Vivo em Utopia consumida pela agonia de viver,
As flores que aqui nasciam já secaram há muito tempo,
A esperança se esvaiu faz algumas semanas.
Ela me deixou, me largou aqui no frio, jogada sarjeta.
Minhas ilusões me mantém,
Nem sou capaz de enfrentar a dura realidade,
Quero apenas ser levada juntamente com as folhas que passam por mim.
É deplorável a situação que me encontro,
Me lamento constantemente,
E quero me sufocar, compulsivamente.
Em seu teatro em algum momento fui atriz principal,
E agora não faço parte nem dos bastidores.
Eu a vejo lá, brilhando naquele palco,
Todas as luzes em sua direção
"Ó a mais bela perfeição".
Acho que no fim do espetáculo percebi que ela era apenas uma ilusão,
Atriz mais bela, dona do meu coração era um vasto delírio.
Me senti corrompida, afogada por este mundo poluído.
Minha alma se foi, minha mente se tornou insana e meu corpo ou que restou dele, é uma vasta podridão.
Os vermes andam por minhas entranhas,
Me tornei uma casca vazia, pó.
Vítima da minha própria ignorância, afogada na ganância.
A ilusão foi acreditar que ela existia ou que estava aqui.
A realidade me matou, que crueldade!
Agora meu corpo se tornou parte da terra, já não existo mais.