05 - nada que eu não tenha visto antes.

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O refeitório do hospital começava a ficar agitado

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O refeitório do hospital começava a ficar agitado. Grande parte da equipe médica e técnica se reunia para forrar o estômago depois de tantas horas em pé, exaustos para falar alto demais, o que deixava em evidência o tom empolgado de Hayden. A garota, carregando seus cabelos loiros brilhantes, olhos verdes e uma roupa simples, porém fortemente estampada para chamar atenção — como bem gostava — estava numa mesa redonda, apoiando os braços no metal conforme gesticulava. Diante dela, Sean e Taylor sentavam-se lado a lado, sem uma reação clara tomando os rostos, afinal, a surpresa era grande por vê-la ali. Ainda mais, a preocupação em não saber como avisá-la do que acontecia.

E mesmo que a vontade do sobrevivente fosse dar as notícias o quanto antes, ele não se via na capacidade de calar a garota. Feito a velha amiga que era, aproveitava o momento para colocar o papo em dia, sem dar espaço para que o casal entrasse na conversa. Muitos funcionários chegavam a olhar feio a algumas mesas de distância, incomodados pelo falatório desenfreado de Hayden, que não compreendia o quão incômoda estava sendo.

— Mas também tem o estagiário gatinho que cuida das modelos — dizia ela. — Ele se diz gay, porém eu realmente acredito que seja um hétero disfarçando a sexualidade para ficar mais perto das garotas. O que é nojento, e eu certamente entraria com uma ação para despedir ele, mas não deixa de ser um gato. Por que os mais bonitos sempre não prestam?

Encarou o casal de olhos cerrados. Taylor e Sean se entreolharam.

— Ahm... Na verdade, tem uma coisa bem importante que você deve saber — começou o loiro, até ser interrompido pela vigésima vez. A pausa de Hayden, pelo jeito, era apenas para criar dramaticidade, e não para que respondessem sua pergunta.

— De qualquer forma, muito obrigada, Sean. Ter me indicado para a Windy Magazine vai ser ótimo para o meu currículo. Mas me diz, como isso aconteceu?

Sean não soube o que dizer.

— Como é?

— Como me indicou? Não te vejo tendo relação com esse ramo, sinto muito...

— Eu... Eu não indiquei nada, Hayden.

A loira fechou o rosto.

— Windy Magazine? Uma das maiores revistas de Ohio? Alô?

— Não sei do que está falando...

— Então por que me trouxe aqui?

Novamente, Sean e Taylor se entreolharam.

— Na verdade, é uma surpresa te ver aqui. Estava tentando perguntar o motivo de ter vindo para cá, mas você... Bem, não me deu uma chance de dizer.

Hayden engoliu em seco, confusa. O refeitório voltou a ficar silencioso. A luz do sol começando a se pôr surgia pelas janelas à direita do trio. Muitos carros podiam ser vistos enfileirados na rodovia que contornava o hospital, no tráfego habitual de fim de dia.

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