Você se encontrava boquiaberta, tentando acreditar que sim, era ele. O mesmo pediu discretamente para que o ajudassem, pois na sua situação, por um simples deslize, poderia cair dali facilmente. Você e Hinata correram na direção do moreno, e imediatamente abriram a janela, dando espaço para que ele adentrasse o quarto. E assim o fez.— Você veio... — você disse boquiaberta, sentindo o brilho no olhar aumentar gradualmente.
Ele, estapeando com as palmas das mãos, limpava algumas leves camadas de poeira que juntou pelo longo caminho da periferia até aqui. E nessa altura, Hinata não sabia o que fazer. Estava mais confusa do que todos e não sabia o que deveria fazer no caso de sua amiga fugir com o amigo do namorado dela. E foi pensando desta forma, que resolveu não se entromenter mais.
— Eu vim conferir se a mulher que está prestes a cometer uma loucura existe mesmo — ergueu a cabeça, olhando para você. — Ou se é apenas fruto da minha imaginação.
Você o olhava com encanto, e aos poucos, abrindo um sorriso, e ele, a fitava intensamente, como se fosse um prazer transparecer todos aqueles olhares ardentes nos seus.
— Sim, ela existe — sorriu de leve.
A porta abriu-se, e aquele grupo de mulheres entrara no seu quarto, notando a presença de Baji. Ele não pensou duas vezes, e quis te levar. Mas tinha um problema: seu vestido era grande; a calda, enorme, e com certeza daria muito trabalho. Você não se importou mais quantos yens aquele vestido tivesse custado e muito menos na cara de decepção da sua mãe, e o rasgou na parte inferior, deixando ainda por cima, de um jeito liberal e ousado.
Sua mãe e aquele grupo de mulheres correu na sua direção, e, como se estivessem gostando da adrenalina, ainda arriscaram-se a se beijar diante de todos. E num instante deslumbrento, ele segurou sua mão tão firmemente, que lhe dava uma sensação boa de segurança; ou talvez isso se devesse a insegurança dele.
Vocês se penduraram na parte de fora da janela, se equilibrando cuidadosamente tentando chegar à parte mais baixa. Enquanto Baji não assegurava-se de que seus pés estavam fixos na parte mais segura, não soltou sua mão. Digamos que ele havia perdido muita coisa na vida, e se você fosse a próxima, ele não acharia que teria mais motivos para continuar, "pra quê se eu não posso ter as únicas coisas que vale a pena valorizar?" Era assim que pensava.
Com a resposta de Hinata, Takuya se convencera de que sim, você iria. E por isso estava esperando naquele altar incansavelmente.
— Pelo amor de Deus, Takuya, vamos embora — Atsushi disse, impaciente. — Já ficou claro que ela não vem.
— Ele tem razão — Mitsuya concordou. —, é melhor ir logo antes de ter uma humilhação maior ainda.
— Ela vem, tabom?! — ele respondeu, num tom agressivo.
— Tem certeza? Por que não é isso o que tá parecendo...
— A Hinata me disse com todas as palavras que ela ia vir, e ela vai vir! — exclamou.
— Por favor, se retirem. — o padre pediu. — Daqui à pouco será outra cerimônia.
— A Hinata disse isso? — Takemichi franziu o cenho.
— Sim, Takemichi, ela disse! — Takuya confirmou.
— Saiam daqui por favor — o padre tornou a pedir.
— Eu não saio enquanto ela não chegar! — respondeu pondo força no maxilar.
E mais uma discussão entre Takuya e o Padre; este último, já se cansara das suas insolências e o modo como respondia a tudo e a todos. Certamente era um ignorante, o pior deles; aquele que não admite.
Enquanto isso, Takemichi sacou o celular e discou o número da namorada, que atendeu alguns poucos minutos depois.
— T-Takemichi? — Hinata introduziu do outro lado da linha, no seu tom mais sincero.
— Cadê a [seu nome]? — perguntou firme.
— A [seu nome]?
— Não se faça de desentendida, Hina. Diz logo, já faz mais de uma hora que o Takuya tá esperando. Fala Hina, ela vai vir ou não? Onde vocês estão?
Hinata não aguentou mais, e por ser uma pessoa politicamente correta, não conseguia mentir com sucesso. E revelou que, não, ela não iria. Takemichi perguntou porquê e como, e ela explicou tudo do início ao fim.
Mas isso estava longe de passar pelos seus ouvidos o caos e o escândalo que estaria prestes a acontecer; você se situava no carro do seu moreno, em rumo ao aeroporto. Este último, poucos minutos depois, havia pedido a Chifuyu que buscasse seu automóvel; e não demorou muito, ele já estava a caminho.
E então o carro parou; vocês haviam chegado. Ele abriu a porta e deu a volta, para o seu encontro. Num movimento cordial, seu corpo se elevou do assento, seu rosto estampava um sorriso cansado e um tanto encantado, encarando as feições de Keisuke.
Ele, deslizava a mão nas suas costas, trazendo você mais para perto, deixando os dois corpos colados. Você encarava as bochechas, encarava a expressão dos olhos e, por fim, encarava seus lábios finos. Baji acariciou sua bochecha com o polegar, e deslizando até seu queixo, puxou seu rosto para mais próximo que podia, e te beijou.
Um beijo incrívelmente duradouro e intenso, e você jurava que aquilo poderia, por você, durar milhões de anos. Era o tipo de momento que você queria eternizar e pôr dentro de um quadro.
— Eu te amo — ele disse junto à um suspiro arrastado.
Você pôs uma de suas mãos na dele, e respondeu:
— Baji, eu... — suspirou ofegante. — Eu tenho um segredo — franziu o cenho, enquanto apertava os lábios.
Ele certamente não entendeu, e a única reação foi uma pequena balançada de cabeça.
— Que segredo, [seu nome]? — perguntou preocupado.
Você sorriu de leve, aproximou o rosto ao ouvido dele e disse, sussurrando:
— Também te amo — riu de leve.
Ele riu. Estava feliz, e isso era uma coisa que apenas você poderia mudar. Mas esse momento logo foi interrompido por Chifuyu, que se aproximava de ambos.
— Nossa, quem diria — ele disse sarcástico. — Vocês sabem não é que um grande escândalo acabou de ser formado?
— Que se dane o escândalo — Baji rebateu.
— Mas não é só isso. O Takuya se revoltou e está procurando vocês — disse num tom preocupante. — Por isso é melhor se enconderem bem por algum tempo. Ele passou a demonstrar muito mais perigoso quando tomou posse da Walhalla.
— Nos procurando? — você franziu o cenho.
— Pode deixar — Baji disse firme, acariciando sua bochecha. —, ele não vai conseguir nada com isso.
Você assentiu com a cabeça.
Os três se despediram, e vocês logo embarcaram no vôo, e mais tarde, depois de várias horas, os deixariam na famosa cidade de Toscana. Mikey e os outros, com o passar dos dias, acabaram os ajudando em questões financeiras, usando boa parte do dinheiro acumulado de vários golpes e encomendas que a gangue lucrava.
Em decorrer de um dia apenas, a mesma correspondência chegou no correio de várias e várias pessoas que te julgaram traidora, por deixar Takuya plantado no altar e fugir com Keisuke para o ligar onde Eram aquelas mesmas fotos de Sakura e Takuya. Todos, tiveram o mesmo choque e tanto o Takuya quanto a Sakura foram por muito tempo criticados, julgados e excluídos da sociedade, e a sua mãe fez questão de ser a primeira a fazer tal coisa, por mais que não concordasse na sua fuga. E, mais tarde, Takuya também teve de segurar outra barra. Agora, de assumir o filho que gerou na sua prima.
Hinata também foi apontada e criticada pelo seu envolvimento na fuga, mas nada que não fosse esquecido. Mas tudo isso já não importava mais. Você estava feliz, fez o que queria, o que sempre quis, com ele, sabendo que agora não terá nenhum obstáculo, em outro país, apenas vocês dois, juntos, amando um ao outro. Algo que poderia ser simplesmente improvável, mas que nunca deixará de ser extraordinário.
Fim
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24hrs por segundo - Baji Keisuke
FanficVocê era apaixonada por Keisuke, mas ele partiu seu coração ao te decepcionar todos os dias, descartando as mulheres depois de usá-las. Quem dera se você soubesse que ele te amava 24 horas por segundo. E agora, que está prestes a se casar com Takuya...