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GABRIELA :

Faz três anos que eu e  minha família nos mudamos para os Estados Unidos. A vida daqui é bem diferente do Brasil, foi quando eu tinha em torno de 13 anos que fizemos a grande mudança.

O clima de Boston é o que mais me agrada na cidade, a mudança repentina do tempo é semelhante com o clima tropical do meu país natal. Obviamente nada se compara com o verão do Brasil, você até pode sair do Br.. mas o espírito brasileiro nunca saíra de você.

Aqui, de Novembro a Março o clima é bem frio. Geralmente a temperatura é inferior
a 0 °C e quase sempre neva, o que eu, particularmente adoro, pois em época de ano novo as ruas ficam extremamente brancas por conta da neve, combinando total com as tradições de usar branco no new year.
Junho e Julho são mais quentes e úmidos, lá para Abril e Maio (fim da primavera no Hemisfério Norte), a temperatura é mais amena e já em Maio, vem um calor descomunal que provoca chuvas frequentes. Contudo, o que eu acho a mais vantajoso é que na primavera a cidade fica mais florida, e cheia de vida.. com flores do tipo magnólias e lilases.

Minha casa fica bem próxima a escola, consigo ir facilmente andando até lá, e somente nos dias de nevascas, de chuvas e principalmente quando eu estou com cólica é que eu pego carona com o Vitor.

Ele é meu irmão mais velho e confesso que é um grande pé no saco, mas eu o amo muito! Grego faz faculdade de direito na universidade Northeastern, um exemplo de menino perfeito para mamãe.

Tá calma, vc deve estar se perguntando porque eu falei "grego" ali né? Paciência que eu vou explicar.

No aniversário de 18 anos do Vitor, minha mãe e meu pai resolveram dar uma grande festa surpresa ( isso ainda no Br). Eu junto com mamãe ficamos responsáveis de ficar na chácara que alugamos, para terminar de organizar a festa e receber os convidados. A função de papai era apenas ir buscar o Vitor na pelada de futebol, e dar uma desculpa qualquer para trazê-lo até o local da chácara.

Mas acontece que no dia que era para ser de alegria e sorrisos, se tornou um dia de medo, perda e desespero. Na pista, voltando da pelada e indo para chácara - que não ficava tão distante da cidade - um caminhão de carga perdeu o controle em uma das curvas e atingiu o carro. A frente do caminhão foi direto para o lado do motorista, papai ficou preso e desacordado. A batida foi tão forte que o nosso carro capotou e apenas Vitor conseguiu ficar consciente, e somente ele sobreviveu.

É um dia que mexe muito com nossa família mas principalmente com o Vitor. Meu pai se chamava Gregório, e meu irmão acabou herdando seu nome.. Vitor Gregório Filho Speratti. Desde então, os psicólogos que eu e meu irmão passamos, afirmaram que esse apelido "grego" foi a forma de como Vitor encontrou de se sentir mais próximo de papai.

Desde a sua morte, minha família não conseguia mais morar na cidade, tudo lembrava papai. Meu irmão virou uma grande figura paterna para mim e desde então, Vitor começou a "cuidar" de nós.

Mamãe é uma grande arquiteta, e graças a perturbação insistente do Vitor, para ela voltar a trabalhar, minha mãe conseguiu pegar um grande projeto que desde então só a levou ao sucesso de uma carreira bem sucedida.
No mesmo ano surgiu uma oportunidade de ouro para nossa família, mamãe desenvolveu um projeto tão inovador, que conseguiu uma baita promoção com direito a mudança e tudo.

Foi aí onde tudo começou, a mudança da família Speratti para Boston...
Vitor terminou o ensino médio aqui mesmo, e em seguida ganhou uma bolsa para a faculdade. Claro que não se compara com a tão sonhado Harvard, mas para quem a três anos atrás mal conseguia se manter estudando e quase largou a escola para ajudar nas contas de casa, praticamente ganhou na vida.

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⏰ Última atualização: Sep 15, 2022 ⏰

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𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐨 𝐏𝐫𝐨𝐛𝐥𝐞𝐦𝐚 Onde histórias criam vida. Descubra agora