Chapter 24

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VALENTINE'S DAY


POV ANDREA


— Isso é inadmissível, excelência. A cada vez que a criança segue para a casa dos avós paternos, ela volta com um comportamento hostil.

Algumas pessoas estão presentes na sala de audiência. Minha cliente, e amiga pessoal, parece apática sentada ao meu lado. Do outro lado do corredor, estão o advogado e os avós da pequena Beatrice.

— Ficou determinado em juízo que a criança pode conviver com os avós a cada trinta dias. Mas todas as visitas se tornam caóticas, pois eles praticam algum tipo de alienação parental. Quando a mãe a busca, ela apresenta sinais de que não quer mais morar com a sua genitora e sentimentos conflituosos durante dias.

— O que está sugerindo é um absurdo, advogada. – O advogado da outra parte afirma.

— Não. Não é absurdo! – Eu o rebato.– Excelência, se me permite, gostaria de apresentar algumas imagens da menor. E como a nossa audiência é regida em regime de segredo de justiça, a imagem da menor não precisa ser alterada.

— Permitido.

Uso o controle nas minhas mãos e apresento um vídeo onde Amber está seguindo de carro com a filha para a casa dos avó. Eu mesma sugeria que ela filmasse o passeio.

E você vai se comportar com os seus avós, não vai?

Vou mamãe. Eu prometo.

Está bem. Cuidado para não comer muito doce, Beatrice.

A pequena criança de cinco anos confirma entretida no banco de trás.

A mamãe vai sentir muita saudades de você.

Eu também, mamãe.

Pauso o vídeo.

— Agora, Excelência, o vídeo de apenas dois dias depois de estar com os avós.

Clico e o vídeo inicia com a minha cliente tentando ajustar a filha na cadeirinha infantil, enquanto ela grita e esperneia.

Calma, Beatrice. Você volta em quinze dias.

Eu não quero irrrr...Eu odeio você. Eu odeio você. Quero ficar com meus avóssss.

Os gritos continuam estridentes até que eu silencie e pause o vídeo.

— Como pode ver, Excelência, apenas dois dias na presença dos avós, a criança volta para casa com um sentimento confuso de ódio pela própria mãe. Uma mãe que apenas tem se dedicado a cuidar da sua filha desde que o pai sumiu.

— Qual o teor da sua petição, doutora?— O juiz me questiona.

— Excelência, requeiro, em caráter urgente urgentíssimo, uma avaliação psicológica para a menor. Precisamos investigar o que está causando esse dano psicológico para essa inocente. se esse tipo de situação continuar, poderá causar danos emocionais irreparáveis nessa criança. E não podemos assistir quietos isso acontecer. Beatrice era uma criança feliz e saudável. Agora se recusa até mesmo ir para o colégio.

— Excelência, isso é ilógico. A criança adora os avós. Não é crível que acredite que essa criança está sofrendo alguma pressão psicológica.– Mais uma vez o advogado da outra parte se defende.

— Caro colega, esse não é o primeiro episódio. A minha cliente relata que a sua filha está diferente. E que isso está acontecendo desde que foi concedida as visitas para os avós.– Afirmo categórica.

Valentine's Day G!POnde histórias criam vida. Descubra agora