Caixinha de surpresas

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Marilia

Saio do motel o mais rápido possível, antes que a loira que dormi noite passada acordasse.

Antes de sair deixo tudo pago.

Eu estava atrasada para o trabalho. E só de pensar em ver Maraisa revirando os olhos por isso, um sorriso divertido nascia em meus lábios.

Depois de passar em meu apartamento e tomar um bom banho, saio apressada até o prédio de Maraisa.

Ajeito minha roupa enquanto o elevador sobe. Quando as portas do mesmo abre, a vejo numa conversa aparentemente animada com Gustavo. Me aproximo.

- Bom dia! - cumprimento. - maraisa. - sorrio e ela revira os olhos. - Gustavo. - ele acena com a cabeça.

- Está atrasada! - ela resmunga.

- Bom, pode ir, Gustavo! - ele assente e se despede, saindo em direção ao elevador.

Olho para Maraisa que estava encostada na soleira da porta e noto que estava arrumada. Vestia um vestido azul de alcinhas leve, que vinha até o meio de suas coxas. Franzo o cenho.

- Vai sair? - questiono. - Que eu saiba hoje é sábado, então... Nada de faculdade. - provoco.

Ela revira os olhos mais uma vez.

Merecia umas boas palmadas por isso!

Balanço a cabeça negativamente e afasto esses pensamentos.

- Vou ao shopping! - ela olha no relógio de pulso. - Quer dizer, eu já deveria ter ido, se não fosse uma certa segurança idiota. - ela dá de ombros e anda até o elevador, mas antes tranca a porta do apartamento.

A sigo.

- Se referindo à mim, maraisa? - debocho.

Entramos no elevador.

- Só trabalho com fatos e o fato é, com toda certeza, que você é uma idiota. - dá de ombros e digita algo no celular.

Reviro os olhos dessa vez.

Ela tinha o prazer de me desafiar.

Estaciono em uma das vagas do estacionamento do shopping e desço do carro para abrir a porta de Maraisa, mas ela logo estava fora dele. Bufo.

A encaro por alguns instantes e percebo que eu nunca poderia negar o quanto Maraisa era bonita.

Ela desamassa o vestido e me pega a encarando.
Cruza os braços debaixo dos seios e franze o cenho.

-o que foi?

- Nada! - franzo o cenho. - Vamos? - ela me encara por alguns segundos, mas logo assente e sai andando à minha frente.

Reviro os olhos. Não devia ter aceito esse trabalho. Desde o começo eu sabia que vigiar mais uma garota mimada daria em inúmeras idas e vindas em lojas, shoppings e boutiques. E com toda certeza, com Maraisa não era diferente.

A sigo e ela anda em passos decididos até uma loja de brinquedos infantis.

Franzo o cenho.

Entro juntamente com ela e me pergunto o que ela estava fazendo em uma loja de brinquedos.

Ela pega alguns brinquedos e sorri com cada um que coloca em uma cestinha.

- Não sabia que tinha fetiche por brinquedos infantis. - provoco e sorrio.

- Não enche, Marília! - ela mostra o dedo meio e percebo que tenta segurar o riso.

- Mas é sério... - a encaro. - Por que tantos brinquedos? - ela para de olhar uma boneca de pano e revira os olhos.

Meu porto seguro - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora