Capitulo 3 - O passado de uma nação

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Na Arena Valhalla, o clima estava cada vez mais tenso. Quatro camarotes flutuavam sobre o campo de batalha, e em um deles, o pai de Guaraci, sentado em um sofá mais dourado que o próprio ouro, observava com desgosto o desempenho de seu filho. Seu olhar era pesado, e ele rangia os dentes enquanto assistia, incapaz de disfarçar o desprezo que sentia

Enquanto isso, na arena, Guaraci se preparava para mostrar sua verdadeira força. Sua expressão era séria, os olhos fixos em Alexander, como se estivesse determinado a encerrar aquela luta de uma vez por todas

- Agora você verá minha arma divina - Guaraci declarou, com uma voz firme - Eu não posso perder -

De repente, uma luz brilhante e um calor avassalador invadiram a arena. O calor era insuportável, e Alexander começou a suar intensamente, enquanto sentia seu rosto ser queimado pelo calor intenso. Ele olhou ao redor, confuso, tentando entender o que estava acontecendo

- O quê? O que é isso? - Alexander perguntou para Kõri, sua voz vacilante - Esse... esse calor... -

Antes que pudesse terminar a frase, o calor começou a consumi-lo. A consciência de Alexander foi se apagando, seu corpo fraquejando, prestes a desmaiar. Mas, antes de sucumbir completamente, uma voz familiar ecoou em sua mente

- Você não vai desmaiar agora, né? - Kõri disse, sua voz firme

Imediatamente, Alexander recuperou a consciência, sentindo uma nova onda de energia o revitalizar. Ele olhou para frente e viu uma luz descomunal, intensa e ardente. Parecia que o próprio sol havia descido à arena, cercando tudo com um mar de fogo

No meio daquela visão abrasadora, Alexander foi transportado para uma memória antiga. Ele se viu no passado, ainda bebê, com flechas flamejantes cruzando o céu. Ele estava sendo carregado por uma figura que sabia ser sua mãe, mas, estranhamente, o rosto dela estava embaçado, como se seu subconsciente bloqueasse a lembrança

- Rápido, leve-o e o esconda. Assim que derrotarmos os invasores, entregue-o ao pai dele - disse a mulher, sua voz carregada de urgência, falando com um soldado que também estava envolto em sombras

- Sim, senhora. Eu o levarei a um lugar seguro e o protegerei com minha vida - respondeu o soldado, virando-se e correndo com o pequeno Alexander nos braço

A mãe de Alexander deu um último grito, cheio de amor e desespero

- Eu te amo, Alexander. Você será o maior rei de todos! -

E então, flechas incandescentes caíram do céu, atingindo-a sem piedade. Ela tombou no chão, sem vida. Para Alexander, aquela cena, embora rápida, pareceu durar uma eternidade, como se cada segundo fosse um século

O soldado, com o jovem príncipe nos braços, correu por um beco estreito, tentando escapar. Mas logo eles foram cercados por soldados inimigos. Sem ter para onde fugir, o soldado se ajoelhou, aceitando o destino iminente

No entanto, no momento em que tudo parecia perdido, uma figura poderosa surgiu diante deles. Um homem de cabelos loiros compridos, penteados para trás, com duas cicatrizes formando um "X" sobre o olho direito. Ele usava uma armadura dourada, adornada com o símbolo de uma cruz da Igreja Ortodoxa. Seus olhos azuis-escuros brilhavam, e uma cruz dourada ofuscante reluzia em seu peito

- Por que você está ajoelhado? - o homem perguntou, sua voz carregada de autoridade

- O quê? Meu senhor, por favor, ajude-nos! - implorou o soldado, desesperado diante da figura imponente

A figura imponente do homem, agora revelado como o rei Jeroslau, movia-se com propósito após derrotar os soldados inimigos. Com passos firmes, ele voltou ao soldado que ainda segurava o pequeno Alexander nos braços, e seu olhar, antes cheio de determinação, agora refletia tristeza e resignação

Crepúsculo dos Deuses: O Último DesafioOnde histórias criam vida. Descubra agora