Victor

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Victor abriu os olhos e estava confortável em sua cama. Ele olhava pela janela do quarto e via que estava um lindo dia de sol, o que era ótimo, porque ele adorava os dias quentes, porque estes sempre rendiam sorvetes e sucos deliciosos durante a tarde.

Ele estava ansioso para sair e brincar com seus dois melhores amigos mas, naquele momento, ele percebeu que havia um problema para resolver: havia um gato laranja que o encarava com dois grandes olhos verdes. O problema era esse. Ele não tinha um gato.

Disposto a resolver aquilo, Victor levantou e saiu a procura de seus pais, mas se ele tivesse ficado onde estava e somente gritado, não teria caído no chão, porque foi aí que tudo começou.

Ele começou a deslizar por um longo escorregador, o que era impossível, já que deveria haver um chão ali. Mas ele estava, de fato, escorregando e ficando preocupado pensando se haveria um chão para parar e esperava que fosse macio.

Depois de algum tempo escorregando, ele percebeu que o gato estava junto com ele. Sabendo que o gato era responsável por aquilo, e nem precisou de uma confirmação, já que o gato era o único no quarto e Victor sabia juntar as peças desse enigma, ele supôs que o gato o estava levando para a Terra dos Gatos que ficava em algum lugar mágico e que precisavam da ajuda dele, que era um garoto muito inteligente, para alguma aventura. Ele não estava totalmente enganado.

Soube que estavam chegando no final daquele caminho, quando o gato ficou nas quatro patas e aquele era o movimento para o gato cair sem se machucar. Victor não teve tanta esperteza e caiu esparramado no chão macio, que era verde e cheio de pontinhos brancos que pareciam ser minúsculas flores. Ele ficou encantado com o lugar onde estavam: havia um laguinho, algumas árvores e aquele chão verde era um lindo campo, que se estendia a perder de vista, não fosse pelas caixas de papelão ao longo do caminho. Era a Terra dos Gatos, isso ele tinha certeza e ficou muito animado, porque ele realmente gostava de gatos e esperava que estes gostassem dele.

Caminharam, ele e o gato, até chegar em uma das caixas que parecia ser a mais bonita. Era grande e facilmente passou pela porta, nada muito elegante, porque era somente uma porta recortada em uma caixa de papelão. Lá ele foi recebido por lacaios-gatos, que usavam um chapéu preso na cabeça, entre as orelhas. Os guardas empunhavam pequenas espadas que ficavam presas em suas costas e sorriram ao ver Victor passar.

Diante de si, viu uma almofada azul e dourada e havia um grande gato gordo deitado. Ele tinha uma coroa muito bonita, que reluzia com várias pedras engastadas, brilhando na luz. Mas o Rei gos Gatos não estava feliz, e contou para Victor que a Terra dos Gatos estava sofrendo com o Reino da Bruxa do Norte, que enviava velozes bolas de lã e prendiam os gatinhos em um emaranhado de fios que levavam dias para desfazer. Ele precisava de ajuda para combatê-las, porque era muito difícil. A rainha desse Reino era muito cruel e não gostava de ver os outros felizes, então criou bolas de lã gigantes para acabar com a alegria dos pobres gatos.

Victor ficou triste por saber que mesmo naquela bela terra verde havia maldade e prometeu para o Rei que ele ajudaria a resolver o problema. Trataram de planejar a melhor maneira para chegar até o castelo da rainha, mas descobriram que não gostavam de brigas e resolveram que o melhor seria ir até lá e conversar. Juntaram uma dezena de gatos, bem guarnecidos de ração de gato molhadinha, água e algumas coisas de humano para Victor e, juntos, partiram para aquela aventura.

O caminho não era difícil, nem assombrado. Era triste. Assim que deixaram a terra dos Gatos, tudo perdeu a cor. Os campos foram ficando cor de cinza, as flores e árvores ganharam um tom desbotado e somente o céu permaneceu azul, porque aquele era um lugar onde a rainha não tinha poder. Pelo menos com o sol, eles estavam aquecidos e olhavam para aquela imensidão azul sempre que se sentiam desanimados da aventura.

VictorOnde histórias criam vida. Descubra agora