o conceito do amor » joseph quinn

026 apartamento 75A II

• Narrativa de Joseph •

O nosso riso alto invadia o corredor do prédio. Nem parecia que há tão pouco tempo havíamos nos estranhado e pior, que Mariana havia dito que qualquer coisa entre nós havia acabado. O barulho de suas chaves soavam já em suas mãos enquanto eu procurava as minhas em meus bolsos.

- Saideira? - Ela disse apontando sua porta com a cabeça. Me olhava atenta esperando a minha resposta, que claro que foi sim.

Me sentia estranhamente em casa dentro do apartamento de Mariana. Talvez por ser tão parecido com o meu, mas também por ter tanto dela ali que de alguma forma me preenchia de conforto. O seu cheiro doce sempre pairava no ar e seus livros favoritos estavam ali expostos. Era realmente como vê-la por dentro do lado de fora.

- Dessa vez eu acertei o passeio, hein? - Eu disse me jogando no sofá enquanto observava a garota me trazer uma garrafa de cerveja da cozinha. Me entregou e se jogou ao meu lado com outra em sua mão. Já estava sem sapatos.

- Devo te dar os meus parabéns Joseph! Passamos um dia todo juntos e detalhe - Ergueu rapidamente seu dedo indicador para enfatizar. - não brigamos um momento se quer! - Aquilo me fez rir e ela também fazia o mesmo. Agarrei seu dedo em modo de implicância e tentei morder enquanto eu resmungava sobre aquilo.

- Você quem gosta de brigar comigo. - Observei Mari engolir um pouco de sua bebida, de repente arregalou os olhos ao me ouvir.

- Você que faz de tudo pra me provocar! - Me deu um tapa em meu ombro. Riamos sem parar, talvez estivéssemos mais uma vez bêbados, mas só talvez finalmente estávamos em paz.

- É, eu faço, não é? - De repente fiquei um tanto sério percebendo que ali o clima já era outro. Mariana me olhava do mesmo modo. Eu estava entendendo onde aquilo ia chegar mas de fato não sabia se iria acontecer. A garota sorriu levemente.

- Faz... - A voz da loira mal saiu. Apenas me olhava no fundo dos olhos, ali de perto enquanto eu tentava controlar cada impulso nervoso de meu corpo para não envolvê-la em meus braços. Dei um gole de minha cerveja desviando o olhar tentando disfarçar. Escutei seu suspiro forte indicando mais uma vez decepção. - Ok... - Se levantou e caminhou até a cozinha sem ter o que fazer lá. Eu já tinha entendido o seu recado.

- Não faz assim comigo! - Estapeei minha coxa direita dizendo em um tom de indignação em relação a sua última atitude.

- Não, Joe tá tudo bem! - Dizia ainda de lá enquanto gesticulava. Eu podia vê-la pelo balcão. - Eu tentei uma vez, nada. Tentei duas vezes... já entendi o recado! Se você não quer, ninguém quer, tá tudo bem! - Se virou e explanou as mãos na pedra da pia, se apoiava ali e fintava para baixo um tanto zangada.

- Eu quero... - Óbvio que eu já estava ali de pé atrás dela, nunca havia sido tão ligeiro em toda a minha vida. - Droga, óbvio que eu quero! - Em uma passada larga a alcancei e a virei para mim pela cintura. Mariana se quer pode ter reação, mais uma vez nossos lábios se grudaram e colapsaram em um beijo ardente e cheio de desejo.

Dessa vez eu não ia deixar nenhum de meus pensamentos intrusos me atrapalharem. Eu estava destinado a ter Mariana para mim e não me importava se talvez amanhã ela não quisesse ver mais minha cara. Eu morava do outro lado do corredor, ela iria ter que ver a força se fosse preciso. Era como encarnar a raiva e o desejo em uma só atitude. As mãos da garota se firmavam em minhas costas enquanto eu afundava as pontas de meus dedos em sua cintura.

A levantei em um movimento brusco a sentando ali mesmo na pia. Me encaixei entre suas pernas para grudar nossos corpos de vez. Ela resmungava entre os beijos, dizia que me odiava e eu ria. Meu Deus, a loucura que ela causava em mim era sobrenatural. Entrelaçava seus dedos nos fios de meu cabelo e os puxava bruscamente me fazendo me arrepiar todo. Enquanto eu subia as mãos por dentro de sua blusa um tanto apertada, não aguentei e resolvi tirá-la. Mariana me ajudou, me olhava seria, nossas respirações eram pesadas. Parei para observá-la por um instante.