Capítulo 18

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ROBERT BARATHEON

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ROBERT BARATHEON

O céu estava escuro e não se via muitas estrelas, talvez porque as árvores impedissem que suas luzes refletissem sobre eles. Mas ele podia ver a sombra da princesa Elia descansando sobre uma árvore.
A mulher estava sentada em uma posição não muito confortável deduziu o homem, mas ele surpreendeu-se que uma princesa dormisse de qualquer forma. A mulher parecia muito abalada, mas ainda sentia confiança em dormir perto dele. Ou talvez ela estivesse fingindo, ou quem sabe seu cansaço era muito maior agora que está carregando uma criança. O filhote de dragão deve ter crescido mais desde o dia em que ele a levou.

Olhando para trás, o Baratheon sentiu algumas tristezas. O que ele falaria para Ned quando o encontrasse, se o encontrasse. O que ele falaria para Lyanna? Mesmo que ela tenha se interessado pelo príncipe com seus trejeitos de menininha, ela ainda era sua noiva. Mas o que ela pensaria dele agora? Um sequestrador de princesas indefesas? Ou quem sabe um mostro que gosta de ferir mulheres grávidas?

A mente do homem era sua maior inimiga nesse momento. Ele gostaria que as estrelas pudessem esclarecer suas ideias, que pudessem iluminar seus pensamentos em algo mais otimista. Mas todas as estrelas exceto frias e distantes para ele, mesmo que breves flertas de luzes fossem vistas.

A princesa gemeu ao se mover. Uma árvore com uma raiz como aquela não era tão confortável como a cama macia e as almofadas de plumas e penas que ela era acostumada, mas como uma amadora até que ela estava indo bem ━ Robert pensou.
Pouco se via de Elia naquela escuridão, seus fios grossos como um cascalho e negros como um corvo se camuflavam à obscuridade. Sua pele que era luminosa como ouro estava opaca na arte da falta de iluminação. E não se podia observar seus olhos ébano, que estavam escondidos sob suas vistas fechadas e grandes escuros que faziam sombra em seu rosto mesmo estando com pouca luz.

Robert não era um homem cego. Ele viu que a beleza exótica da princesa chamava atenção ━ especialmente de homens como ele. Ele se sentiu seduzido por ela assim que bateu os olhos em sua direção. Ela era encantadora, uma ótima mãe e uma ótima esposa. Era o que diziam, e o que parecia. Pouco se dizia de sua beleza, apenas que era uma princesa gentil. Com o tempo em que ficou perto de Elia, Robert sente que a falta de músicas para contemplar a beleza da princesa uma ofensa! Ela era irritantemente linda, e isso só fez a fúria que sentiu por Rhaegar aumentar.

Ela era tão meiga, gentil e obediente. O que mais um homem pode querer? Tudo bem que não querer dividir a cama com ela a vida toda, mas desejar a noiva de um Senhor de uma grande Casa é pedir demais! Com tantas donzelas solteiras o desejando.

Uma mulher generosa, tão gentil... que se mostra cada vez mais abusada e ousada em suas palavras ácidas. Talvez o dragão dentro de sua barriga venha a influenciar isso, ou seu sangue de cobra apenas saciado com sua natureza. Pode até ser as duas opções, a princesa tem sangue valiriano, assim como o próprio Robert.

Robert ri em seu interior ao pensar em ver o rei tendo que aceitar a menina Lannister como esposa do seu precioso filho se seus pais e a mãe de Elia fizeram casado os dois antes ━ algo longe de ser possível, mas o garoto estava cansado e estava gostando do que sonhava.

Deitou próximo de Elia, estava frio e precisa de algum calor. Mesmo não querendo acordá-la, ele não tem muita certeza se ela continuou dormindo depois que seus braços a acolheram em seu corpo. A mulher estava fria como um cadáver e tremia demais. Isso fez com que ele se arrependesse de não ter reacendido a fogueira que já estava sem fogo algum.

