A frio corria belos becos daquela cidade imunda, os marimbondos que ousavam andar por perto de vielas eram puxados e mortos enquanto as pobres almas sem esperança e com medo caminhavam apressadas. Paris nunca esteve tão tensa quanto estava nos últimos meses, e por que não estaria? Afinal havia um serial killer a solta pelas ruas. Matava quem cruzava o seu caminho, seja mulher, homem, velho, criança ou adolescente. Era o mais frio. Os corpos das vítimas sempre tinham o mesmo sinal: presas marcadas no pescoço ou pulso. O mistério do assassino era terrível, as lendas de seres sobrenaturais voltaram átona na cidade das luzes. A membrana havia de enfraquecer pois diversas pessoas creriam no tão temido e esquecido sobrenatural.
Aquela hora da noite diversas lojas, restaurantes e outros ainda se encontravam abertos. As luzes amareladas dos postes, fora as luzes das conveniências, era a única coisa que iluminava as ruas sujas e repleta de ratazanas vindas do inferno do esgoto. As catacumbas de Paris eram ainda mais podres, só se podia ver ratos escapando de lá. Um jovem rapaz andava pela calçada com a guarda alta, mãos dentro dos bolsos do sobretudo marrom. Ele era alto e pálido, cabelos brancos e olhos na cor do mais forte café. O olhar que carregava era frio e fazia qualquer um que o encarasse teme-lo. Vagava entre as ruas mal e bem iluminadas à procura de uma loja de livros mas todas as quais cruzara estavam fechadas. Precisava urgentemente de alguns livros sobre aqueles seres que as pessoas tanto temiam para seu dossiê. Seu nome era Kakashi, membro de uma ordem que impede o paranormal de cruzar as barreiras para a realidade. Infelizmente existiam diversas pessoas de mau caráter que faziam questão de espalhar o caos e chamar o sobrenatural para aquela realidade. O branco lutava contra essas pessoas e coisas. A gola alta do sobretudo escondia perfeitamente as diversas tatuagens de sua pescoço e corpo inteiro.
Andava sem preocupação pelas ruas, qualquer um que o visse poderia pensar que ele era o vampiro de Paris. Cruzou por diversas ruas à procura de uma maldita biblioteca aberta àquela hora do entardecer da noite. Por grande sorte deu de cara com uma suspeita. Ficava em uma praça onde apenas três lojas haviam. Algo mais chamava a sua atenção, a neblina que corria por ali. Era um sinal de que a membrana por ali estava fraca. Bingo, ele achou o vampiro ou um exoterrorista. O lugar era bonito e rústico, feito à madeira em um estilo antigo, as janelas eram tampadas com pilhas de livros dentro do estabelecimento. Entrou na loja e fitou para os lados, era extremamente repleto de livros, pilhas enormes. Era como um sebo, o cheiro velho lhe trazia calmaria.
— Ah, olá? — Kakashi ouviu uma voz rouca e grossa chamar sua atenção. Virou-se para o balcão dando de cara com um homem alto, cerca de 1.90 e 1.95. Seus cabelos eram curtos e pretos assim como os olhos, o lado direito de seu corpo era repleto de cicatrizes em formato de vergões. Kakashi estreitou a sobrancelha, aquele tipo de ferimento era comum após rituais de transcender. — Boa noite senhor, o que deseja? — os olhos café desceram do rosto para um pequeno crachá prata com o nome do atendente Obito.
O homem atrás do balcão olhou kakashi de cima a baixo, cada pedacinho do corpo coberto, foi quando viu as tatuagens do pescoço branco, reconhecia aquilo em qualquer lugar. Fechou a cara em repulsa. Ocultista.
— Boa noite — disse seco ainda olhando diretamente para o lado cicatrizado do rosto estranhamente bonito. — Poderia me informar donde ficam os livros de mitologia, por favor?
O moreno o olhou quase assustado, ele sabia. Com toda a certeza do mundo. Respondeu um curto "Claro" e guiou o baixo até a seção desejada. Se afastou do corpo branco e se escorou entre as prateleiras. Qualquer movimento brusco e pularia no pescoço do ocultista filho da puta. Kakashi podia sentir o olhar do homem queimando sobre si, vampiro tinha certeza. Qualquer movimento e ele puxaria sua arma e meteria um tiro no meio da testa. Diferente das ruas, dentro da loja era quente, quente ao ponto do ocultista retirar seu sobretudo e o deixar sobre a mesa da biblioteca ou loja ou sebo, nem sabia o que era. Obito observou o corpo repleto de tatuagens, os braços, pescoço e provavelmente o tronco também. O ódio consumiu seu corpo mas era mais forte que aquele sentimento. Os olhos passaram a brilhar vermelho como rubis. Em busca de mais tatuagens, os olhos desceram pelo corpo pálido até parar na bunda que era bem marcada pela calça apertada. Kakashi olhava de canto de olho o moreno, assim que percebeu que a coloração dos olhos mudaram ficou em alerta, pôs a mão sobre a sua arma abaixo de sua camisa. A puxou quase que instantaneamente.
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Rouge - Obikaka, obikaka week dia 6
FanfictionKakashi se encontrava entre as estantes de livros da grande biblioteca de Paris, a noite pairava pela cidade que nunca dorme. O cheiro forte de velho era presente em todos os cantos da loja arcaica. O bibliotecário não conseguia tirar os olhos de br...