Quando conheci Rodiney

3 0 0
                                    

Anos noventa, aos 17 anos eu não tinha muita coisa para fazer, e para passar meu tempo eu costumava desenhar, e ler histórias em quadrinhos. Não era muito comum para uma garota normal ler histórias em quadrinhos de fantasia, mas nunca me considerei uma pessoa comum, fazia questão de ser assim. Queria me afastar do tradicional, do conservadorismo.

Como sempre fazia nas sextas, fui a banca de revistas usadas de meu amigo Paulo, que sempre me ajudava a escolher boas revistas, com belas imagens de guerreiros com um excelente desconto, em troca deixava algumas artes para expor em sua banca.

 Naquele dia escolhi várias revistas do Conan, pois além de bela capas trabalhadas a óleo, suas páginas traziam uma arte final impecável de grandes artistas, que me inspiravam a desenhar (guerreiros, feiticeiros, e outros personagens da fantasia) Na hora que estava saindo Paulo me chamou com um pequeno pedaço de folha de caderno na mão e disse, tenho uma surpresa para você:

-Um amigo, frequentador da banca que também gosta de desenhar personagens como você, me deixou um endereço para que caso se interesse em trocar ideias, entre em contato com ele.

Respondo sorrindo a ele:

-Hum ...pelo jeito alguém se interessou por meu trabalho!!

Abri o papel, e vi que se tratava de um endereço ali perto, uma grande loja de roupas e sapatos, e meu admirador trabalhava como vendedor.

Agradeci ao dono da banca e fui até a loja. Ao chegar perguntei por Rodiney, logo me apontaram para onde ele estava no fundo da loja atendendo um cliente. Um garoto magro de média estatura, esbanjando simpatia enquanto trabalhava. Talvez devido a profissão que exigia ser o mais simpático possível.

Me aproximei e me apresentei ao vendedor, que ficou um pouco intimidado pela minha presença, e surpreso por ter aceito o convite que deixara na banca.

-Oi... Meu nome é Angel e o meu amigo Paulo, me disse que você estaria interessado em trocar algumas ideias sobre artes de personagens!?

E com um sorriso no rosto, ele respondeu

-Ah sim..me desculpe o mau jeito é que fiquei surpreso por ter aceitado meu convite, e como sou um pouco tímido...

-Eu entendo...também sou um pouco tímida.

Após nos apresentarmos, ele me passou o endereço de sua casa, e eu lhe deixei o número de meu telefone residencial. Na época não havia celular.

Fiquei a observar o jeito tímido daquele garoto, não era um tipo que despertasse paixão instantânea, um estilo nerd meio arrumadinho, mas tinha alguma coisa diferente que me intrigou, talvez o nosso interesse em comum. Fiquei imaginando como ele se transformava quando estava vendendo os produtos da loja, era claramente uma questão profissional. Falamos sobre os desenhos, e logo nos despedimos, afinal ele estava no trabalho, não seria prudente estendermos a conversa ali mesmo.

Após nos despedirmos, confirmei que iria até sua casa no final de semana, como ele morava a uns dois quilômetros, iria com minha boa e velha monareta feminina.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 21, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Tal qual uma borboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora