Capítulo 23

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Já era tarde na corte do Sol quando Ayla andava em circulos no seu quarto, o chão de madeira estava coberto por mapas e diários que contavam em detalhes o ápice da grande guerra, desde o momento que Hyberon adentrou em território feérico até o momento de sua queda. A princesa listou cada possível esconderijo e cada possível passo que a mulher que se dizia a rainha dos vivos e dos mortos, poderia escolher.

Mas não foi isso que a tirou de sua paz.

A verdade é que Ayla não conseguia dormir, desdo o momento em que foi trazida para os seus aposentos ela não conseguiu pregar os olhos. A vinte dias está vivendo na base de litros e litros de café, algumas frutas e uma ou duas fatias de pão.

Toda vez que fecha os olhos, sãos os de Nyx que aparecem. A forma que se sentiu, como se o ar fosse drenado de seus pulmões no momento em que ele sumiu, a impede de se concentrar em qualquer coisa que não seja, achar Nyx Acheron e o trazer de volta para casa.

A marca em seu rosto ainda ardia como o inferno. Quando retornou ao palácio depois do sumiço de Nyx Acheron, os curandeiros a esperavam com gases e elixires para tratas de seu rosto. Amarantha tinha feito um estrago no olho esquerdo da princesa.

Agora, o rosto contava com marcas grossas e desengonçadas que contornavam a linha da sobrancelha até a maçã do rosto. Seu pai tinha chorado quando a viu, o medo de que algo pior tivesse lhe acontecido ainda perdurava em seus pensamentos.

A princesa tem se sentido diferente com relação ao herdeiro da corte noturna, ela precisa que ele esteja vivo, bem e ao seu lado. Ela sente seu coração em agonia profunda e a alma chorar com sua ausência, é quase insuportavél o sentimento que ela ao menos consegue nomear.

Onde ele pode estar? Onde? Vamos lá Nyx,morcego idiota, preciso de ajuda aqui.

Ayla só parou de rodar quando caiu ao tropeçar na pilha de livros que nem ao menos se lembrava de estar lá. Seu corpo gemeu com o empacto, mas seus olhos pularam pra um papel que pulou de um dos livros. Era um mapa, o mapa que dava acesso as antigas rotas de navegação, o lugar não mapeado que ninguém vivo se atreveu a ir.

O meio.

"Lugar que nenhuma criatura deveria ir, o território é considerado pelos mais renomados navegadores como inacessivél, espaço onde o vento não balança, onde a vida não se desenvolve e onde as mais terrivéis criaturas se espreitam entre as sombras.

Alguns dizem que as criaturas que moram neste lugar foram a muito tempo, renegadas pela mãe, um erro da crianção que a entidade suprema resolveu esconder.

Outros dizem que as criaturas foram jogas lá pelo rei severo que um dia governou esse lugar. Mas para todos os efeitos, nunca, em hipótese alguma, tente entrar nesse lugar. Não há garantias que um dia você irá voltar".

-Bingo!

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-Você está maluca? Perdeu a noção do perigo? Onde foi que você enfiou a porra do seu juízo?- Alexander gritava incrédulo depois de ouvir o plano de sua irmã para resgatar o herdeiro da noite.- O meio Ayla? Você tem noção do que é aquele lugar?

-Sim Alec, eu sei qual é o lugar de que estamos falando e tenho noção dos perigos que podemos infrentar. – a ruiva tinha um expressão tediosa enquanto girava uma adaga nos dedos.

-Acha mesmo que esse é o melhor caminho para levar um exercíto em potencial para uma jornada que nem ao menos temos certeza do caminho?

Ela acordou seu irmão antes do Sol nascer para contar sobre o plano que havia formulado, trouxe os diários como evidência de que era possível fazer aquele trajéto, mapas que compunham as rotas que poderiam tomar e os suprimentos necessários para ir e voltar.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora