"Novo" Homem-Aranha (Marvel)

"Novo" Homem-Aranha

           — Está demitido, Teia.

           — Acho que não entendi, senhor Fury.

           — A gente conversou bastante sobre isso — muito mesmo — e eu e o capitão chegamos a conclusão que seria melhor para todos se tirarmos sua participação nos Vingadores.

           — O que? Por que?!

           — Bom — jogou-se sobre a mesa —, pensamos que talvez você ainda não esteja preparado para algo assim.

           — Eu enfrentei o Thanos!

           — Você morreu para o Thanos! — retrucou, esmurrando a madeira.

           Os dois silenciaram-se. Mesmo que não houvesse mais nenhuma relação entre eles, ele ainda era apenas um garoto.

          — Sei que é difícil digerir a notícia. Particularmente, — ajeitou a jaqueta — não gostaria de ter que te falar isso, mas não posso mais te colocar em perigo. Consegue entender?

           O Aranha mirava o chão através da máscara

          — Consegue?

          — Acho que sim...

          — Vem cá... Deixa eu te acompanhar.

          Os dois caminharam em direção à porta. O Teia parecia ter perdido algo no chão. Talvez fosse o sentido; não o aranha, mas aquele que fazia ser o "amigão da vizinhança" algo a se orgulhar, não sinônimo de desempregado, solitário e sem teto.

          — Agora o que eu faço?

          — Talvez voltar às coisas que fazia — respondeu. — Jogar umas teias por aí, começar um hobby... Você sabia que os X-mens estão procurando pessoal?

          — Eles provavelmente não vão me aceitar.

          — Relaxa — deu uns tapinhas —, é só fazer uma pequena modificação no seu material genético, aprender um pouco de Excel e eles te contratam. Pouca coisa. Foi assim que o Fera conseguiu.

          — Fera não é aquele bicho azul?

          — Bicho azul assalariado — ressaltou.

          — Mas-

          — Adeus! - encerrou, arremessando a porta. - Ufa... esses jovens estão cada vez mais complicados.

          Voltou, então, à mesa e tocou o interfone.

          — Hill, pode mandar o próximo.

          Um Fury esperou recostado em sua cadeira de couro quando, alguns minutos depois, a porta abriu revelando um tímido jovem nova-iorquino.

           — Aqui é a entrevista?

           — Correto. Peterson, não?

           — Na verdade, é Peter, senhor.

           — Ah, okay, mil desculpas — riu — são tantas coisas no meu dia que até enlouqueço. Então — cruzou as pernas sobre a mesa enquanto puxava o currículo —, aqui diz que você já trabalhou para um jornal como fotógrafo.

           — É... era um trabalho bem complicado, o salário não era lá aquelas coisas e meu chefe, podemos dizer, não era uma pessoa muito humorada.

           — Pelo menos temos algo em comum.

           Peter olhou sério.

           — Brincadeira — sorriu. — Aqui também diz que você foi picado por um aracnídeo radioativo e, por isso, agora você tem poderes de uma aranha... Rapaz, acredita que acabamos de demitir alguém exatamente assim?

          — Não brinca!

          — Acho que esse é o seu dia de sorte, garoto. Bem-vindo a equipe.

          Moral da história: Se você não quer ser demitido, mexa com magia negra... Isso não parece estar certo.