia todos os eletrodomésticos. Ingrid percebe que é uma cozinha americana. Subitamente, ela se sente em algum filme da Netflix. Ingrid olha ao redor e vê uma sala de estar que parece ser confortável. Há uma tv de tela plana e um sofá bem grande com dois cobertores.

- Podem ficar à vontade – diz Juliana, chamando a atenção de Ingrid, ela faz um gesto para que se sentem nas cadeiras ao redor da bancada – Temos bolo de chocolate, eu mesma fiz.

Ela traz um bolo coberto de brigadeiro que parece delicioso.

- É o meu favorito – Lina sussurra no ouvido de Ingrid, sobressaltando-a.

- Você me assustou – Ingrid sorri e a encara.

- Desculpa – Lina cora.

- Podem se servir – diz Juliana, que apareceu com pratos pequenos e talheres.

Lina pegou um prato e colocou um pedaço grande. Ingrid pensou que era para ela, mas, quando esticou as mãos, Lina levantou as sobrancelhas e disse:

- Você acha mesmo que eu colocaria tudo isso sem perguntar para você?

Ingrid riu – Que lerdeza a minha – disse, pegando um prato para colocar um pedaço.

Depois de pegar, ela se senta e experimenta. Ingrid fecha os olhos automaticamente, soltando um gemido.

- Isso é muito bom! – ela exclama, passando um dedo pelos lábios para tirar o brigadeiro.

- Né – diz Lina – É a melhor coisa que eu já comi.

- Eu vou ter que vir aqui sempre – diz Ingrid – Preciso comer essa grandiosidade regularmente.

Lina ri – Eu iria adorar te ver mais vezes.

Ingrid cora. Um segundo depois, se impressiona. É difícil alguém fazê-la corar. Ela coloca mais um pedaço na boca, para se recuperar.

- Quando você terminar – diz Lina – Quero te mostrar o meu quarto.

Ingrid se engasga – O que?

- Te mostrar o meu quarto. Quero tocar minha música favorita no ukulele – diz Lina.

- Ah! – Ingrid cora novamente – Tá bom.

- Vou mostrar o ukulele para Ingrid – diz Lina para Gustavo, uns minutos depois.

Gustavo sorri e levanta as sobrancelhas – Tá bom.

Lina pega a mão de Ingrid e a guia até uma escada, que tem uma curva no final. No fim da escada, há uma porta que, quando aberta por Lina, revela um lindo cômodo. As paredes são brancas com detalhes em notas musicais, nos cantos do teto há luzes de led, que tornam o ambiente muito confortável. E há duas camas, uma em cada canto do quarto.

O lado de Gustavo fica perto da porta. A colcha da cama é cinza, e por isso, deixa o ambiente mais escuro, apesar dos leds. Na parede ao lado da cama, há uma guitarra e um violão pretos. As notas musicais do papel de parede emolduram os dois instrumentos. No pé da cama, há um tapete, também preto.

Elas atravessam o quatro e Lina guia Ingrid para sua cama, que está arrumada com uma colcha azul. Ao lado da cama há um teclado, as notas musicais do papel de parede fazem uma curva e circulam os objetos de Lina. Tem uma escrivaninha também, com materiais de desenho e escrita e um tapete redondo ao lado da cama. Na parede, Ingrid vê um lindo ukulele azul pendurado.

No final, há uma varanda, em que pode ser vista a rua da frente da casa.

Ingrid observa o quarto maravilhada. Do pouco que conhecia Lina, ela já sabia que combinava perfeitamente com ela.

- Nossa – diz Ingrid – Seu quarto é... lindo.

Lina sorri – Obrigada. É meu lugar favorito.

- Legal – responde Ingrid – Eu nunca tive um lugar favorito.

- Ainda dá tempo de ter, vai que você encontre – diz Lina.

- Então foi daqui que você nos espionou? – provoca Ingrid.

- A gente não espionou... – Lina responde, corada – Foi uma linda coincidência.

- Como você – responde Ingrid.

Lina arregala os olhos e sorri, envergonhada.

- Hum – diz ela – Quer ver a música?

- Com certeza! – responde Ingrid.

Lina pega seu ukulele da parede e respira fundo. Ela começa a tocar com um dedilhado elaborado e Ingrid se surpreende.

Ela está tocando The Nights. Sua música favorita. Ingrid se senta no chão e a observa com admiração.

Ela nunca ouvira essa música sendo tocada no ukulele. Mas é simplesmente fantástica. Lina é fantástica.

Quando Lina termina de tocar, Ingrid está sem fala.

- O que... o que você achou? – pergunta Lina, nervosa.

- Eu... eu... simplesmente amei – diz Ingrid, recuperando o fôlego – Você é incrível, sabia?
Lina sorri – Obrigada.

- Essa é minha música favorita também – diz Ingrid – Só não conta pro Vitor, ele vai me encher o saco.

- Por quê? – pergunta Lina.

- Ele pensa que a minha favorita é "Do I wanna know" do Artic Monkeys. Mas... eu sempre amei "The Nights" e te ouvir tocando, me fez amar ainda mais.

Lina abre ainda mais seu sorriso – Acho uma honra você me preferir ao Artic Monkeys.

Ingrid ri – Você é mil vezes melhor que eles. E é só minha ainda.

Lina levanta as sobrancelhas.

- Ah, eu... – Ingrid engole em seco, corando – Não quis dizer isso.

- Aham – Lina cai na gargalhada, deixando Ingrid mais envergonhada ainda.

- Você ainda me mata – ri Ingrid, colocando as mãos no rosto.

- Ei – diz Lina – Tudo bem?

- Sim – responde Ingrid, sorrindo – Eu tava brincando.

Lina assente, depois de alguns segundos de silêncio, pergunta:

- Você toca?

Ingrid demora alguns segundos para filtrar a mudança de assunto.

- Hum, sim – responde ela – Mas só violão e guitarra.

Lina se levanta e pega a guitarra de seu irmão, do lado oposto do quarto.

- Maestra – brinca Lina, entregando a guitarra – Toque um pouco para mim.

Ingrid sorri – O que a senhorita deseja?

- Aqueles que são inferiores a mim – ela coloca a mão no peito – Artic Monkeys.

Ingrid ri – Tudo que a senhorita pedir, lhe será concedido – Com uma reverência brincalhona, ela se levanta e se senta na cama, ao lado de Lina.

E então, começa a tocar.

Quando a noite se torna eternaOnde histórias criam vida. Descubra agora