— Não fazia parte dos meus planos você passar da porta do meu apartamento. Mas, aqui estão os danadinhos! — apontou para os gatos reunidos todos em volta da mãe, que portava uma coloração amarelada. A metade dos gatinhos eram branquinhos, como flocos de neve. Algo que suportava a curiosidade de Lisa casa a vez mais.
— E o pai deles? Onde está? — perguntou curiosa. Ela estava descalça, apenas de meias, se agachando até o cesto quentinho no qual os animais se encontravam.
— Também não sei. Fugiu depois que os filhotes nasceram. Fiz o condomínio inteiro procurar por ele, mas sem sucesso.
— Deixa eu adivinhar? O gato saiu atrás de comida e não voltou mais? — a mulher concordou. — Ah, nossa. Parece que a história do cigarro se aplicou aos felinos também. — brincou, rindo de sua própria piada. Lisa pôde ver os lábios da mulher a sua frente subirem, provavelmente se divertindo com o comentário. — esse mundo está perdido mesmo!
— Você tem razão doutora. Até os gatos estão sofrendo hoje em dia.
— Conversas a parte senhora Park! Eles tem nomes? — se referiu aos filhotes enquanto estendia sua cabeça, trocando os olhares entre os olhos da loira e os gatos.
— Não há. Eu os chamo de gato um, gato dois, gato três, gato quatro e quatro cin- gato cinco.
— Isto é, com certeza, bullying com os gatos. Quanta falta de respeito, Sra. Park!
— Se é bullying ou não, a única coisa que sei é que sou péssima escolhendo nomes. Não importa para o que seja. Por exemplo: filhos; acho difícil eu conseguir chegar a uma conclusão tão importante como essa.
— Acho que decidir os nomes dos filhos é a parte mais tranquila de uma maternidade. Relaxe! Tenho certeza que você não vai colocá-lo sozinha. Terá ajuda de seu marido. Lembra? — perguntou vaga. — posso fazer carinho neles? — Chaeyoung assentiu. Lisa começou a acariciar os pelos sedosos dos gatinhos, dando atenção também para a mãe.
Chaeyoung se encolheu e fez uma careta para a pergunta. Ela olhou o perfil ladino da médica ainda focado nos filhotes brincando entre si com as bolinhas e pensou em como aquilo lhe assustava. Casar e ter filhos. Talvez se, sua vida fosse doce e tranquila como ela queria que fosse, as coisas a fariam menos medo. Porém, como uma mulher com mais de vinte e cinco anos, solteira e virgem, Chaeyoung tem medo do que possa encontrar pelo caminho.
Sua meta era encontrar um homem solteiro, compreensivo, com uma bela voz e além de tudo, cavalheiro. A Park imaginava-se um dia muito cansada, chegando em casa após um dia maciço de trabalho. Seu marido, em seu lugar, estaria dentro do quarto dos herdeiros, cantando doces histórias de ninar para eles dormirem. Ele a receberia com um sorriso enorme, um beijo cheio de saudades. Esse era o objetivo que ela queria chegar. Mas o mundo não tem se tornado tão ajudante nesses últimos anos. A expectativa dela daquilo realmente existir, esteve caindo cada vez mais. Talvez aquilo seja apenas história para livros de romance e leitores com sede de entretenimento.
Pessoas leais, que te façam sorrir mesmo quando estão tristes, por um intuito carinhoso de não conseguir lhe ver triste também, é o máximo que Chaeyoung poderia receber. Claro, existem várias pessoas assim ao seu redor, mas nenhuma tão ao ápice da intenção inicial. Isso soa egoísta. Mas o que ela faria numa vida infeliz ao lado de alguém que tem como a única qualidade uma obrigação como todo mundo? Não haveria curtições.
Seu cachorro latiu, assustando a mulher e tirando seus olhos do foco de Lisa. A mulher sentada em seu chão olhou animada para o peludo com o rabinho abanando. Ele foi direto para o colo da médica sem pensar duas vezes e se acomodou, se deitando enquanto recebia carinho.
