Capítulo 3

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Ele começou a caminhar até mim após jogar o copo de tequila no chão, pulou sobre a mesinha à nossa frente e sentou-se ao meu lado. Me fitou com o olhar, praticamente me despindo em sua mente, e eu fiquei parada o olhando só com o canto dos olhos. Até ele pegar em meu rosto e lamber toda a minha bochecha, de baixo pra cima. Eu não sei exatamente qual foi o motivo, talvez os shots de tequila que já havia tomado, ou o vinho de mais cedo, mas eu havia gostado. Foi meio... excitante. Sorri e virei para o outro lado, segurando o rosto de Andy e fazendo o mesmo nela. E assim foi seguindo a rodinha.

O rockeiro sexy subiu em cima do banco, virou outro shot e atirou o copo para longe, abrindo os braços, arrancando um "é isso!" em uníssono das pessoas que estavam perto. Tão espalhafatoso. Sentou-se em seguida e, me olhando com um sorriso, disse:

- Sou Tommy.

- Eu sou a Pam.

Falei sorrindo. Em seguida fomos pra pista de dança. Começou a tocar Be My Lover, do La Bouche. Brindamos mais shots de tequila e viramos. Ele dançou comigo ao som da batida, enquanto as meninas dançavam ao nosso redor também. Sentia o calor do seu hálito em meu pescoço. Peguei sal e limão, joguei o sal em seu ombro e depois lambi tudo, colocando o pedacinho de limão em sua boca, me aproximando e pegando de volta com calma, roçando de leve nossos lábios. Tommy me deitou sobre um dos balcões dali e levantou a minha perna, passando a língua por ela toda, até a parte interna da minha coxa. Ele era definitivamente louco.

Saímos da pista depois de um tempo, voltando para o local onde estávamos sentados. Tommy ficou ao meu lado e estava contando histórias sobre o que seus amigos rockeiros faziam durante suas longas e loucas turnês pelo mundo.

- Ele estava com vontade de cheirar. Era de manhã e a porra do pó já havia acabado. Então viu uma trilha de formigas no chão e... cheirou tudo!

- Não! Formigas?

- Formigas, baby!

Estava incrédula, até levei as mãos ao rosto. Rockeiros eram definitivamente a pior espécie. Ri pegando meu drink de cima da mesa e Tommy se aproximou de mim falando em meu ouvido que iria ao banheiro. Eu apenas sorri concordando com a cabeça. Quando ele saiu, Andy passou para o meu lado.

- Ele tem cara de quem vai dar problema.

- Ele é divertido.

- Me prometa que não vai namorar com ele.

- Andy! - disse rindo.

- Me prometa.

- Eu prometo tá legal? Só... vamos aproveitar a noite.

Falei e ela me olhou com dúvida, mas logo se soltou de novo quando Knickie veio para o seu lado e lhe deu um beijão.

As horas passaram rápido e eu já estava cambaleando. Tirei os saltos segurando-os nas mãos, indo em direção ao estacionamento, até o carro de Knickie. Eles provavelmente estavam se comendo em algum canto mas eu precisava sair da boate ou ia acabar dormindo por lá mesmo.

- Ei... ainda está cedo!

Me viro para olhar quem falava e vejo Tommy correndo em minha direção.

- Não Tommy... amanhã eu tenho que viajar.

- Não são nem 4h da manhã!

Continuei indo até o carro, pulando a porta e me jogando no banco de trás. Tommy fez o mesmo sentando ao meu lado.

- Eu tenho que ir, baby.

Ele fez uma carinha de triste. Eu ri.

- Pra onde você vai amanhã?

- Cancún.

- O quê!? Porra, eu amo Cancún! - Tommy fala todo empolgado.

- É sério, baby... eu preciso ir.

- Seus amigos nem chegaram ainda... fica mais um pouco.

Dobrando a boate, vimos Knickie vindo com Andy ao lado, ou pelo menos tentando. Os dois estavam mais bêbados que todos naquela rodinha. Céus... aquele seria o meu motorista.

- Eles chegaram. Você precisa ir.

Falo e o puxo pela nuca para um beijo. Sua boca era macia e gostosa, foi difícil não aceitar ficar mais e ir para outro lugar com Tommy depois daqui.

- Tá, tá... mas com uma condição.

- Qual?

- Quero o seu número.

Knickie chega e abre a porta do motorista, se assustando ao olhar para trás ao ver nós dois ali.

- Sai do meu carro seu rockeiro louco.

Ele diz enrolando a língua, fazendo a gente rir. Não conseguia nem falar. Andy entra do outro lado e estica os pés sobre o painel.

- Deixe minha amiga em paz Tommy Lee, você é muito problemático pra minha Pam.

Eu reviro os olhos, vendo uma caneta jogada no chão do carro. Pego ela e a mão de Tommy, escrevendo o meu número e um "não me ligue" bem grande embaixo. Ele me deu um selinho e pulou para fora do carro novamente. Knickie deu partida e começamos a sair dali. Olhei para trás vendo Tommy animado, correndo para dentro da boate novamente. 

Esses rockeiros definitivamente não valiam nada. E eu gostava.

Motley Dirt - um amor perigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora