06 - Sortuda.

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Atualmente

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Atualmente.

Enrolada em meu edredom, mudo o canal da tv novamente. Tudo é chato e irritante demais antes das nove, e abrir a netflix vai me sugar para um loop de duas horas procurando um único filme para ver.

Connor sai do seu quarto vestido como uma estrela de cinema, usando calças e um blazer azul-claro e óculos aviador escuros. O cabelo preso em um rabo de cavalo desgrenhado deixando o visual melhor.

Ele anda até a sala e para quando se aproxima do centro de vidro no meio do tapete. Meu amigo põe os óculos na camisa, o pendurando com a haste na gola.

— Sua cara tá um nojo, Rose — pela expressão de desprezo e repulsa, devo estar na pior.

Fungo me esticando para alcançar um lencinho da caixa que coloquei sobre o mezanino. Levo o papel até o nariz.

— Acho que foi a friagem da noite — meu nariz dói, assim como a testa e as maçãs do meu rosto. Pode ser apenas uma crise de sinusite também, mas fazer limpeza nasal nunca foi meu forte e não vai começar a ser agora.

Connor se abaixa para avaliar melhor minha situação. Ele toca minha testa gentilmente, aferindo minha temperatura, depois meu pescoço. Meu amigo afasta o lençol de minha cabeça para que eu deixe de usa-lo como casulo e eu me arrepio com o frio.

— Deixou a janela aberta outra vez? você tá quente — toca minhas bochechas. Depois que cheguei da farmácia precisava tomar um ar, e como nosso apartamento é no décimo andar, meu quarto costuma ser bem  fresco. O problema foi ter deixado  a janela aberta toda a noite, e quando começou a chover me recusei a fecha-la. Mesmo com o remédio para dormir, não preguei os olhos, fiquei em torpor encarando as gostas espessas de chuva que caiam lá fora e o vento forte que rugia sacudindo a cortina.

Minha cabeça tinha tantos pensamentos intrusivos. Os olhos de Peter. A respiração de Peter. As tatuagens que cobriam seus dois braços se tornando aparentes pela regata que usava.

Assim como os músculos. Ele ficou ainda mais forte com o passar dos anos

Afasto o toque de Connor.

— Já avisei ao Brad — meu chefe não ficou nada feliz, mas ele era compreensivo e sabia que eu preferia trabalhar do que sequer ter uma vida social. — Vou ficar em casa hoje.

Connor continua desconfiado, claramente ponderando se me leva ao hospital ou... Hospital. Odeio hospitais, e médicos, e tudo aquilo que envolva agulhas e exames. Gosto de remédios, aqueles que você engole, não os que precisam espetar sua bunda ou seu braço.

Mais nova, queria ter varias tatuagens, só que depois do choque que foi a dor da primeira nunca mais ousei cogitar fazer outra.

Eu sou a inimiga número um de agulhas.

— Que tal irmos ao médico? — sugere com um sorriso enorme. Ih, lá vem. — Posso te deixar no hospital no caminho pro trabalho, até aviso que vou me atrasar, vão entender.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora