Capítulo 17 - Lina

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Ingrid leva seus amigos até o bar, para que possam comer. Assim que se deparam com o lugar, todos eles suspiram com o cheiro.

O lugar era repleto de luzes de led. De um lado, estava o bar e do outro, uma lanchonete e cafeteria. Bem no meio estava uma banda feminina. Elas cantavam "Sweet Caroline".

Ingrid para e as observa sorrindo.

- O que foi? – pergunta Lina.

- Eu venho aqui só por causa delas. – Ingrid responde – O jeito que elas cantam...

Lina observa a banda com testa franzida.

- Vamo comer? – Gus pergunta – Por favor?

- Vamo, Gustavo – responde Lina puxando seu irmão para a lanchonete.

Ingrid foi a primeira a pedir. Ela pediu um sanduíche de queijo e um Guaraná. Vitor pediu o mesmo.

- In, o que você acha que eu iria gostar? – pergunta Lina, indo até Ingrid.

Ingrid pensa um pouco – O que você acha de pão de queijo?

Lina sorri – Não é possível. Você me conhece bem demais.

- Eu tento – Ingrid sorri – Então... uma porção de pães de queijo e um café, com leite?

- Perfeito – Lina responde, sorrindo.

Ingrid volta ao balcão e pede o lanche de Lina a tempo de ver Gustavo pedindo dois sanduíches de queijo e um milkshake.

- Não é possível – diz Ingrid.

- O que foi? – ele pergunta – Eu amo variedade.

Ingrid ri, revirando os olhos.

Todos pegam seus pedidos e se sentam em uma mesa. Eles comem em meio a música e conversa.

Lina fica boquiaberta quando percebe que a banda começou a cantar "The Nights". Ela puxa Ingrid para dançar.

Lina cantava e pulava. Ingrid a observava sorrindo – "Eu amo essa espontaneidade" – pensa. As duas começam a dançar juntas, sozinhas na pista de dança. A banda se anima e começam um coro de palmas. Logo, todo mundo se levanta, batem palmas e no refrão, todos cantam juntos. Lina coloca os fones quando o barulho das palmas começa a incomodar.

Subitamente, ela percebe que apenas a música a acalma. As pessoas que são o problema.

Quando a música acaba, Ingrid e Lina se abraçam.

- Você é incrível! – exclama Ingrid – Nunca me diverti tanto!

- Não estou escutando nada! – ela exclama.

Ingrid ri e faz um coração com as mãos.

Lina ri e seu rosto se ilumina – Tive uma ideia.

Ela corre até o palco e fala com a vocalista. A garota assente e sorri.

Ingrid franze a testa.

Lina volta com uma expressão travessa e com os fones nas mãos.

- O que foi? – pergunta Ingrid, sorrindo.

- Vamo cantar? – sugere Lina.

O sorriso de Ingrid desaparece – Lina... você sabe...

- Não – Lina balança a cabeça negativamente – Não, nunca te colocaria nessa situação, a menos que você queira.

Ingrid a olha com raiva.

- Ok, tudo bem – responde Lina – Minha ideia era eu cantar e você tocar.

O sorriso da cacheada volta – Hum. Talvez – ela faz uma pausa – Qual a música?

- Você sabe – Lina sorri.

Ingrid sabia – Tá bom. Vamo arrasar.

- Eba! – exclama Lina, pegando a mão de Ingrid e a puxando.

Elas sobem no palco e são recebidas por palmas. Lina espera de olhos fechados o barulho se acalmar, quando o silêncio reina, abre os olhos. Mas logo percebe algo errado. Um homem está se levantando e indo até elas.

Ele para na ponta do palco e olha diretamente para Ingrid.

- Seu lugar não é aqui – ele diz, e começa a vaiar.

Ingrid ofega – De novo, não.

Ele continua vaiando, mas não é acompanhado por ninguém. Ao invés disso, todos olham para ele, e, subitamente, o bar inteiro grita:

- Ih fora! Ih fora! Ih fora!

Lina começa a bater as mãos, chamando a atenção de Ingrid.

- Está tudo bem – ela sussurra, pegando os fones do pescoço dela e os colocando em seus ouvidos.

- Estou bem do seu lado – diz Lina, Ingrid assente.

Ingrid olha diretamente para o homem com uma raiva escaldante em seus olhos.

- O seu lugar que não é aqui, seu racista imundo – ela diz com tamanha raiva que sua voz treme – Seu lugar é na cadeia.

Assim que Ingrid diz isso, o bar inteiro volta a gritar "Ih fora!". Um segurança se aproxima do homem e o expulsa permanentemente do bar, ele nunca mais poderá voltar.

Ingrid respira fundo. Lina vai até ela.

- In... – ela começa – Quer ir embora?

- Não – ela diz – Não vou deixar pessoas desse tipo afetarem minha vida. Vamos tocar.

Lina dá de ombros porque não conseguiu entender o que Ingrid disse. Ingrid suspira sorrindo e faz um gesto dizendo para cantarem. Lina sorri, orgulhosa e, se esquecendo que estava sendo observada por um bar cheio, dá um beijo em sua bochecha. Ingrid cora e a encara. Um entendimento silencioso passa por elas e elas assentem uma para outra.

Lina tira seus fones e Ingrid pega a guitarra.

Assim, começam a tocar "Do I wanna know".

Quando a noite se torna eternaOnde histórias criam vida. Descubra agora