A minha avô levou-me à Pedra Escrita

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A minha avô levou-me à Pedra Escrita.

Tinha eu, três ou quatro anos, meus pais estavam separados e a minha morada era entre a casa do meu avó Beto, no rangel, na rua Sangue e fúria ou na casa da minha a avô Maria também no Rangel, kaputo.
A minha avô dividia a vida entre o campo e a cidade, sendo o Rangel a cidade, o campo, a aldeia da Pedra Escrita no Cuanza-Sul. E numa data destas, a minha avô levou-me à Pedra Escrita.

Na pedra escrita, tudo era diferente, havia a aldeia, havia a lavra. Perto da nossa casa de adobe havia um trator já velho e inoperante. Eu brincava com as crianças da aldeia, nos tempos de Cacimbo bebíamos água fresca de uma jarra no muro.
O meu tio, o Cruz, andava à balda com os outros. Às vezes levava-me também. Às costas e também à pé, andei quilómetros até à lavar com a minha avô. Comia como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. De lá comia de tudo, desde ratos, pacaças, macacos, eu acho que até cobras. Agora mesmo, acabo de me lembrar que à baldas andava com as crianças, e nos encontramos com um ser que agora conheço como Tchingange". Disseram-me que se tratava de um feiticeiro e que tínhamos de fugir. Desde que me conheço até então, foram os melhores anos da minha vida. A minha avô levou-me à Pedra escrita.

A minha avô levou-me à Pedra EscritaOnde histórias criam vida. Descubra agora