Com a visão macabra de um braço apoiando-se em uma tábua de madeira a deriva no mar, não acreditei no que estava a minha frente, em pânico meu corpo congelou de terror, um rosto assustador com longos cabelos grisalhos e um chapéu saia da água.
Não havia o menor sinal de vida em seus olhos, seu pálido rosto era completamente ausente de emoções, manteve-se em pé, imóvel, a minha frente, gotas de água salgada pingavam das mangas de seu casaco e da sua longa barba.
A terrível visão permanecia até que as nuvens se abriram e a luz da lua iluminou o marinheiro cadavérico. Em um instante a vida retornou a seus olhos seu rosto tomou uma expressão de raiva explosiva e com um aterrorizante berro começou seu discurso.
-Jovem! Nunca confie em um traidor como não se deve confiar em uma gaivota que sobrevoa a neblina.
Sem entender oque o capitão queria dizer, sua voz me aterrorizou o bastante para apenas acenar a cabeça e concordar.
O marinheiro retornou ao oceano e mesmo após eu ser resgatado de meu tempo como náufrago não consigo definir se minha visão não passou de uma ilusão causada pelo medo ou se este foi um aviso para meus próximos anos como marinheiro.
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discurso do marinheiro morto
Short Storyum pequeno conto sobre uma sinistra noite no mar