XIII: Carrie, de Stephen King

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- Ajeita isso, por favor - Nêmesis pediu, indicando para uma decoração da mesa. - Aquele globo está meio torto?

Drogo ajeitou o globo da forma que sua gêmea queria.

Freya observava os dois, imaginando Drogo com um rabo abanando e Nêmesis com um apito na mão. Dominique também ajudava Nêmesis com os preparativos - pelo menos até onde sua paciência permitia.

Nêmesis era uma ótima decoradora: ela coordenava tudo com perfeição e naturalidade. Ela era perfeccionista demais, no entanto. Ela havia trazido os garotos para ajudá-la com a decoração e eles fazia o que ela queria sem reclamar.

Pouco tempo havia se passado desde o início daquele ano letivo, entretanto, os estudantes estavam começando a ficar cansados daquela rotina terrivelmente maçante composta de cinco aulas no período da manhã, um almoço de trinta minutos, um intervalo para descansarem de mais trinta minutos, três aulas extra-curriculares à tarde, uma atividade recreativa no fim da tarde e algum tempo para fazerem suas lições à noite. Isso sem falar nos tediosos domingos, que era quando ninguém tinha nada para fazer além de jogar conversa fora com os amigos.

Era maçante, chato e cansativo. Dominique conseguira chamar muita atenção com a sua festa: muita gente estava lutando por um convite. Todas as melhores expectativas foram impostas nele. Querendo ou não, era um acontecimento especial e causava ansiedade em todo o mundo. Amina de Obhrai, por exemplo, estava muito ansiosa. Na noite anterior, tinham lhe convidado para o baile.

Ela esperava que fosse acontecer das duas, uma opção: mofar, no canto da parede, evitando o centro ao máximo e apenas sorrindo com educação quando alguém lhe cumprimentasse ou ir no embalo de suas amigas, e dançar a noite toda. Porém, essa perspectiva mudou quando sua amiga, Freya Megan Beddor, convidou-a.

Estava em seu dormitório, e deveriam ser quase duas horas da manhã quando a outra batera em sua porta. Nossa, e como é normal alguém entrar no seu quarto de madrugada para te convidar para um encontro. Certamente não há nada mais normal.

- Quero te levar a festa - Freya disse simplesmente com a maior naturalidade que conseguira, embora ainda parecesse muito nervosa, sem saber o que fazer.

Amina, sempre atenta aos detalhes, concluiu no exato momento que era a primeira vez que ela fazia um convite daquele tipo. E ao se tratar da impetuosa Freya Beddor, isso era algo totalmente inesperado.

Convenientemente lisonjeiro. Estranhamente excitante.

- Não pensei que ia pra festa, Frey - comentou Amina com casualidade.

- Não ia - Megan Beddor respondeu ríspida. - Mas decidi que queria. Vamos?

Esperava divertir-se, ao menos.

- Está bem.

- Isso foi um sim?

Amina sorriu e balançou a cabeça positivamente, confirmando a pergunta.

Freya guardou seus sorrisos para mais tarde, mas estava animadíssima. Ela percebera a algum tempo que sentia-se magneticamente atraída por Amina, embora não tivesse perguntando sobre a sexualidade dela, imaginava que ela estivesse disposta a tentar algo.

[...]

- Aqui está, Nêms - Drogo Siegfried Báthory, com um ladino sorriso, entregou um batom para sua irmã mais nova, Nêmesis Báthory, que não poderia estar mais radiante.

Os Báthory encontravam-se numa cervejaria - não beberam mais do que uma dose de uísque - de um vilarejo bruxo, a vila de Shitrembade, que se localizava próximo à universidade de magia.

Le Fay e MontreauxOnde histórias criam vida. Descubra agora