20° Capítulo

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Michael e Lucy dormiram naquela noite. Sonos diferentes...

Michael na verdade, não dormiu. Michael apagou. Afinal, estar inconsciente não é dormir.

Sim. Diferentes realidades podem repetir os mesmos problemas, em épocas e situações distintas.

Diante da dor que sentia, e em busca de fugir dos enfrentamentos que sabia que o aguardavam, Michael tomou uma dose muito além do que a receitada dos remédios de insônia que geralmente tomava durante as turnês. E ele sabia disso.
Sua ideia era apagar. Dormir por um dia todo, acordar apenas no dia seguinte, perto da hora de se preparar para o show, assim já teria algo para ocupar a mente, e não teria tempo para a tristeza que sufocava-lhe.
O problema é que os remédios também o faziam sufocar, de modo inconsciente, sem que ele percebesse.

Foi Miko que, ao chegar ao hotel, lembrou-se das palavras de Lucy, e achou que, de fato, alguém precisava ver o que se passava naquele quarto.

Bateu uma, duas, três, quatro vezes na porta.

Nada.

Chamou os outros seguranças. Perguntou sobre barulhos, movimentos.

Nada.

Chamou Jolie, perguntou do telefone. Ainda mudo.

_ Vou arrombar. - disse Miko.

_ Está louco? Ele não quer ser incomodado. Está na cara. - disse Jolie.

Miko a encarou, furioso.

_ Michael, abre a porta cara, senão eu vou por esta porta abaixo! - gritou o segurança/amigo, para tentar obter alguma resposta.

Nada. Só silêncio.

Chamou Bill pelo rádio. Pediu que ele viesse.

_ Chame o pessoal do hotel, Jolie. Se não tiver uma chave extra, eu vou por essa porta abaixo. - avisou.

Enquanto isso, algumas quadras dali, Lucy tinha um sono agitado, inquieto.

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E há muitos quilômetros dali, num outro tempo e espaço, outra Lucy, que há muitos meses vinha dormindo extremamente bem, que estava passando férias em solo americano pela primeira vez em sua vida, e que estava maravilhada com isso, ansiosa para assistir ao musical ao qual seu marido a levaria no dia seguinte, vinha tendo uma noite que seria, no mínimo, curiosa.

Lucy Ferreira deitou-se, após uma linda noite de amor com Ed. Deu-lhe um beijo, fechou os olhos e, quase automaticamente, viu-se num cenário que lhe era familiar. Estranhamente familiar.

_ Aqui? De novo aqui? Por quê? - perguntava ela, atordoada em ver o jardim que estava com um aspecto embranquecido, gelado.

As árvores, muitas quase sem folhas, remetiam a um inverno rigoroso. No chão, resquícios de neve eram visíveis, e o vento uivava nos ouvidos.

Um pouco adiante, no conhecido banco, alguém estava sentado e, aparentemente a esperava.

Ao se aproximar, o choque por ter voltado aquele local, não diminuiu. Ao contrário, ele apenas aumentou. Ele foi multiplicado em muitas vezes:

Lá estava ela. Uma versão mais jovem de si mesma.

Lucy Fergunson a esperava sentada no banco do jardim.

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Enquanto isso, em 1988, em outra linha temporal, assim que Miko abriu a porta do quarto de Michael no Hotel Mayfair, ele correu para a cama onde o amigo dormia.
E percebeu rapidamente que o amigo não dormia.
Michael estava inconsciente.

Michael Jackson - Living the DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora