O sol raiava pela quarta vez em meu quarto no condado de Morris. Meus olhos não tinham mais a alegria de agradecer a vida e sim o desejo deplorável que ela acabasse.
Violet Morris, a única nobre que nunca teve um rumor que pode sujar seu nome, a mulher cuja foi cortejada pelo o imperador e a única a recusar a sua oferta de casamento. Minha vida parece um conto de fadas para muitos, mas para mim é bastante deprimente. Me acostumar com o silêncio foi uma das coisas que tiraram a minha emoção de viver, mas a principal foi o casamento sem amor.
— O Conde pede sua presença no café da manhã —Dizia a empregada enquanto me arrumava.
Eu já ouvi essa história quatro vezes, ele pede para acompanhar-lo no café e então anuncia o meu noivado, que patético clichê.
— Eu saúdo meu pai, o Conde —Eu disse ao entrar na sala, sem dar sorrisos ou bom dia.
— Parece um pouco triste essa manhã minha filha, ouve algo? —Perguntou-me a Condessa, minha mãe.
Eu sempre reencarno no dia que foi anunciado meu noivado, que é exatamente três dias antes do meu décimo nono aniversário. Um fato curioso sobre todo essa reencarnação e que eu nunca me lembro de como ou quando morri, e isto me deixa muito incomoda.
— Estou bem mãe, só um pouco cansada pois passei a noite há ler. —Mentira não é a coisa certa, porém em quatro vidas eu sempre disse isso.
— Bom... Temos algo muito excitante á te contar —Disse minha mãe empolgada, nada muda mesmo.
— O que poderá ser? Será que é notícias sobre meu irmão gêmeo? —Eu disse empolgada ironicamente, o que fez recuarem a emoção.
— Cof~ Cof~ Não. —Resmungou meu pai.
— Chega de enrolação! —Minha mãe deu um pulo da cadeira, me assustei, essa era nova. — Você está noiva do senhor Corsoa!
Após o anúncio "emocionante" de minha mãe ser feito um silêncio dominou a sala na qual estavamos, estou tão acostumada com a ideia de ser casada com tal que esqueci de atuar.
— Filha? —Resmungou meu pai.
— Oh me desculpe, estou tão surpresa que acabei ao ficar sem reação —Eu disse ao pôr a mão na boca e lamentar a falta de emoção, odeio isso.
— Oh certo, entendo —Minha mãe disse um pouco envergonhada e se sentou. — Minha pequena violeta já é uma flor adulta.
Violet, o nome a qual foi me dado pela cor de meus olhos serem violetas. Muitos achavam estranho esta cor de olhos, já que não seguia o padrão verde e azul. Eu nunca me importei, ser diferente é bom.
— Mãe perdoa-me, eu estaria muito feliz ao me casar —Mentira, só mentiras saim de meus lábios.
Levi, meu noivo, me abandonou e me deixou sozinha após ir para uma guerra, nobres e nobres só diziam que ele não voltaria e foi isso que realmente aconteceu. Levi foi a guerra em minha primeira vida e nunca mais voltou, parece até egoísta dizer que ele me "abandonou", porém ele antes de partir havia dito "morra sozinha, porque será mais doloroso para nós".
— Tudo bem minha filha, se já terminou de comer pode voltar ao seus aposentos e descansar —Ela disse preocupada com minha feição.
— Certo, estou me retirando —Tanto esforço para me criar, para que me faça casar com um bastardo desses.
Marquês Williamy Levi II De Corsoa, o segundo filho do Marquês Bens Levi De Corsoa e da Marquesa Lolita Hanz De Corsoa. Há um tempo atrás meu pai teve sua vida salva pelo Marquês De Corsoa e por este fato estava em dívida com ele, esta dívida foi paga como meu casamento.
Cabelos negros e olhos azuis sem vida ou luminosidade, eram as primeiras características de Levi que deixavam as nobres enlouquecidas por usa beleza. Nunca fui cativada pela beleza de meu esposo, por mais que eu reconheça que ele era um dos nobres mais lindo do império Kastia.
Olhos violetas e cabelos negros igual a um corvo, eram as minhas principais características. Eu era a segunda nobre considera mais linda do império, perdendo somente para a princesa herdeira Louise Miranda La Costa de Kastia, que era extremamente bela. Como meu esposo é sobrinho do imperador, tanto os príncipes quantos as princesas possuem olhos azuis marinhos como os seus, já que são a principal características dos Falcões Azuis, a casa do imperador.
— Senhorita Violet... —Disse a empregada ao entrar. — Chegou uma carta da casa Marquês.
— Ótimo, deixa-a na mesa —Eu respondi enquanto observava a vista da minha janela, sentada em uma mesa em meus aposentos.
Meu objetivo nesta vida é quebrar a maldição da reencarnação, então terei que visitar uma bruxa ou um vidente. Neste mundo a magia é usada somente para proteger o império ou para ser curandeiro e médico, caso ao contrário você é morto por ter um dom e usá-lo somente para benefício próprio.
"Sino Tocando"
— Uf~ Uf~ chamou Condessa? —Disse a empregada ao abrir a porta.
— Qual é seu nome? —Perguntei ao encara-la friamente. Quando um nobre pergunta o nome de um empregado significa que ele quer sua confiança entre outras coisas.
— Me chamo Belinda —Ela ao baixar a cabeça para me cumprimentar.
— Certo Belinda, a partir de hoje você serve somente a mim e só recebe ordens vindas de mim, está claro? —Eu disse ao me aproximar dela fazendo-a jurar fidelidade somente para mim.
— Sim Condessa Violet Morris, eu a partir de hoje juro fidelidade a só uma senhora. —Ela disse ao se curvar perante mim.
Em uma das minha vidas passada Belinda me acompanhou como serva fiel até a morte, ela se recusou a dar informações sobre mim para o Marquês, e então teve a línguas cortada para sempre.
— Ótimo, me veja um serviço para arrumar espiões de alto escalão. —Eu disse ao sentar no meu sofá.
— Sim minha dama. —Ela disse e logo se retirou.
O motivo pelo qual quero um espião, e para nesta vida saber de tudo sobre o Marquês antes de me casar. De todas as minhas quatro vidas em somente uma eu fui feliz, na qual eu implorei para o Marquês não ir a guerra e ele realmente não foi, ficamos juntos por muitos anos sendo felizes mas então eu morri e reencarnei trinta anos antes, e não entendi o motivo.
— Qual será a maldição que Deus me deu? —Resmunguei ao olhar para o sol que sumia ao encontro do chão distante.
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Marquês! Só dessa vez, não me abandone.
Roman d'amourMe chamo Violet Morris, do condado Morris. Eu sempre fui uma nobre delicada, na qual sempre ia para bailes e nunca perdia a postura. O maior erro da minha vida, ou de duas, foi me casar com o marquês Williamy Levi II De Corsoa, meu amado e odiado es...