Ela sonha com algo que não sabe o que é, não ouve a voz, não consegue toca-lo nem mesmo vê-lo. Apenas sente a respiração em seu pescoço com a sensação de está sendo tocada lentamente. Como se aquilo a chamasse toda vez que sonha, fazendo seu coração...
Entro no salão, Lucienne diz que aqui acontece alguns bailes. Não é sempre,mas acontece. Imagino as possibilidades de criaturas mágicas que vêem nesse baile. Inspiro o aroma de contos medievais e vitorianos que esse salão trás até minhas narinas.
- Sonhando acordada?
Meu corpo salta levemente com o susto da presença repentina ao meu lado. Morpheus.
-Considerando os fatos. Sim.
- Te assustei. Não foi de propósito.
sinto que não é verdade, já que o sorriso provocador em sua face entrega as cartas.
- Esta óbvio que foi proposital. Morpheus... Quando irei voltar para casa?
- Sabe que não pode voltar agora. Tem muito coisa que esta fora do lugar.
Escutar isso acabou com meu ânimo... Sinto falta de casa. Muita. Esse desconhecido apesar de ser lindo, não é a onde meu coração está. Morpheus tosse para chamar minha atenção.
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-Como foi sua manhã?
- Ótima, explorei alguns corredores. E o café estava maravilhoso. E a sua?
- Descobrir algumas coisas.
Cruzo os braços olhando para ele, esperando que continue.
- Um demônio realmente te visitou. E havia o mesmo rastro dele quando saiu para encontrar alguém naquela noite.
- Sim, a mascarada.
- Não, o rastro dela é leve e não forte.
Não entendo direito o que quer dizer, ou não quero acreditar nisso. É impossível!
- Quem iria ver naquela noite?
- Meu namorado...
Sonho parece incomodado com alguma coisa. Ele limpa garganta, voltando com o ar frio.
- Não contou que tem um namorado.
- A gente brigou... Não estamos bem. Também não era importante no momento...
Só de lembrar que deixei o Z, sozinho. Não sei o que irei inventar para ele... A verdade não é uma opção agora. E por mais que sinta falta dele... Que deseje pedir desculpas. No momento em estou presa, é impossível dizer isso.
- Toda informação que tem, é importante.
- Porque isso agora? Não está achando que o Z tem algo haver com isso não é?
Seus olhos dizem tudo. Suspiro sem acreditar.
- Claro que não! O Z é um humano normal. Ele não seria capaz de me machucar.
Sonho rir com ironia
- Até um humano pode ser tão asqueroso quanto um demônio. Esse tal de Z, se for ele,de algum modo o rastro ainda está em você. Então, quando chegar perto dele, saberei na hora.
