Capítulo 20 - Ingrid

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- Quando eu ouvi os aplausos... Vitor, foi surreal! – Ingrid está andando em círculos em seu quarto, completamente incapaz de ficar parada.

- SIM – Vitor exclama – Foi simplesmente arrebatador.

- Arrebatador – ela repete – Sim. Essa é a palavra perfeita para aquele momento.

- E você e a Lina têm tanta química! – ele exclama – Sério!

Ingrid balança a cabeça negativamente – Eu tenho química com qualquer um quando estou tocando.

- Mentirosa – ele diz.

- Você fica todo animadinho quando tocamos juntos.

Vitor cora – Ah, mas isso não tem nada a ver!

Ingrid ri – Tô brincando com você.

- Óbvio que você tá. Eu nem gosto de mulher.

Ingrid o encara – Você finalmente assumiu!

- O que? – Vitor franze a testa.

- Finalmente assumiu que é gay! – Ingrid exclama.

Vitor parece reviver a conversa em sua mente. Seus olhos se arregalam. – Eu disse em voz alta!!

- SIM – ela exclama – Vem aqui, amigo.

Ela o abraça – Eu te amo viu. Estou muito feliz por você.

Ele aperta o abraço – Estamos juntos nessa.

- Sempre – ela sussurra.

Eles se encaram e se sentam na cama.

- Como você se sente? – ela pergunta.

- Livre – ele diz – Dizer em voz alta é muito bom.

- Quando eu assumi para meus pais que sou lésbica – começa ela – Eu só senti medo. Mas, quando vi a reação boa deles, aí sim, me senti livre.

- Foi bom ter me assumido para você. Assim, não senti medo.

- Sabe... quando eu estava no palco eu também não senti medo – Vitor demora para entender a mudança de assunto – Eu... não senti medo de cantar.

- In – começa Vitor – Como foi?

- Eu... estava tocando e sentindo aquela eletricidade nos dedos. A mesma coisa de sempre – diz ela – Mas... no refrão... eu cantarolei. Não cantei em voz alta o suficiente para alguém ouvir. Mas, mesmo assim, eu cantarolei. E pela primeira vez, não escutei a voz da minha mãe me criticando.

- Ingrid, isso é maravilhoso!!

- Eu estava me sentindo tão confortável com Lina do meu lado e a música sempre me faz querer voar. Toda aquela energia deixou tudo muito confortável.

- Nossa – Vitor diz – Isso é um progresso tão grande. Lina é um anjo.

- Sim – Ingrid sorri – Ela é.

Quando a noite se torna eternaOnde histórias criam vida. Descubra agora