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- Para onde estamos indo, meu amor?
- Já estamos chegando, Aaron - Ella se vira e me olha com divertimento brincando em seu olhar - Lembra quando eu te disse que só tinha um cômodo pronto na casa?
- Lembro.
- Então... - Minha esposa tira a mão de seu vestido e entrelaça ambas as mãos nas minhas.
Minha esposa.
Eu tentei manter o controle o máximo das minhas emoções durante a cerimônia, tentei mesmo, mas foi impossível. Foi impossível não sentir o ar saindo dos meus pulmões e algo fazer meu coração apertar quando eu a vi. Meu amor. Meu centro do universo. Minha mulher. Minha Ella, entrando no jardim. Roubando todos os holofotes sem nenhuma piedade com sua beleza avassaladora. Entrando no vestido cintilante e ajeitado por Alia mas que - mesmo com meu apreço pela moda - tinha uma importância secundária perto da sua perfeição. Perto do seu rosto emocionado e do seu olhar fixo ao meu, e da emoção e do amor que senti vindo do seu coração.
Tudo foi arrasador. Sufocante.
Tudo foi demais.
Eu fiz de tudo para não verter lágrimas durante a cerimônia. Já que é algo que faz tanto tempo que não faço que parece que nunca chorei. No entanto, foi impossível quando a cada passo que Ella dava em direção a mim, estava se concretizando o fato de que aquela mulher estava se aproximando para afirmar para todos o nosso amor e se declarar como minha esposa. Era algo que minha mente forçava a acreditar que estava acontecendo.
Não consegui controlar as lágrimas muito menos quando chegou a hora dos votos. Quando fui engolfado pela comoção e amor arrebatadores que só aumentavam a cada minuto. A cada vibração da intensidade da felicidade de Ella de estar ali, segurando a minha mão e jurar perante a todos uma vida eterna ao meu lado.
Foram sensações demasiadas.
Até que, em um impulso calculado, decidi falar os meus votos. Decidi me expor, decidi fazer aquilo que só morto eu faria para alguém, ou seja, nunca.
Mas por Ella eu faria. Por ela eu faria qualquer coisa, qualquer coisa que a faça feliz e eu merecedor de seu amor. Por Ella eu faço tudo.
E eu falei. Falei tudo que passa em meu coração, me tornei vulnerável para que não restasse nenhuma dúvida. Para que Ella tivesse certeza de que sou irremediavelmente louco por ela. Que meu coração, mente e alma é submisso a ela. Que eu sempre fui, sou e serei dela até o fim da minha existência.
E quando eu vi o rosto do meu amor se contorcer de emoção ao ouvir minhas palavras sinceras eu me senti golpeado de uma emoção forte. Uma emoção tão poderosa que sufocou minha garganta.
Eu senti um misto de emoções. Sentia a comoção e a surpresa das pessoas ao nosso redor por testemunhar a minha pessoa no estado mais vulnerável que eu seria capaz de me permitir. Senti um misto de amor incondicional e adoração ao senti com tanta vivacidade o amor e comoção recíproca de Ella.
Quando eu me dei conta, não tinha mais controle das lágrimas que caiam dos meus olhos em ritmo constante. Não conseguia conter mais nada.
Muito menos quando Ella recitou seus votos improvisados.
As palavras dela, suas confissões... mexeu em lugares em mim que nem sabia que existiam. Sensações desconhecidas, porém, das mais belas, preencheram meu peito. Eu senti paz. Uma paz imensurável ao saber, em palavras, o quanto eu era importante para Ella.
O sonho do pássaro... Eu nem podia mensurar o quanto ela sofreu sendo cobaia do Restabelecimento. Eu não conseguia explicar o tamanho do rancor e revolta que sinto de ter sido usado como peão no jogo de tabuleiro de meu pai. Eu não conseguia mensurar o arrependimento e o amargor da impotência de não ter sido capaz de matar meu pai com minhas próprias mãos. De ter feito ele sofrer alguma mínima parcela do que Ella sofreu a vida toda.
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VENERE-ME (Conto 7 de ESTILHAÇA-ME)
RomanceComo foi o casamento? Como foi a noite de núpcias? Como foi o além do 'final feliz'? Filhos? Todas essas perguntas são respondidas aqui. A continuação do final feliz que desta vez tem o casamento! Para quem pirou com o final de "Aceita-me" mas ficou...