Capítulo 61.1 | Lucas, o coala.

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San Diego, Califórnia - 2009

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San Diego, Califórnia - 2009.

Passo os meus bracinhos ao redor do pescoço do papai, apoiando o queixo no ombro dele enquanto olhava ao redor. É tudo tão branquinho e limpo, eu gosto de limpeza. Limpo é bom e tem cheiro bom também.

— Papai, qual é a cor do cabelo dele? — pergunto, ansiosamente. Me afasto um pouco para olhar o rosto do pai, ele entorta os lábios para um lado e o outro antes de finalmente me responder.

— Ele não tem cabelo.

Abro os lábios como se ele tivesse dito um palavrão, o meu irmão é careca? Tadinho! Ele será alvo de piada na escolinha, mas acho que tudo bem, eu o protejo.

— Por que ele não tem cabelo? — não consigo aceitar que justo o meu novo irmãozinho seja desprovido de cabelo, isso é cruel.

— Ahn...

— Foi o papai do céu que quis? — reviro os olhos, ele sempre respondia isso quando não encontrava algo a altura.

— Exatamente, garotinha esperta! — Papai beija a minha testa e continua caminhando. Meus olhos passeiam por todo o local, até que param em uma loja de ursinhos de pelúcia.

— Papai! Vamos comprar um bichinho para o meu irmãozinho, ele não tem nenhum! — remexo as pernas para indicar que ele poderia me colocar no chão, mas ele não faz — Me solta, papai! — o olho, fechando a cara.

— Nem pensar, você vai querer a loja inteira. Eu te conheço.

— Não vou, só um para o irmãozinho. Por favor — inclino a cabeça para o lado, fazendo o olhar de cachorrinho abandonado. Ele bufa e me coloca no chão, estendendo a mão. Dou a mão a ele e entramos na lojinha

Há muitos bichinhos de pelúcia, de todos os tamanhos. Todos eles vestem uma camiseta branca com a logo do hospital. Rio sozinha ao imaginar o irmãozinho segurando um tigre maior que ele, seria bizarro. Oh, talvez o sufoque. Eu não gostaria que o bichinho sufocasse o irmãozinho, então precisa ser algo pequenininho. Igual a ele.

— Olha, papai! Um peixinho. — Aponto para o peixinho laranja na prateleira, era bonito. Bem bonito.

— Acho que ela já escolheu, senhorita. Pode pegá-lo para mim? — sorrio, dando pulinhos. A moça pega e entrega para mim o peixinho laranja com listras brancas, era igualzinho ao Nemo!

— Eu não quero! — tiro a atenção do peixe para uma menina que estava do outro lado da loja, ela estava segurando um coala cinza de pelúcia e ele tinha um laço lindo cor-de-rosa na cabeça. — Eu quero o grandão, mamãe! — Olho para o papai ao ver a má educação dela, que coisa feia. O coalinha era lindo, o lacinho dele também. Encolho os ombros ao ver que ela jogou o bichinho no chão.

— Chega, eu não vou levar nenhum. — A mãe dela sai a puxando pelo braço para fora da loja. Estreito os lábios.

— O coala é muito bonito também, não é, papai? — sorrio alegremente para o pai, revezando o olhar entre ele e o bichinho.

— Você o quer, não é?

— Sim! Sim! O irmãozinho pode ficar com o peixe e eu com o coala, o coala foi rejeitado, papai. Tadinho.

— Você é muito esperta, às vezes eu tenho medo — dou uma risadinha.

Agarro a perna do papai ao subirmos pelo elevador, eu não gosto muito de elevadores, eles giram o meu estômago e dá um friozinho, mas entendo que é muito alto para irmos de escada

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Agarro a perna do papai ao subirmos pelo elevador, eu não gosto muito de elevadores, eles giram o meu estômago e dá um friozinho, mas entendo que é muito alto para irmos de escada. Meus olhos se focam na mamãe assim que entramos em seu quarto, ela está dormindo, parece triste. Ela está triste pelo meu irmãozinho? Franzo os lábios com o meu pensamento e ajeito a postura, forçando os meus pés para ir até mais próximo do seu leito, meu irmãozinho está em uma caixa chamada "incubadora", ao lado da cama da mamãe.

— Ela só está cansada, Don.

Concordo devagar com a fala de papai, acho que não consegui esconder o meu apavoramento ao ver a carinha da mamãe. Não tem como o meu irmãozinho ter irritado ela, ele nasceu há dois dias.

— Venha aqui, querida. Ele está acordado — escuto o pai e me aproximo dele, com cuidado. Estou com medo. Eu não sei o porquê e não saber me deixa aflita.

Inclino a cabeça para o lado, eu nunca tinha visto algo tão pequenininho na minha vida. É inevitável não sorrir. Ele não tinha cabelos mesmo, mas não era feio, apesar de ser extremamente vermelho. Os olhos negros do meu irmãozinho me olham e sou obrigada a acenar para ele.

— Oi, eu sou a Don — digo, sorridente.

— Ele não irá te responder, meu amor.

— Eu sei, papai — digo o óbvio. Papai deve achar que sou neném.

O bebê mexe o dedinho, acho fofo que ele possa ter um dedinho tão pequeno. Era tudo em miniatura, como se eu estivesse assistindo "tinker bell" outra vez, mas talvez ela seja menor que o bebê.

— Qual é o nome dele?

— Lucas.

Entorto os lábios, não gostei muito do nome. Os olhos do bebê recaem sobre os meus braços, onde eu seguro o meu coala de pelúcia. Nego com a cabeça e aponto para o peixinho no colo do papai.

— Aquele ali é o seu, esse é meu — ergo o queixinho, agarrando mais ainda o coala. O bebê mexe a boquinha, como se estivesse procurando comida. Que bonitinho! — Okay, eu deixo você ficar com ele, mas só porque você é fofinho.

Papai coloca o coalinha afastado do bebê, mas dentro da caixinha. Deixa o bichinho em seus pezinhos rosados, sorrio fraco, pegando o peixinho e tentando me contentar com aquilo.

— Bem-vindo, Lucas — Murmuro, levando o meu dedinho até o pezinho dele, ele remexe. Acho que sentiu cócegas — Luke, o coala.

 Acho que sentiu cócegas — Luke, o coala

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Até o Fim do Jogo [Att todos os dias]Onde histórias criam vida. Descubra agora