AVISOS:
. conteúdo de sexo explícito.
. as pessoas, lugares, ações, organizações e eventos nessa história são fictícios.
. 18 mil palavras.ATO I:
quando é como a chuva.
Amores.
Taehyung teve muitos, sempre teve.
Amores de estações, dias e horas. Amores que aqueciam sua cama em uma noite fria de inverno, e queimavam em um dia de verão. Amores que dividiam uma tarde de cerejeiras desabrochando e que não duravam até que as folhas caíssem e se tornassem verdes.
Amores de todos os tipos, daqueles que pareciam certos, que pareciam errados; que pareciam queimar seu corpo, mas não chegavam ao seu coração. Taehyung colecionava amores, de todas as idades, amores que formavam um leque feito as paletas de cores do teatro.
Taehyung era um homem apaixonado, o verdadeiro significado de aficionado.
Mas, ao contrário do que muitos pensavam, Taehyung não acreditava no amor, ou, talvez, não acreditava que ele era para o amor. Acreditava que amores e amor eram diferentes, que soavam como duas vertentes: uma que queimava o corpo, ardia e tremia, em uma promessa muda de que não ficaria mais que uma noite. A outra, que aquecia o coração, transbordava sentimento através do toque, da compreensão e do acolhimento, mas que fazia falsas promessas de se manter por muito tempo.
No final das contas, a única coisa que os diferia era o tempo: um durava muito, outro não durava nada.
Taehyung aprendeu que não sabia o que era amor aos quinze, quando o seu mundo ruiu ao ver os pais se separando, ao ver o seu exemplo de amor morrendo como aquelas flores amarelas estúpidas que seu pai levava para casa de vez em quando; morrendo de forma fria e seca. Viu o amor que acreditou ser para sempre se tornar ódio, viu que, mesmo o significado da palavra sendo bonito, ele podia ser triste, doloroso e feio; podia trazer mais dor que um corte fundo, feito o que cuidou na mão de sua mãe quando ela espatifou o vaso que guardava aquelas malditas flores no chão, ao tentar jogá-lo na direção do seu pai, mostrando que o sangue escorrendo feito uma torneira aberta era pouco perto da quantidade que se esvaía do coração dela.
Alguns diziam que Taehyung não conseguir amar verdadeiramente alguém era trauma; outros diziam que só era algo dele. Mas a verdade era que, como bom estudante de teatro, Taehyung se transformava em cada um dos seus personagens, então amava, odiava, gritava e chorava, cada dia uma nova jornada criada pelo seu drama. Cada um que passava pela sua cama deixava um pedaço por ali, um que se encaixava nas suas curvas e moldava seu corpo, seu gosto e sua fama, por onde quer que ele fosse.
Taehyung gostava muito de ser tocado e beijado; gostava de sentir o calor compartilhado e fugir de olhos encantados. Seus beijos eram quentes, tão quentes que ferviam o sangue e explodiam em um prazer beirando o canalha, que preenchia todo o seu corpo de marcas temporárias.
Marcas como aquela que pintava sua clavícula exposta pela camisa branca aberta até o peito — mesmo que estivesse frio —, que metade daquele teatro enxergava como algo um tanto costumeiro; algo que poucos ali já tinham feito.
— Será que dá para você fechar essa camisa? — Yoongi perguntou, levando a mão nervosa até seu peito, firmando os dedos no tecido. — Eu não aguento mais essas pessoas torcendo o pescoço para cá e cochichando sobre esse hematoma na sua pele.
— Vai mudar algo se eu tapar?
— Pelo menos vão parar de olhar. — Yoongi largou o texto que fingia ler, virando o corpo para o seu e fechando os botões até o penúltimo. Talvez seria demais se ele fosse até o último, seria um desespero bem estúpido. — Pronto, é melhor assim.
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BLOW | taekook
FanfictionAmor não era o mesmo que amores, pelo menos assim pensava Taehyung. Amor era para uma vida inteira, se assim fosse possível, enquanto amores tinham um prazo curto que não duraria até o outro dia. Taehyung sempre dizia que não era feito para o amor...