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“Eu não queria me apaixonar, de maneira alguma. Mas em algum momento, você sorriu, e, puta merda, eu estraguei tudo.” - desconhecido

– Eu não dou a mínima para futebol americano. – Eu comentei entediada, enquanto Sophia me arrastava para o maldito estádio.

– Eu sei, nem eu. Mas são garotos e garotas correndo suados!

Eu sorri para ela. Sophia também não se importava e nem entendia absolutamente nada sobre esportes, mas ela adorava caras em uniformes.

– Aqui! – Natalie gritou e acenou de um dos bancos.

Resisti à vontade de rolar os olhos. Aquela seria uma longa noite.

– Por que vocês demoraram tanto? – Ela perguntou, abrindo espaço para nós nos sentarmos no banco.

– Paramos para comprar um lanche no caminho para cá. – Sophia respondeu.

Eram quase sete horas da noite e o estádio estava praticamente lotado. Aquele não era um jogo de times profissionais. Pelo que eu tinha ouvido falar, alguns grupos de alunos das faculdades mais próximas costumavam alugar o estádio para competir entre si, haviam tanto garotos quanto garotas. Para ganhar um dinheiro, eles cobravam a entrada das pessoas que iam assistir. Isso acontecia quase todos os finais de semana e o estádio estava sempre lotado, geralmente por universitários.

– Por que você está com essa cara? – perguntou Natalie.

– É a única que eu tenho, Natalie – respondi e logo depois dei uma mordida no meu sanduíche.

Ela me encarou ofendida.

– Ela está de mau humor porque não queria vir – explicou Sophia.

– Que tipo de namorada você é? O Josep vai jogar essa noite, você deveria ficar animada em apoiá-la — disse Natalie, como se fosse uma especialista em relacionamentos.

Ela vivia traindo o idiota do namorado. Quem era ela para dizer qualquer coisa que fosse?

– Ele não é meu namorado. E você deveria se preocupar com o seu relacionamento, não com o que eu tenho com a Sadie.

Ela me encarou com uma cara estranha e então se calou.
Graças a Deus.

– Tudo bem, garotas. Vamos nos focar no jogo, vai começar – falou Sophia, tentando aliviar a tensão.

Encaramos o campo em silêncio e então tudo começou. As luzes do campo se acenderam e as pessoas aplaudiram quando os jogadores entraram.

Meu coração parou quando eu vi um jogador em particular:

Você.

É óbvio que você era um deles, Sink.

Porque a vida continuava querendo me ferrar.

Eu te encarava fixamente, entrando no campo cercado de outros jogadores, sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

Você estava em todo lugar, Sink.

– O que ela está fazendo ali? – perguntei, chocada.

– Quem?

– Sink.

– Jogando, ué — disse Sophia, como se fosse óbvio.

– Mas ela nem faz faculdade, como ela pode estar no time? – Eu perguntei, sem querer acreditar que você estava ali.

– Não são os times oficiais da faculdade, é apenas um jogo amador. Ela é amiga dos caras do time e pode entrar sempre que quiser. Na verdade eu ouvi dizer que ela é muito boa.

– Por que você não me avisou que ela jogaria hoje? – Voltei a perguntar, encarando-a.

– Eu não sabia se ela iria jogar hoje. Não é sempre que Sadie joga. – Ela deu de ombros. – E por que você está se importando tanto com o fato dela jogar? – Ela perguntou, sorrindo.

– Eu não me importo. – Tentei parecer indiferente.

Eu voltei a te encarar e, droga, Sadie, você ficava tão bem naquele uniforme.

Eu estava prestes a ir embora daquele maldito lugar, quando você se virou e encontrou o meu olhar.

Merda.

Tudo pareceu ficar em silencio e então as pessoas em volta simplesmente sumiram. Nós ficamos nos encarando por vários segundos, até que você sorriu, um pequeno sorriso torto que eu sabia que era direcionado apenas para mim.

Droga, Sadie.

Eu não queria admitir, mas seus sorrisos mexiam comigo de uma maneira ridiculamente intensa.

Óbvio que não sorri de volta. Eu fingi que não me importava, na verdade eu fingi que aquele sorriso nem era para mim.

Nosso contato visual foi quebrado quando um de seus colegas de time te chamou. E por alguma razão eu desisti de ir embora. Eu queria ir, mas meu corpo estava me impedindo. Minha cabeça dizia: saia daí! Mas as minhas pernas não estavam funcionando.

Então eu apenas me sentei no banco e encarei o campo. E eu me odeio profundamente por ter tomado essa decisão. Acontece que aquele jogo acabou sendo bem mais importante e decisivo na minha vida do que eu jamais imaginaria.

E o décimo motivo para eu te odiar é:

O seu sorriso.

Porque ela me fazia sentir as irritantes e clichês borboletas no estômago.

E eu odiava o fato de amar o seu maldito sorriso.

A outra autora disso aqui não tem responsabilidade
então aqui estou eu assumindo o papel dela
espero que gostem!
até mais gente :))

30 reasons to hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora