Capítulo 1: Rosas Despedaçadas

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 Por volta das sete horas da manhã, Rosé sai do hotel em que estava hospedada. Ela decide ir até uma cafeteria próxima dali, seguindo a pé, sozinha, e por uma extensa calçada. O céu está completamente nublado, o ar é gelado, e o vento, está contra a direção de Rosé, fazendo com que as folhas voem ao redor dela. Também existe um mar a alguns metros dali, que está totalmente quieto.

 Estava muito frio, Rosé usava um sobretudo longo azul escuro e um cachecol vermelho. Era seu cachecol preferido, que combinava com seu batom. Ela estava com seu cabelo amarrado, e andava devagar, com as mãos dentro dos bolsos de seu sobretudo.

 “Ah... Me desculpe”, disse um jovem rapaz ao esbarrar em Rosé na calçada, no meio do caminho. Ele estava andando muito rápido e olhando para seu celular, então não viu ela em sua frente. Ele estava realmente com muita pressa, a ponto de nem reconhecer que era a Rosé.

 “Tudo bem...”, diz Rosé com uma voz baixa e melancólica. Ela suspira, olha para baixo e segue sua caminhada, não dando a mínima importância para o que acabou de acontecer.

 Rosé está triste, sua mente parece vagar solitariamente. Seu semblante é vazio, como se tivesse perdido algo muito valioso e nada mais importasse para ela agora.

 Ela finalmente chega até a cafeteria. Não tinha ninguém por lá ainda, a não ser os atendentes. Aquela era sua cafeteria predileta, ela conhecia todas as pessoas que trabalham lá antes mesmo de se tornar famosa, e todos sempre à trataram muito bem. Pelo lado de fora, as paredes da cafeteria são feitas de madeira, um carvalho escuro e robusto. E por dentro, a decoração é simples, mas sofisticada. Rosé amava a sensação aconchegante e calorosa que aquele lugar trazia para ela. Além disso, é nesse lugar que seu cappuccino favorito vive.

 Ela se aproxima do balcão e Lucy, uma das atendentes, cumprimenta Rosé e diz a ela: “Nossa, há quanto tempo não te vejo! E você veio incrivelmente cedo hoje, acabamos de abrir” Rosé levanta um leve sorriso com os lábios, depois sua expressão vazia toma conta de seu rosto novamente. A atendente percebe isso, mas decide não fazer nenhum comentário. Então ela pergunta: “Vai querer o de sempre?”

 Rosé concorda com a cabeça e não diz nada. Ela se senta, e começa a olhar para fora através da grande janela de vidro da cafeteria, que está ao seu lado direito. Por alguns segundos, ela observa o mar, que está completamente calmo e parado, não há nem mesmo uma única onda pelas águas.

 Então, a atendente serve um cappuccino para Rosé e o coloca encima da mesa, na frente dela. Ele é servido com um coração desenhado dentro da xícara, por cima do cappuccino. Rosé sempre costuma ficar muito feliz ao ver seu cappuccino favorito bem na sua frente e normalmente não consegue conter sua alegria, mas desta vez, ela nem sequer esboçou um simples sorriso.

 Rosé agradece a atendente e sente seu celular vibrar dentro do bolso de seu sobretudo. Ela desliza sua mão até o bolso e liga a tela do celular. Ela recebeu uma mensagem de sua amiga, Liz. “Está se sentindo melhor?” Perguntou Liz na mensagem. “Passei em seu hotel mais cedo, mas me disseram que você tinha acabado de sair não faz muito tempo. Não sei onde você está, mas sei o quanto você precisava de um tempo sozinha. Depois de tudo que aconteceu, não consigo imaginar como você deve estar se sentindo... Entendo o fato de você querer ficar longe de tudo e de todos por um tempo, mas não posso evitar de ficar preocupada, por favor, me ligue quando você puder.”

 Rosé apaga a tela de seu celular assim que lê as mensagens, e o coloca encima da mesa com a tela virada para baixo. Ela suspira profundamente, depois, esfrega levemente suas mãos contra seu rosto. Em seguida, apoia suas mãos em seu colo, sobre suas pernas. E enquanto começa a encarar seu cappuccino, uma lágrima sutil escorre lentamente pelo lado direito de seu rosto.

Te Amarei Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora