Os playboys de Enseada Rubra

696 82 189
                                    


Abri meus olhos um pouco desnorteado e a primeira coisa que vi foram cortinas balançando suavemente enquanto o sol aparentemente estava se pondo. Eu estava em um quarto desconhecido e não me lembrava de como havia chegado ali, tudo o que me lembrava era de ter me sentado aos pés da cama no barco de chão de vidro...

Na verdade... Minha cabeça ainda era um grande vazio.

Totalmente sem lembranças de quem eu era, quem eu fui e porque eu voei até ali, quer dizer, se eu voei até ali com algum objetivo ou foi só um acidente infeliz.

Suspirei e me ergui da cama dando uma olhada ao redor e percebendo que aquele definitivamente era um quarto bem masculino embora aberto e totalmente iluminado pela luz de fora, o quarto na verdade parecia uma grande redoma que levava a um jardim verdejante cuja janela/porta estava aberta e por isso as cortinas brancas e suaves se moviam ao soprar do vento cálido da tarde.

Então olhei para mim mesmo e vi que eu estava agora sem roupa da cintura para cima, minhas costelas estavam enfaixadas e elas eram o pior de mim, com hematomas e arranhões e a calça que eu vestia agora era de um pijama de ceda azul claro.

Não era a mesma roupa de antes e meus cabelos agora cheiravam a shampoo e não ao sal do mar ou seja... Alguém tinha me dado banho e me trocado, de novo.

— Finalmente a bela adormecida despertou.

A voz era conhecida e veio antes que Jeff Mercin entrasse no quarto.

Agora ele usava um macacão jeans despojado e parecia mais relaxado do que da primeira vez que o vi, claro, ele esteve atuando também, se passando por bêbado, mas agora... Parecia alguém dentro do seu próprio território e provavelmente era isso mesmo.

— Eu dormi por quanto tempo?

— Metade do dia, mas realmente precisava, suas feridas não estavam de brincadeira... Por que não me disse que estava em tão más condições?

Ele veio para mim, empurrou um dos lençóis da cama e se sentou ali displicente. Eu suspirei e me voltei para ele sem saber exatamente por que estava agindo assim... Talvez eu estivesse acostumado com homens se sentando na cama que eu dormia ou talvez o meu antigo eu do qual não recordava simplesmente não se importasse. De todo modo ele era o dono da casa e eu um hóspede perdido. Não havia muto a ser feito de todo modo.

— O que aconteceu, Jeff?

Perguntei baixo e ele me olhou por um curto espaço de tempo em que eu pude ver muitas perguntas naqueles olhos escuros e bonitos. Sim, ele era muito bonito, elegante, charmoso e uma vozinha quase inaudível dentro de mim sussurrou que ele era totalmente o meu tipo.

Quis desviar os olhos, mas não fiz, eu precisava saber como fui parar ali. Eu precisava parar de ficar no escuro...

— Você dormiu no barco e estava em um sono tão pesado que eu não quis te acordar e te trouxe adormecido para casa. Estamos na minha casa, a ilha Principesca. Percebi que você estava com um pouco de febre quando chegamos no quarto, então chamei minha irmã para examiná-lo, mas não se preocupe, foram as empregadas quem lhe deram banho e ajudaram minha irmã com os curativos. Eu podia ter feito, mas estava igualmente cansado. Só não apanhei como você... – Nisso ele se ergueu da cama e veio para mim tocando meu rosto – O que Daniel fez?

— Daniel...? – De início não entendi a pergunta e então me dei conta da conclusão que ele chegou e arregalei os olhos negando veemente – Não, não é o que parece! Eu caí, eu realmente sofri um acidente!

Me afastei dela esfregando meus cabelos de uma forma que para o meu corpo pareceu comum e eu acabei ficando feliz com aquele ínfimo detalhe. Eu tinha um tique, e isso era familiar... Me voltei para ele quando deixei os braços caírem. Sim, eu me sentia perdido, mas eu... Sentia que aquele homem a minha frente era uma boa pessoa.

CobiçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora