Capítulo 66

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Entro no vestiário e o vejo, ele esta sentado no banco com os braços apoiados nos joelhos e as mãos tampando o rosto, estava sem camisa e tinha apenas uma toalha enrolada na cintura. Parecia desolado, triste e desamparado. Caminhei lentamente até ele, e pelo visto ainda não tinha sido notada. Coloco a mão em seu ombro e ele ergue os olhos, meu coação se parte quando vi que seus olhos estavam cheios de lágrimas.

" amor o que ... " ele me interrompe quando se levanta e me puxa pra um abraço apertado, e chora. Fecho os olhos segurando a minha vontade de chorar também " eu estou com você " sussurro em seu ouvido

Ele afasta um pouco seu corpo do meu, e me encara " estou sendo pressionado por todos os lados Dul, eu não posso fazer o que quero, não posso correr atrás do que sonho por causa do meu pai que não aceita minhas escolhas e agora, por causa do treinador que já me vê como um grande jogador, eu não tenho autonomia entende ? Eu não tenho " ele volta a me abraçar

Respiro fundo, me afasto e seguro seu rosto " ouça meu amor, a vida é sua, você faz dela o que quiser entendeu ? Não pode deixar o treinador, nem mesmo o seu pai ditar o que é melhor pra você. É você meu amor, é você que vai viver disso pelo resto da sua vida, então, é você que tem que escolher, só você "

" meu pai não vai deixar eu fazer o que quero " ele sussurra com a voz embargada

" não importa o que ele quer, daqui a pouco tempo você vai fazer 18, e então ele não terá mais que opinar em nada, a escolha é sua, sempre foi, você só tem que escolher amor "

Ele funga, é tão ruim vê-lo assim " eu não quero decepcionar todos, eu não quero"

" não vai decepcionar ninguém, ninguém que verdadeiramente queira o seu bem, que te ame " acaricio o rosto dele " ouça, eu tenho certeza que a dona Ale vai te apoiar, assim como eu vou meu amor e logo seu pai irá entender também que a sua escolha é o melhor " digo firmemente

Ele volta a me abraçar, dessa vez é um abraço mais apertado " obrigado, obrigado por estar aqui por mim, obrigado por me amar, por ser minha namorada, por apoiar meu sonho mesmo que isso signifique ficar um tempo longe de você " ele sussurra

Não consigo evitar as lágrimas, afasto um pouco o rosto e junto minha testa a dele " apoiar o outro mesmo quando posso sair perdendo, mas, fazer isso pensando na felicidade da outra, isso é amar " declaro

Ele acaricia meu rosto, e limpa minhas lágrimas com carinho " você é perfeita " ele diz olhando especificamente pra minha boca

Mordo os lábios " você que é perfeito "

Agora ele que morde os lábios " eu te amo, muito muito "

Sorrio entre lágrimas " eu te amo, muito "

Ele sorri antes de me beijar com certa urgência. Suas mãos descem pro meu quadril e ele me puxa pra mais perto, minhas mãos brincam com seu cabelo, enquanto ainda desfrutava de seu beijo com gostinho de céu. Caminhamos ainda grudados pra dentro de um dos chuveiros, enrosco minhas pernas na cintura dele, enquanto ele me encurralava na parede. A coisa estava esquentando, esquentando demais.

" espera, espera " eu digo lhe dando um leve empurrão " não podemos aqui, por deus " digo ofegante

Ele ri " desculpa, é que você me deixa um pouco louco "

" tudo bem, acontece o mesmo comigo " digo respirando fundo, ainda esperava meu coração desacelerar

" o que ? " ele volta a me encurralar na parede " quer dizer que eu te deixo louca em ? " pergunta malicioso

Coro, abaixando o olhar " Christopher " digo envergonhada

Ele segura meu queixo e ergue meu rosto fazendo o encarar " você é linda, muito linda " me elogia

" por favor, para, se continuar nós vamos .... "

" nós vamos fazer o que estamos morrendo de vontade" ele diz me interrompendo, ele acaricia meu rosto e eu fecho os olhos sentindo seu carinho

" podem nos pegar " sussurro completamente inerte de tudo, abro os olhos quando noto que ele se afastou, Christopher estava mexendo na porta do vestiário " o que esta fazendo ? " pergunto

" resolvendo nosso problema " ele responde, em seguida corre até mim " pronto, estamos sozinhos e ninguém vai entrar "

Estreito os olhos " como pode ter certeza ? " pergunto

Ele sorri " tranquei a porta por dentro, e agora, onde estávamos mesmo ? " pergunta encarando meus lábios

" Amor eu não acho que ... " ele nem me deixa terminar, simplesmente me interrompe com um beijo.

Acabo me deixando levar, envolvo meus braços em volta de seu pescoço aprofundando o beijo. Estávamos tão inertes de tudo que quando a água do chuveiro começou a cair não nos separamos. Ele aperta levemente minha cintura sem parar o beijo, eu me afasto e dou um sorriso, ele sorri de volta e volta a me beijar, estou nas nuvens novamente.

Adolescente em crise - Vondy | Tema: VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora