Blair é uma garota simples, adora casos criminais, coisas sobrenaturais, adora ler um Dark romance ela acha fascinante, deve ser porque ela tem uns parafusos a menos, diante de todo caos que sua vida carrega ela segue adiante mas ela não esperava qu...
como vou explicar se eu mesma não entendo. Pra você é fácil falar que isso é coisa da minha cabeça, se não é você que vive isso todo dia. Mesmo em meio ao completo silêncio as vozes não me deixam em paz, eu não entendo o que elas querem que eu faça só sei que estou cansada, cansada de viver com tanto tormento, cada dia que me levanto é um sofrimento, minha mente diz:
-Querida, isso é só uma fase vai passar.
Em meio a tanto sofrimento ela ainda diz isso, como se eu não tivesse tentado tirar minha vida várias vezes em um ano, acho que ela precisa de terapia, mas tudo bem mais um dia concluído, estou viva apesar de todo sofrimento constante e todos esses remédios todos os dias, toda hora, se fico sem, já era, vai tudo por água abaixo, quer dizer, mais baixo ainda. Ando pela sala me dirigindo as escadas, chegando em meu quarto pego minha roupa e vou até o banheiro, olho meu reflexo e me pergunto em voz alta:
-Porque Deus? Porque eu existo? Qual o significado disso tudo?
E o silêncio veio à tona, sério? Agora vocês não falam nada?
E lá vem ele, não sei ao certo quem seja, eu nem posso vê-lo, é coisa da minha cabeça, mas algo sempre diz que não.
-Você deveria parar de se cobrar tanto.
Eu respiro nervosa já.
-Pra você é fácil falar né, você tá na minha cabeça, não tem que ir pra merda da faculdade, ir para o trabalho, fala sério você nem sequer existe – o silêncio ensurdecedor fala mais alto que eu, e então lágrimas começaram a rolar, involuntariamente eu começo a soluçar. E em uma cena dramática de filme eu vou devagar ao chão, dou um sorriso besta para mim mesma, porque chega a ser patético eu fazer isso, olho para os meus pulsos, DROGA! Não posso fazer isso, meu celular começa a tocar e eu pensava -Graças a Deus algo me interrompeu- pego o celular e vejo o nome de quem está ligando, e como sempre é ela, Jessica a heroína dos fracassados, protetoras dos nerdolas, uma garota doce e incrível, e pra melhorar a garota mais popular da faculdade, a e leira dos olhos azuis. Sim eu me pergunto todos os dias porque uma garota como ela anda com uma garota como eu, somos o oposto uma da outra chega a ser bizarro. Atendo o telefone, o silêncio toma conta da ligação e então a voz de Jessica ecoa como um anjo cantando em uma sintonia incrível:
-Oi, como você tá? Eu te liguei assim de repente porque você simplesmente saiu correndo do trabalho e nem foi pra faculdade hoje garota, o que está acontecendo? São eles de novo?
Sim ela sabe, é óbvio que ela sabe, ela é minha melhor amiga.
-A não sei, talvez eu precise ser estudada.
-Sim você realmente precisa, você não sai de casa pra nada, a não ser para o trabalho e faculdade, vai viver garota. Você nunca se quer transou menina- eu dou uma risada e ela continua – Falta uns três meses pra você completar 19 anos e você nunca se arriscou de verdade qual foi está com medo é?
-Olha eu só to esperando o momento certo okay?
-Igual nos livros? Cai na real! Isso não existe, é ficção.
-Eu sei Jessica, mas é que acho que não é o momento certo, preciso resolver coisas internas minhas ainda.
-A e você não pode fazer isso com alto dentro de você?
Eu penso um pouco e sinceramente não entendi o que ela quis dizer.
-Eu não acredito Blair, você não entendeu?
-erh...não – digo como se aquilo não fizesse o menor sentido no mundo até que – AH meu deus Jessica, tenha santa paciência mulher que isso, credo!
-Credo não, ai que delícia né – ela riu, sua risada é linda de se ouvir, já fui apaixonada uma época por Jessica mas aí percebi que ela é meio tan tan da cabeça e vi que não iria dar certo vulgo ela é hetero, mas já superei.
-Tenho que desligar, estou no banheiro, e era para eu estar tomando banho já.
-Que isso?
-O que? – falou confusa
-Você só toma banho no sábado lembra? – caímos na risada juntas e eu digo
-TCHAU JESSICA – e desligo o celular.
Depois do banho pego meu livro e me deito na cama para ler, com a luz baixa do abajur acabo caindo no sono.
Estou em um lugar escuro, o silêncio me perturba, porque sei que não estou sozinha, sinto eles estão em todo lugar começam a gritar porque sabem que eu sei que eles estão ali, eu corro o mais rápido possível, percebo que estou em uma floresta a luz da lua começa a aparecer um pouco e vou até a luz, quando penso que estou sozinha ouço ele dizer no meu ouvido "se joga" em um tom baixo o suficiente para me fazer estremecer e de repente estou em um abismo, meu olhos se abrem eu tento me mexer na cama mais não consigo
Vejo alguém na beira da minha cama, ele está de branco olhando diretamente para eu e diz apontando para a minha janela que não sei como está aberta:
-Porque você não acaba com isso logo?
E de repente eu grito, mas o som sai em um tom tão baixo que nem sequer alguém no outro lado da porta ouviria, meus olhos estão cheios de lágrimas e eu estou cansada como se tivessem sugado minha energia e então eu me dirijo a minha janela olha para baixo, vejo minha mãe saindo do carro.
Ouço ela gritar meu nome em um tom de desespero e eu simplesmente caio, tudo parece ir em câmera lenta, minha casa é grande então a queda demora um pouco até chegar ao chão.
Meus olhos se abrem vejo minha mãe chorando em cima de mim, várias luzes vermelhas e azuis e percebo que fracassei mais uma vez, mas eu olho e penso -que bom que não deu certo- não posso simplesmente abandonar minha mãe aqui, ela é tão preciosa para, sempre se preocupa comigo e tenta ao máximo me entender, mas é complicado porque ela é tão fechada, eu sei que ela esconde algo sobre meu pai um dia irei descobrir.
-Mãe...
Ela olha para mim e diz:
-Oi meu amor, vai ficar tudo bem tá bom.
-Me desculpa...
-Está tudo bem – a voz dela falhou e isso me corta o coração, não quero que esta mulher sofra por minha culpa.