— Esse é o hank.
— Oh! Olá hank! Tudo bem? Você sabia que hoje você irá ficar sem um de seus minis coleguinhas? — falou enquanto passava sua mão em seu pelagem. O cachorro abanava o rabinho.
Chaeyoung sorriu para a interação. Lisa olhou para ela, prestes a falar alguma coisa, mas não queria ser tão ousada com uma mulher que nem conhecia, então deixou apenas seus pensamentos vagarem. "Pelo menos esse tem nome".
— Bem... Você já escolheu qual quer levar?
— Falando assim parece que vai me cobrar dinheiro à qualquer momento. — riu sem humor. — Sim. Eu escolhi. Percebi que ele é um dos mais sapecas entre os irmãos.
— Você quer levar o gato três? — Chaeyoung perguntou.
— Mano! Quem é o gato três?
— O branco.
— Você está falando sério?
— Sim, ué.
— Mas todos são brancos.
— Não são não. Da para perceber a cor que eles vão ficar somente com essas manchinhas neles. Você quer levar o que é meio marrom, então?
— Esse? — apontou para o gatinho rolando.
— Não sei! Por que você não pega logo e me mostra? Isso está ficando confuso.
— Sim. Me desculpe. — se levantou com o gato em suas mãos. Seus ombros acidentalmente tocando acidentalmente o braço de Chaeyoung no processo. — Quero este. O mais barrigudinho.
— Você já sabe o nome que vai dar?— perguntou fascinada com Lisa segurando o filhote.
— Esse camarada tem cara de Ruan, mas é muito feio para um gato. Talvez Leonardo?
— Não era você que estava falando que Ruan era um nome muito feito para um gato? Leonardo é muito extenso.
— Então vamos encurtar! Que tal Leo?
— Adorável.
— Então será Leo.
— Vou pegar uma caixinha e um potinho com ração pra você levar.
— Não precisa! Eu posso comprar.
— Está tarde. Não acho que ainda pegará mercados abertos para comprar. Só tem o da entrada da cidade, que é longe, e como eu estava dizendo; está tarde. — voltou da cozinha com um pote fechado em sua mão, repleto por ração de gato. — Ele não precisa ser amamentado mais, então não precisa se preocupar. — estendeu a ração para a mulher. — Ah sim, a caixa!
Lalisa sorriu com a afobação da mulher. Além de que, ela estava rodando a casa para um lado e para o outro atrás da caixa, sendo que a mesma estava intacta ao lado dos filhotes. A morena viu, mas se manteu calada. Teve um certo momento que ela cobriu seus lábios para rir, que não passou despercebido pela dona do apartamento.
— Que?
— A caixa... Que a senhora está procurando é aquela ali? — apontou.
— Oh, sim! Você estava vendo ela essse tempo todo?
— Não, imagina, eu acabei de vê-la. — sorriu
— Aqui está.
Me estendeu a pequena caixa de papelão, onde coloquei o gatinho e me curvei logo depois.
— Tudo bem, então eu já vou. Sério, muito obrigada pelo gatinho, você não sabe o quanto isso vai me ajudar.
— De nada, doutora. Não vou ganhar nenhum abraço? — brincou.
— Claro! — se aproximou, abrindo os braços. Chaeyoung arregalou os olhos. "Abordar missão"
Então Lalisa a abraçou, e o seu cheiro era incrível e doce. Ela cheirava a morango e deixava a outra mulher totalmente confortável em estar aninhada com ela naquele momento. Foi um abraço apertado, porque Lalisa precisava muito daquilo. Ela estava emotiva e Chaeyoung não hesitou em retribuir.
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Welcome
RandomQuando uma cirurgiã nomeada a melhor da cidade discute com sua namorada na noite de seu aniversário, descobrindo no dia seguinte que teria a obrigação de salvar sua vida.