A conversa

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POV RAFA

-Rafa, eu estou falando com você. – Deborah me chamou me tirando do transe.

-O que foi? – Perguntei irritada.

-O que aconteceu pra você está assim? – Minha namorada se sentou ao meu lado.

-Nada Deborah, eu só quero ficar sozinha um pouco. – Me levantei do sofá.

-Era isso que eu vim avisar, mas você parece estar no mundo da lua. – Ela se estressou. – Tô tentando dizer que to indo pro plantão e volto amanhã.

-Ok, até mais. – Falei em um tom mais suave e ela veio até mim deixando um beijo em meus lábios.

-Te amo, tá? – Nem me sei o trabalho em responder. Ela saiu e eu me joguei no sofá com as mãos no rosto.

Estava difícil de digerir, eu não estava conseguindo processar tudo que eu havia escutado naquela sala.

Flash back on:

Já eram quase sete da noite e eu ainda estava no hospital, suspirei cansada, hoje eu trabalhei feito uma condenada, mas estava feliz com meus resultados. Desliguei tudo e decidi ir pra casa, despedi dos meus colegas e desci até o estacionamento. Quando entrei no carro meu celular tocou uma mensagem, era Juliette me contando sobre o término com a Pocah, ela disse que estava bem, mas fiquei com dó da minha amiga e resolvi ir até a construtora levar um chocolate pra ela, aproveitaria e conversaria com Gizelly sobre os novos horários de Thais. Passei na loja de doces e parti pra construtora, deduzi que Juliette estivesse lá, já que durante a semana ela me disse que Gizelly e ela estavam trabalhando até mais tarde.

O estacionamento vazio indicava que não tinha muita gente trabalhando ali, mas notei o carro de Gizelly e deu Graças a Deus por não dar viagem perdida. Entrei no elevador e apertei o andar da sala delas, mesmo cansada eu resolvi vim fazer esse agrado, sei que terminos não são fáceis e no meu Juliette sempre esteve comigo. O beep do elevador me despertou e segui direto a sala delas, já que não havia secretária ali, dei os ombros, mas parei no meio do caminho ao ouvir gritos.

-Não se meta nas minhas coisas Gizelly. –Reconheci a voz do Talles, mas continuei parada no mesmo lugar. – Você não sabe com o que tá se metendo.

-Eu acho melhor você murchar o peito, quem não sabe onde tá se metendo é você. – Gizelly o respondeu com um tom mais brando.

-Você tá se achando, né? Eu já acabei com você uma vez, você é fraca e eu sei que consigo de novo. – As palavras que ele usou eram cruéis, fiquei em alerta, pois sei que os dois são como pólvora e faísca.

-Você tá enganado, você até conseguiu que eu me perdesse, que eu me descontrola-se, você me tirou a Rafaella, mas saiba que eu não sou mais aquela Gizelly e pode ter certeza que eu vou acabar com você. – A resposta dela me deixou atordoada, como assim ele me tirou dela?

-Não se meta no meu caminho, priminha. – A essa altura eu já estava na porta da sala e quando Talles passou por mim quase me derrubando, os olhos assustados de Gizelly se encontraram aos meus.

Eu estava tentando processar o que eu ouvi, mas nada do que eu pensava fazia com que essa história fizesse sentido.

-Chega de desviar dessa conversa, eu quero saber o que aconteceu naquele maldito dia. – Entrei e tranquei a porta atrás de mim ao ver que ela estava sozinha.

-Rafaella... – Ela tentou falar, mas eu não permiti.

-Eu quero saber, Gizelly. – Passei a mão no rosto de exasperada. – Eu não aguento mais, desde o dia em que peguei o seu prontuário eu tô com essa história entalada.

Happier than ever| Girafa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora