Capítulo 46

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-Não, amor, eu não estou grávida. -Dissera Anahi para Alfonso se acalmar logo.

Estavam no começo do recomeço do relacionamento deles, haviam muitas coisas para superar ainda e um bebê não estava nos planos do casal. Anahi sentiu a necessidade de negar logo as desconfianças dele antes que o mesmo caísse duro ali mesmo, diante de seus olhos. Mas como ela explicaria toda a história de como o teste fora parar em sua bolsa sem entregar a amiga?

-Então me explica o teste. -Pede ele voltando a se acalmar aos poucos.

As portas do elevador foram abertas e os dois passaram por ela. Caminharam pelo corredor em silêncio até Alfonso abrir a porta de seu apartamento e, então, Anahi fora a primeira a entrar.

-Eu não posso te contar. -Ela dissera somente, para o terror da curiosidade dele.

-Eu sou seu namorado. Achei que não ia ter segredos entre a gente. -Ele contesta e ela se sente culpada, enquanto ele da as costas para fechar a porta.

-Acontece que esse segredo não é meu, eu não posso contar. -Ela justifica seus atos.

-Uma das meninas está grávida! É isso?. -Pergunta ele tentando juntar as peças.

Anahi se senta no sofá e observa sem dizer nada enquanto ele continua, pensativo.

-Só pode ser uma das meninas, isso explica porque as três não largavam o celular na van. Também explica o motivo de terem fugido da comemoração, vocês queriam ficar sozinhas mas infelizmente você disse que ia vir pra cá. -Ele diz e Anahi fica boquiaberta com tanta precisão em observar os detalhes.

-Desde quando ficou tão observador?. -Ela pergunta franzindo o cenho. -Você não era assim.

-Eu aprendi com o tempo. -Ele da de ombros. -Mas me conta, é Mai ou Dul?. -Ele se senta ao lado dela, bem próximo, com os olhos brilhando em expectativa para receber uma fofoca quentinha.

-Não vou dizer. -Anahi empina o nariz, decidida. -Não adianta, você não vai me convencer. O segredo não é meu!. -Ela dissera por fim.

-Tem certeza? Nem com mil beijinhos?. -Ele pergunta fazendo charme.

Era óbvio que ela não ia receber literalmente mil beijinhos, mas a idéia de receber alguns a agradou bastante. Só que ainda assim, ela teria que ser fiel a sua amiga e, se ela não se sentia a vontade para contar, não era Anahi que o faria.

-Só eu sei o quanto dizer isso vai ser difícil mas... -Ela respirou fundo e fingiu sentir uma dor no peito. Fazer drama era seu maior dom. -Não, amor, nem mil beijinhos seus me faria te contar.

-Ah, tudo bem. -Ele da de ombros.

-Tudo bem?.

-Tudo. Mas eu ainda te daria mil beijinhos. -Ele propõe. Qualquer outro homem se envergonharia e se sentiria menos másculo falando desse jeito, mas Alfonso estava acostumado com Anahi, eles sabiam se comunicar na mesma língua. 

-Sem pedir nada em troca?. -Ela pergunta tentada.

-Contanto que você retribua todos, já está de bom tamanho. -Ele sorri e ela faz o mesmo antes de se aproximarem e iniciarem um beijo.

...

Quando Dulce chegara em casa e se deparara com a casa sozinha para ela, pensou que assim teria menos preocupações. Mas ela estava redondamente enganada.

Livre de distrações, seus pensamentos quase gritavam, era torturante. E ao passar pela cabeça que talvez ela nem devesse se preocupar tanto porque talvez ela nem estivesse mesmo grávida, a deixava ainda mais irritada.

Então ela subiu as escadas que davam acesso ao seu quarto, decidida a tirar de uma vez por todas aquela dúvida.

Ela fechou a porta do quarto quando passou pela mesma e tateou sua bolsa em busca to teste. Ela olhou e mexeu várias vezes até finalmente se lembrar de que Annie tinha pegado e provavelmente esquecido de devolver.

-Droga!. -Ela xingou pensativa.

Era tarde da noite mas ela conhecia uma farmácia que ficava aberta vinte e quatro horas, era só ir até lá e comprar outro teste. Mas como ainda estava com o corpo cheio de brilho e uma maquiagem forte que usou durante o show, precisava de um banho antes.

Fora o banho mais rápido da história apesar de ter sido um pouco difícil tirar todo aquele brilho corporal.

Dulce vestiu roupas limpas e confortáveis, usava até um casaco com capuz. Não fazia tanto frio mas ela preferia não ser reconhecida. Ela adoraria tirar foto com os fãs em qualquer outro momento, mas que não fosse aquele.

Ela se perfurou, calçou os sapatos e com as chaves do carro em mãos, partiu.

Fora na primeira farmácia aberta que encontrou e comprou três testes ao invés de um, seria melhor tirar todas as dúvidas, um falso positivo a assustaria tanto quanto um verdadeiro.

Ela dirigiu devagar no caminho de volta para casa, já estava com os testes em mãos então o medo da resposta se confirmar, a fez adiar a chegada.

Só que em algum momento ela chegou. Subiu as escadas que davam acesso ao seu quarto novamente, desta vez, com uma sacola nas mãos. Ela leu e releu as instruções na caixa antes de se dirigir ao banheiro.

Seu medo era tanto que após seguir tudo que as embalagens dizia, ela saiu de dentro do banheiro deixando os testes lá sobre a pia como se fossem explodir em suas mãos.

Várias coisas se passavam em sua cabeça enquanto ela esperava o tempo necessário que os testes pediam. Desde de quais cuidados tomaria caso desse negativo para não ter esse susto outra vez e, o que ela faria a respeito caso desse positivo. O que ia seguir, se contaria para Ucker ou iria fingir que ele não existia.

Seu ex, Paco, sempre quis ser pai e Dul sempre fugia dessa conversa. Apesar do desejo de se tornar mãe, não se sentia pronta. Ela ainda não estava e ainda mais nessas circunstâncias. Mas pronta ou não, ela tinha que encarar a realidade e consequências de suas ações.

-Por favor três negativos. -Ela torceu e respirou fundo antes de se dirigir para o banheiro. 

Ela caminhou de olhos fechados, conhecia cada canto de sua casa com maestria então isso não fora difícil. Difícil mesmo fora reunir coragem para abrir os olhos e encarar a verdade quando sentiu que estava de frente para a pia, de frente para os testes.

...

Reencontro De Seis Almas - RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora