A casa de Ingrid era bem na rua abaixo da loja de música. Era pequena e simples, mas tinha uma beleza única. As paredes eram verdes e a porta estava entre duas janelas, onde em cada uma tinham flores. Havia um telhado marrom e um pequeno jardim que era protegido por um pequeno muro. Ingrid abriu o portão e deixou que Lina entrasse primeiro.
- Não sabia que você gostava de verde – Lina disse com um sorriso provocativo.
- Meus pais – Ingrid respondeu, com um sorriso – Mas não tenho nada contra o verde.
Ingrid abriu a porta, revelando um lugar aconchegante. Na entrada, havia um tapete que cobria quase o chão todo. Em cima de uma bancada, havia uma tv e três poltronas, Ingrid guiou Lina para um corredor, onde tinham 2 portas, que davam para os quartos e bem no final, havia uma terceira porta com um banheiro. No final do corredor estava a cozinha. Havia uma mesa de jantar e todos os eletrodomésticos eram cercados por uma bancada de madeira. A casa emanava amor.
Lina sorriu, fascinada.
No fogão, um homem cozinhava. Ele se virou quando Ingrid se anunciou. Lina se surpreendeu. Estava olhando para uma réplica de Ingrid. Assim como sua filha, ele era baixo, tinha cabelo cacheado, sua pele era negra e seus olhos eram de um lindo castanho.
- Pai... – ela parecia nervosa – Essa é a Lina.
- Oi – Lina sorriu e acenou – É um prazer.
- Oi, querida! – o rosto do homem se iluminou – Tudo bem?
- Tudo bem. Sua casa é linda – diz Lina.
- Obrigada – diz ele – Eu...
Ele foi interrompido pela entrada de outro homem. De toalha. Lina olhou para Ingrid, segurando uma risada. Ingrid suspirou, mas havia um sorriso nos lábios.
- Pai! – diz Ingrid – Temos visita!
- Ah! – ele exclama e olha para baixo – Desculpa. Eu vou... – ele aponta para o quarto.
- Por favor – diz Ingrid, fazendo seus pais e Lina rirem.
- Eu ia dizer... Sou o Jorge – diz o pai de Ingrid, estendendo a mão.
Lina hesita, mas sente a mão de Ingrid roçando a sua e aperta a mão de Jorge.
- Lina tem dificuldade com toque físico – diz Ingrid.
- Ah, não me esquecerei disso – Jorge piscou para Lina, a fazendo rir.
- Hum – Ingrid estreitou os olhos – O que tem aí hein?
- Strogonoff – diz Jorge.
Lina faz uma careta, mas tenta disfarçar, forçando um sorriso.
- Meu preferido! – exclama Ingrid, se aproximando da panela.
Jorge foi pegar ingredientes para fazer um suco e Ingrid aproveitou para lamber a colher.
- Ingrid! – exclama Jorge – Que isso filha!
Ingrid ri – Irresistível.
O outro pai de Ingrid volta nesse momento, com roupa dessa vez. Ele é mais alto que seu marido e sua filha, seus cabelos e olhos são castanhos. Fisicamente, ele era bem diferente de sua família.
- Oi. Desculpe por antes – ele diz – Sou o Paulo.
- Oi. Eu sou a Lina – ela se apresenta, agradecendo silenciosamente que ele não estendeu a mão.
- Muito prazer – ele sorri.
Lina se sentia à vontade naquela família. Mesmo odiando strogonoff, ela até ficou tentada a comer, quando Jorge colocou na mesa.
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Quando a noite se torna eterna
RomanceDuas garotas. Duas histórias. E muitos traumas. Ingrid e Lina irão se conhecer por pura coincidência, mas logo descobrirão que estavam destinadas.