Inflexão (MadaSaku)

51 - Quando Você Entrou em Minha Vida

Nota do Autor:

Hello everyone!

Desculpem-me por não ter respondido a todos ainda. Estou de mudança de casa, além de muito atarefada em outras funções. Mas, eu vou aos poucos conseguindo um tempinho para termos um papo de qualidade e surtarmos juntos nos comentários.... como vai acontecer no capítulo de hoje.

As principais músicas relacionadas a esse capítulo são When You Came Into My Life (Scorpions), Sinônimos (Zé Ramalho) e Total Eclipse Of The Heart (Bonnie Tyler).

Mas, pensando nos sentimentos que outras canções me despertaram enquanto escrevia, preparei uma Playlist para vocês ouvirem durante o capítulo de hoje:

https://m.youtube.com/playlist?list=PLrd4itn60DTa3_L6f067ec8YxcAY06X5k

Espero que tenham coração forte. Porque o meu ainda está disparado.

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O tempo pareceu ter parado naquele único segundo. Madara não mexeu nenhum um milímetro sequer de seu corpo e nem mesmo disse qualquer coisa. Sakura também não se moveu, apenas manteve sua pequena mão morna apertando a mão maior, mais espessa e quente.

Naquela mata silenciosa e noturna, o rosto de Madara recebia as luzes tênues da lua de madrugada e Sakura o olhou de soslaio. Precisava saber o que ele estava sentindo. Encontrava-se tão apreensiva que seu coração mal pulsava.

As batidas se intensificaram novamente, quando teve sua mão apertada, como se fosse a rocha na qual um alpinista se pendura, o único apoio. Madara entrelaçou seus dedos, envolvendo-a no seu calor e lhe dando uma ideia da intensidade de seu toque.

Sakura tomou coragem para virar o rosto e fitá-lo, sem pudor. O Uchiha não a encarou, entretanto, também não evitou que ela visse uma única e pesada lágrima escorrer de seu rosto. Aquela lágrima, embora solitária, foi seguida de um respirar profundo e dolorido. A Haruno viu a estatura maior e o corpo maciço se movendo lentamente naquele respirar triste. Aquilo foi semelhante a imaginar um imponente monumento de rocha chorando como se fosse um ser-humano com coisas demais para suportar.

Uma lágrima era demais para Madara. Em se tratando do Uchiha, equivalia a um rio que ele lutou para sufocar.

Com o passar dos segundos, o homem normalizou sua respiração e secou os próprios olhos, tudo isso sem a fitar, mas deixando-a vê-lo. Foi um gesto de confiança, baixar suas barreiras e permitir que alguém visse sua alma.

Assim como Madara olhava para a lua, Sakura passou a olhar também. Sentiu seu coração se aliviar quando a respiração dele ficou totalmente normalizada e seu chakra foi se acalmando continuamente, até que o homem passou a desenhar círculos pequenos com o polegar no dorso de sua mão.

Um sorrisinho se abriu nos lábios dela com o carinho feito e, discretamente, nos lábios dele também. "Você pode voltar para o rio? Podemos conversar?". Indagou-o.

O polegar cessou os círculos, momentaneamente, causando um breve segundo de tensão em Sakura, mas retornou em seguida.

"Eu não desejo falar sobre meu passado, ou futuro que seja."

A jovem mulher ponderou as palavras do homem durante alguns segundos. Então, se pronunciou, com cuidado.

"Não faço ideia do que lhe disseram e nem como disseram, entretanto, imagino que não foram totalmente verdadeiros. Poucas pessoas souberam ao certo o que se passou em sua vida, Uchiha-sama. O que se sabe é mais baseado em rumores e suposições. Eu, todavia, tenho as memórias do Shodai e nós o enxergamos como um ser humano, alguém importante em nossas vidas... um amigo". Sakura virou-se para ele, sem desconectar suas mãos.