Robert não soube exatamente quando dormiu, apenas que concordou com o cavalo inquieto. Seus olhos foram se adaptando a leve clareza, o céu estava rosado, estava amanhecendo. Um sinal de alerta soprou em seus ouvidos quando notou o animal incomodado. Levantou-se rápido e bateu seu martelo que estava próximo de si. Ele olhou para a princesa, que continuava dormindo, e ficou esperando que quem quer que fosse ou que fosse aparecesse logo.
Saindo do meio da escuridão, apareceu um homem que aparentava ter seus vinte e poucos anos ao seu lado estava um menino, não tinha mais que dez. Robert transmitiu ao notário que eles estavam assustados.

━ O que trazemos aqui? ━ Robert disse ainda em posição de ataque, ele não baixaria a guarda.

━ Finalmente encontrei, meu senhor, estamos aqui a mando do senhor seu irmão, Stannis. ━ o homem respondeu amedrontado.

Um gemido foi ouvido. A princesa estava de acordo, mas Robert não olhou para ela, seus olhos azuis ameaçadores continuavam na dupla a sua frente.
Ele riu tão forte do que o homem falou que sentiu uma leve pressão em seu interior.

━ Eu tenho como um jovem tolo? ━ Sua feição escureceu e os estranhos se encolheram ━ Não há evidências de que meu irmão os enviou-

O menino interrompeu Robert, que olhou para a criança com um olhar de morte.
━ Desculpe meu lorde, mas temos algo que prova que lorde Stannis nos invejou aqui.

Corajoso. Robert curvou-se a isso ao notar que o menino, mesmo com medo, ainda continuava em pé em meio à sua procela de sensações. Ele era dos arredores de Ponta Tempestade, todos lá são tão fortes quanto as pedras do castelo de seus senhores.

━ E o que seria, pirralho?

O menino foi se aproximando do homem grande e grotesco à sua frente e estendeu a mão, um bilhete com o selo de um cervo.
Ele pegou e leu as palavras que continham na carta, cada linha ele ficou mais desesperado. Então era isso, agora é guerra.

Robert finalmente olhou para a princesa que estava amarrada aos pés de uma árvore. Ela o observava com um olhar refinado e selvagem. Elia estava com uma aparência completamente selvagem, seus grossos fios escuros estavam sem os penteados chiques, seu belo rosto fino estava sujo e seu vestido caro cuidado trapos velhos, agora sujos e rasgados. Seu olhar, que vinha de baixo para cima, transparecia tanto ódio, ela parecia etérea até aquele estado. Vê-la nessas condições trouxe um gosto amargo à sua boca, mas em seu íntimo aquilo o excitou. Ela estava tão vulgarmente vulnerável e ainda assim se negava a abaixar a cabeça para o homem que podia facilmente fazer picadinho dela. Isso era tão excitante para o Baratheon, que se não fosse o conteúdo escrito por seu irmão, sem dúvida naquele momento ele estaria de pau duro.

━ Todos desconfiam que estou indo para lá, não seria burrice demais ir para lá? ━ ele questionou depois de amassar o papel em sua mão.

━ Não meu senhor ━, o homem respondeu ━ essa possibilidade é tão óbvia que nenhum dos senhores acha lógica.

Robert logo ficou mais desconfiado, ele olhou para o menino e depois para a princesa que estava em alerta.

━ Então acho melhor irmos andando. ━ Robert disse e foi até Elia para desamarra-la.

━ Espere, meu senhor! ━ o menino chamou ━ Não é seguro que ela vá assim, ela precisa trocar suas vestes.

Robert bufou e virou-se para o menino sem se levantar. A criança estendeu uma bolsa onde tirou um vestido simples e longo da cor marrom e duas capas da mesma cor.
O Baratheon deu ombros e voltou para Martell, mas uma vez que o encarava incrédula.

━ A maneira como você confia neles... você é exatamente o que tanto nega ser. ━ ela falou com um sorriso presunçoso ━ um jovem tolo.

━ E você nunca aprende quando é a hora de segurar sua maldita língua! ━ ele respondeu segurando seu pescoço sem apertar.

Seus rostos estavam vindo demais um do outro e Robert se sentiu extremamente tenso e voltou a desatar os nós da corda que a segurava sem olhar novamente para os olhos quentes da Princesa de Dorne.

𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐮𝐧𝐝𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora