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automutilação & suicídio implícito

chegou o maldito dia.

ryeon estava junto com algumas garrafas de soju na sua cama, terminando a da sua mão e partindo para a próxima, olhando para o nada na sua casa suspirando baixo, tudo estava bem agora, joonggil e ela estavam bem e haviam se resolvido depois que ele voltou do inferno porém, o significado dessa porcaria de data não sumia. suspirou e apenas encostou a cabeça na parede atrás de si, encarando o nada da sua casa e dando um gole no soju, antes de se juntar com o imenso vazio como fazia todo o ano.

joonggil havia passado o dia trabalhando e ocupado, mesmo depois de ter pagado seu castigo parece que o seu trabalho ficou mais pesado, de qualquer forma, voltou ao seu escritório e se sentou, relaxando na cadeira e olhou fixamente para a tela do seu computador desligado, passou alguns meses que conversou com a ryeon sobre o passado de ambos, mesmo os dois acreditando que foi apenas algo do orgulho do rapaz, mas joonggil odiava admitir que na verdade, não foi seu orgulho, ele sabia disso.

foi acordado dos seus pensamentos com seu celular vibrando no bolso, pegando na mesma hora e tomando um susto quando viu quem era, soltou um suspiro e atendeu.

"ryeon?"

"joonggil..." park notou que sua voz estava estranha, seu tom estava mais diferente do que o normal, como se estivesse bêbada, o que deixou ele preocupado "joonggil, será que...você consegue me perdoar?" a menina continuou, sua voz falhava como se ela estivesse perto de chorar.

e o silêncio se instalou na ligação, park estava em choque e não sabia o que fazer, como se fosse um pequeno clique na sua cabeça, ele se tocou do que estava acontecendo, seu coração doeu e tudo pareceu desmonorar ao seu redor.

"não queria ter te deixado...me dói ver você passar por mim e não poder te chamar de meu marido e ouvir você me chamar de sua esposa..." agora era claro que a mulher chorava, park não a culpou, porque já sentia seus olhos se encherem de lágrimas.

"ryeon, não se desculpe por algo que não foi sua culpa..." ele não conseguia mais segurar, desabou ali mesmo, sentindo seu coração doer mais ainda"eu deveria ter ficado ao seu lado o tempo todo ao invés de derramar sangue, fui idiota de perder a mulher mais incrível do mundo.." 

koo ryeon não respondeu e em seguida veio um barulho de vidro se quebrando, o que deixou o rapaz automaticamente em alerta "koo ryeon? que barulho foi esse?" perguntou nervoso, mas nenhuma resposta. sem pensar duas vezes ele encerrou a chamada e se levantou, caminhou até a porta do seu escritório e quando abriu, se teletransportou pra casa da mulher. 

"ryeon?" chamou pela koo enquanto adentrava mais sua casa, seus pensamentos deixavam ele maluco, se perguntava se aconteceu algo sério ou se ela se machucou, mas antes que seu nervosismo piorasse, suspirou de alívio quando viu koo ryeon dormindo na sua cama em um dos quartos toda torta, uma garrafa em pedaços estava caída no chão, provavelmente a culpada do barulho de antes. haviam várias outras espalhadas pelo quarto então se aproximou e fez questão de limpar aqueles cacos, e tirar cuidadosamente as garrafas vazias do lugar, após fazer isso, saiu por alguns minutos da sua casa e voltou com duas sacolas, uma continha duas garrafas de água e a outra alguns remédios pra dor de cabeça e ressaca.

joonggil deixou a garrafa e os remédios na mesa ao lado da cama, soltou um suspiro e olhou pra koo ryeon, ele podia jurar que em toda sua vida de ceifador, ele nunca conheceu alguém que conseguisse chegar aos pés da beleza daquela mulher. ele sorria, sorria como nunca, ficou alguns minutos parado ali querendo ter certeza que tudo ia ficar bem, decidiu sair do quarto e desligou as luzes.

na manhã seguinte, koo ryeon acordou um pouco perdida, se sentou na cama e olhou ao redor tentando acordar completamente, assim que ia se levantar notou aquelas coisas na sua mesinha, ficou alguns segundos encarando e então olhou pro resto do seu quarto, "onde estão as garrafas?" ela pensou, começou a caçar o seu celular entre os lençóis e por fim o encontrando, notou que estava nos seus contatos e uma ligação recente foi feita, deixando ela em total choque quando viu quem ela ligou na noite passada, mas uma voz fez ela sair do transe.

"ah, você acordou." koo ryeon olhou pro joonggil parado na sua porta, ela parecia surpresa e não dizia uma palavra "eu fiz um pouco de café e algumas panquecas, como você não tinha muita coisa na geladeira, tive que improvisar."

era um momento inesperado, mesmo sendo totalmente inesperado, algo dentro dela ficou feliz por saber que ele estava lá por causa dela. 

"não precisava fazer isso." ela diz, desviando o olhar e cruzando os braços "pode ir embora, você tem trabalho a fazer, certo?"

"quer que eu ignore tudo que você falou pra mim ontem a noite? vai me dizer que tudo aquilo era porque estava bêbada?" ele foi direto, e koo ryeon não esperava por isso, mas ela mentiria se dizesse que sim.

"não é isso, joonggil."

"eu também sinto falta de você, minha esposa." confessou, estava farto de fingir que não sentia nada por ela "sinto falta do seu beijo, dos nossos abraços e dos seus carinhos, ryeon. odeio saber que fui cegado pela raiva, ao ponto de acabar perdendo a mulher que eu mais amei na minha vida."

ryeon abaixou o olhar até seu próprio pulso, não conseguindo mais se segurar ela se permitiu chorar.

"não foi sua culpa, joonggil." ela respondeu em um sussuro "nada disso foi sua culpa."

"muito menos sua."

os dois ficaram em silêncio, koo ryeon se aproximou de joonggil e parou na sua frente, sem olhar pra ele.

"te fiz sofrer e você ainda me quer?" koo ryeon olhou para o ceifador "mesmo depois de tanto tempo, você ainda me ama, joonggil?"

"e tem como não amar?" ele encarou os olhos dela "mas eu quero saber de você, ryeon, você ainda me ama?"

"eu nunca deixei." falou sem pensar duas vezes, sentindo um alívio por ter botado aquilo pra fora "nem mesmo por um segundo."

joonggil apoiou sua mão na bochecha da mulher, limpando seu rosto repleto de lágrimas, koo ryeon segurou seu braço mas não pra ele se afastar, ela gostava daquele contato e não queria que se afastasse, mas não tinha coragem de admitir, felizmente, o park entendeu o recado. ele deixou uma bitoquinha na sua bochecha, em seguida próxima a sua boca, e deu um selinho suave na sua boca, os dois deram algumas risadinhas bobas e se aproximaram mais, por fim, seus lábios se encostaram e conseguiram sentir o mundo parar em sua volta, aquele momento era apenas deles e só, um total silêncio, apenas o barulho dos seus corações palpitando um pelo outro. separaram o beijo e começaram a rir novamente, risadas idiotas e olhares apaixonados, era como está no céu, ryeon descansou sua cabeça no ombro do rapaz e suspirou, eles estavam brilhando de alegria.

"podemos recomeçar, joonggil."

"sim, com certeza."

"eu te amo."

"eu também te amo."

"a gente precisa ir trabalhar, né?"

"precisamos, fiz um café incrível pra minha mulher."

koo ryeon sorriu envergonhada, se afastando e entrelaçando seus dedos, eles podiam recomeçar e ter uma nova vida, os dois estavam juntos novamente, o fio pode ter sido rompido, mas o amor que eles tem um pelo outro nunca foi esquecido.

vinte e oito de abril ٬ tomorrowOnde histórias criam vida. Descubra agora