𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 42

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2 de abril de 1996, Terça-Feira;

Aquila não pode dormir, com medo de que as imagens aparecessem em sua cabeça novamente, talvez seja Bellatrix Lestrange mexendo com sua mente, mas ela não estava naquele sonho, o que a deixava mais assustada.

Seus dedos tremiam agarrados ao cobertor azulado, os olhos pregados em seu armário onde a adaga de Bellatrix estava, Aquila sentiu seu coração bater rápido e sua respiração parar quando seu pai abriu a porta, a olhando rapidamente.

-Bom dia? -ele perguntou sorrindo. -Já está acordada? O que quer para o café da manhã? -perguntou ele ainda na porta, vendo que ela não o respondeu, o homem falou. -Vou fazer panquecas, desça logo! -disse e fechou a porta.

Aquila se pôs de pé, devagar caminhou até seu armário pegando suas vestes, logo as vestindo, aquecendo-se. A Black segurou o metal gélido da adaga de sua parente entre os dedos, apertando firmemente, sentindo o mesmo se preparar para rasgar levemente sua pele pálida.

Ela solta o aperto, colocando a adaga em sua mesinha de canto, escondendo-a entre seus pertences. Aquila fechou tudo que havia aberto e saiu do quarto, descendo lentamente as escadas, e ouvindo vozes conhecidas.

"Aquila Black" A voz aguda e provocativa da irmã Black mais velha surgiu.

"Pequena Aquila" Aquila escutou uma voz não ouvida a muito tempo, a de sua prima de segundo grau.

"Aquila Black Lupin, minha sobrinha" A voz recentemente dolorida de Narcisa soou pelo ar, fazendo Aquila andar rápido até o andar de baixo.

"Aquila Black...Sirius" Disse a voz masculina de Regulus.

"Aquila, prima!" Chamou a voz de Harry e Aquila se virou, olhando para onde a voz surgiu, mas ao invés de Harry, Bellatrix, Andrômeda, Narcisa e Regulus se encontravam ali, lhe olhando torto, a Black menor correu, parando somente ao chegar na cozinha.

-Aquila, filha, está tudo bem, docinho? -perguntou Sirius a sua frente, com um prato cheio de panquecas com mel e morango, a fruta favorita de Aquila.

-Sim, está. -Ela mentiu, contendo a lagrima em seu olho. Seu peito ardeu enquanto comia devagar a pilha de panquecas junto com o café forte de seu pai. Sua cabeça estava tonta e vazia, nada poderia entrar na sua mente, seu corpo estava leve, Aquila iria cair a qualquer momento, Sirius saiu da cozinha e rápido Aquila convocou um pergaminho e uma pena com sua varinha.

"Severus Snape,

Me ajude, estou mal, retire-me daqui por favor!

Aquila Black"

Aquila laçou um feitiço na carta fazendo-a se queimar e desaparecer. Sirius voltou para a cozinha logo em seguida, sorrindo ao mostrar um fone de ouvido e uma fita de sua época.

"As Melhores"

Estava escrito em uma fita adesiva colada no objeto.

-Fique com ela, me ajudou quando estava preocupado com tudo, e sei como deve estar preocupada com o sumiço de Cedric Diggory. -Ele disse sorrindo e entregando a mais nova.

-Muito obrigada pai! Falando de amigos...-começou ela, com mais uma mentira. -Draco me convidou para passar o verão na casa dele, já que nunca fomos muto próximos, achei que seria uma boa oportunidade! -disse ela com um falso entusiasmo.

-Ok, se você quiser, obviamente, e eu posso leva-la! -disse ele.

-Muito obrigada e se permitir posso chamar o professor Snape, já que é caminho para ele, ele vai lá ver Draco todo dia. -disse Aquila e Sirius concordou quieto.

A morena fingiu mandar uma carta para Snape e quando viu, a campainha tocou, a mesma correu para abrir vendo a imagem do homem alto e de cabelos sedosos na porta.

-Professor Snape, eu vou arrumar minhas malas. -disse Aquila correndo para cima, pegando uma mala grande e jogando muitas roupas dentro, ela corre até a mesa de canto e joga a adaga dentro da mala, sem saber ao certo do porque estava fazendo aquilo.

Aquila desceu rápido vendo Snape e seu pai conversarem, ao aparecer ambos se calam, não como se ela os interrompesse, mas como se o assunto não houvesse motivo para continuar sendo falado.

-Vamos. -falou Snape olhando ao chão.

-Eu te amo. -disse Sirius beijando o topo da cabeça de sua filha.

-Eu te amo também. -disse ela, abraçando-o. -Vamos. -falou ela ao de cabelos negros e sedosos.

Ao agarrar a mão de Snape ambos aparatam para uma rua clara, com uma placa escrita "Rua da Fiação", ambos caminham por meio das casas até pararem em frente a uma casa, onde o homem pegou as chaves e pediu para a mais nova entrar.

-Onde estamos? -disse ela, com receio.

-Bem vinda a minha casa! -disse Snape convencido.

-Achei que me levaria para a mansão Malfoy. -disse ela observando em seu redor, percebendo os milhares de livros jogados.

-Levaria, mas essa semana os comensais estão lá para renovar a marca negra! Voldemort perdeu a confiança neles. -disse Snape andando até as escadas, seguindo ao segundo andar e parando assim que chegou na frente de outra porta escura. -Pode dormir no quarto de hospedes! -disse ele e Aquila jogou sua mala em cima da cama. Abrindo-a rapidamente.

-Tenho que lhe mostra uma coisa. -disse ela procurando a adaga. -Achei isso no meu armário! -disse ela percebendo a cara duvidosa do homem.

-E o que tem? É só uma adaga! -disse ele se sentando na cama.

-Não é só uma adaga, Severus, a ultima e primeira vez que a vi foi em um sonho e Bellatrix Lestrange a usava quando jovem! -disse ela. -Quando Bellatrix veio conversar comigo depois da reunião, ela citou sobre os sonhos, ela os colocava em minha cabeça! -disse ela e Snape se levantou rápido, como se visse um vulto.

-Oh, Merlin, disse que a encontrou em seu armário, o que significa que Bellatrix esteve em sua casa. -disse Snape apavorado, percebendo que a casa poderia não ser protegida por feitiços.

-Não, lá ela não entrou. -disse ela, sabendo dos feitiços antes feitos na casa.

-Há uma possibilidade pequena, mas ainda existente de a adaga ser encantada para ela. Precisamos desfaze-la. -disse Snape decidido, pegando a adaga em mão e logo sem ele forçar, cortando sua palma e se atirando na parede, Severus segurou sua mão como impulso, vendo o sangue vermelho vinho jorrar transformando sua mão em sangue puro.

Aquila se aproximou lentamente da adaga a retirando da parede onde a mesma fincou-se, saindo com facilidade, sem fazer nenhum movimento brusco como fez com Snape antes, ela se comportou bem para uma adaga possuída.

-Estranho! -disse Snape. -Ela não foi encantada por Bellatrix! -disse o homem.

-Como sabe que não! -perguntou Aquila ainda com medo, e Snape olhou para as mãos da garota.

-Porque a adaga ainda está em suas mãos sem a ferir! -disse ele a garota que olhou para sua mão assustada, sem saber como processar o que havia acabado de acontecer. A mesma colocou a adaga na sua cama novamente.

-Conseguimos saber quem a enfeitiçou? -perguntou Aquila ao homem de preto a sua frente.

-Talvez, mas demorara um pouco, minha mão foi danificada por conta de sua nova adaga! -disse ele rindo.

-Eu não a quero! -disse ela rindo em sarcasmo.

-Mas ela a quer, não tem escolha, ela lhe escolheu! -disse Severus e Aquila por fim olhou para sua nova adaga com cuidado vendo a brilhar.

Doces e Guerras-Neville Longbottom-Onde histórias criam vida. Descubra agora