Capítulo Único

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"Olá! Estou viciada na música nova do Sam Smith e me veio essa "história" na cabeça, é curta e não tem muitas explicações, mas eu gostei dela. Embora eu ainda vá culpar o Sam pela minha passagem de ida pro inferno por ter escrito isso. Espero que tenham gostado. Beijos e boa leitura ;)"


Ele podia sentir os olhares que recebia durante a missa de domingo. A pequena cidade nunca foi a mesma depois que o padre August Saint se mudou para a paróquia. Aos 35 anos, ele fazia as mulheres de todas as idades rezarem para que ele quebrasse seus votos. Ele se tornara padre assim que o pôde fazê-lo, mas haviam coisas que não abrira mão. Os exercícios físicos e academia faziam parte de uma rotina auto imposta, talvez seja por essa exposição que o número de pessoas nas missas de domingo tenha aumentado visivelmente. Embora os outros homens neguem veemente que suas filhas e esposas vão para a igreja apenas para desejar de longe o padre de 1,87 de altura, com o corpo de um jogador de futebol americano, cabelos negros e olhos verdes, elas, claramente, não iriam cometer tamanho sacrilégio.

Mas havia uma família em particular, os Puckman, sempre foram devotos frequentes, mas a matriarca da família estava se tornando cada vez mais ousada, usando até mesmo seu próprio filho como desculpa. Gilbert Puckman era a ovelha negra da família, aos 19 anos ele havia ido para a universidade em outro estado, depois de comprar uma briga ao se assumir gay e ateu, mas lá estava ele, no ano seguinte, na missa que dava início a quaresma. Saint se lembrava dele, do confessionário a um par de dias atrás, mais um item pra lista de coisas que sua mãe insistiu que ele fizesse, e sabia que ele estava ali apenas porque era mais fácil ouvir o sermão de uma hora do padre do que ouvir sua mãe reclamar durante o cinco dias ininterruptos. Anna podia ser muitas coisas, mas não era fácil de lidar, principalmente com pessoas que discordavam de suas crenças e filosofias de vida.

-Gostaríamos de convidá-lo para um jantar lá em casa hoje a noite - Anna falou se aproximando.

Saint sorriu educado, por sorte hoje teria que fazer alguns trabalhos manuais na paróquia, isso o salvava de um jantar bastante desconfortável. Gilbert continuava ao lado da mãe, mexendo distraidamente no celular enquanto ela continuava a falar sobre o quão abençoado seria Saint se juntando a eles para uma refeição.

-Sinto muito, sra. Puckman, mas preciso começar a prepara tudo para a quaresma, isso inclui algumas coisas na igreja - Saint recusou.

-Você vai trabalhar até tarde? - Anna insistiu.

-Possivelmente, há muita coisa a ser feita e sou apenas eu para os trabalhos manuais mais pesados.

-Gilbert iria adorar ajudá-lo!

O homem em questão levantou o olhar da tela do celular assim que ouviu seu nome, a empolgação com que Anna ofereceu a ajuda dele, ele definitivamente não preferia passar a tarde em uma igreja quando havia uma dissertação para entregar na manhã seguinte.

-Não é necessário, Anna, mas obrigado.

-Oh, claro que é! Você mesmo falou que há apenas você para os trabalhos manuais, uma ajuda seria bem vinda. Não é, Gilbert?

-Suponho que sim - o filho respondeu, ainda olhando para a mãe como se ela tivesse realmente enlouquecido.

-Ótimo! Vou esperar ambos para o jantar, vai fazer bem para Gilby passar um tempo com alguém de fé.

A mulher baixa e de corpo magro saiu alegre da igreja enquanto ligava para sua filha avisando que precisaria de ajuda com o jantar de hoje. Saint olhou para o rapaz que fora obrigado a passar a tarde com ele, podia reconhecer os traços de seus pais nele, o cabelo liso e castanho certamente viera da mãe, junto com o corpo atlético, mas os olhos e a boca vieram de seu pai, as íris douradas era uma marca registrada do homem mais velho, assim como os lábios levemente cheios.

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