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NORTH DENVER 1977
Anya acordou sobre um colchão áspero, com o embaçado ainda cobrindo seus olhos, mas seus ouvidos captaram o som de Finney conversando com o sequestrador. Ela permaneceu imóvel, fingindo estar adormecida, até ouvir os passos pesados do homem mais velho se afastando.
Devagar, Anya se ergueu e sentou-se no colchão. Do outro lado, Finney estava andando de um lado para o outro, em visível aflição.
"Finney," chamou ela suavemente. Ele não respondeu, concentrado em discar um número em um telefone preto que repousava sobre a parede. Após várias tentativas infrutíferas, ele percebeu que o aparelho estava fora de serviço. Não funcionava. Suspirando, Finney se sentou ao lado dela, a expressão carregada de culpa.
"É minha culpa," ele murmurou, rompendo o silêncio pesado. "Se eu tivesse te ouvido, não estaríamos aqui."
Anya sabia que ele estava certo. Se Finney tivesse prestado atenção aos avisos dela, talvez não estariam presos naquele porão, à mercê de um velho pedófilo. A morte parecia iminente.
"Está tudo bem, Finney. Não sabíamos que ele era o sequestrador. Pelo menos estamos juntos," disse ela, tentando confortá-lo, apesar do pânico que lhe corroía por dentro. Seu coração batia acelerado, mas ela manteve a calma na voz, o que até ela estranhou pois era explosiva, igualmente uma bomba relógio. Finney deu um sorriso triste.
"Eu acho que vou tentar dormir," ela disse, buscando um momento de escape.
"Daqui a pouco eu também vou," ele respondeu, a voz carregada de resignação.
O porão voltou a mergulhar em silêncio. Cada hora que se passava era uma hora a mais perto de sua morte.
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Poppy estava em seu quarto, sentada na cama, cercada por lembranças congeladas no tempo. Ela segurava algumas Polaroids nas mãos, cada uma delas capturando momentos felizes com Robin, Bruce, Anya e Finney. Olhando para as imagens, ela revivia risos, aventuras e o calor da amizade. O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo som suave do virar das fotos.
