CAPÍTULO - 10

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A chuva lá fora ainda continuava forte e não dava sinais de que iria se acalmar. Haviam algumas goteiras no teto do vagão e a quantidade de água que caia através delas era pequena, mas suficiente para permitr a existência dos musgos e fungos, que cresciam e se espalhavam peles bancos e a parede em que estávamos encostados.
O frio ocupava todo o recinto e ter as roupas encharcadas não ajudava em nada.

Me posicionei semi-ajoelhado e ouvi passos, porém eram passos estranhos. Pareciam pertecer à botas de couro e ao mesmo tempo a algum calçado feito de algo metálico. A luz da lanterna tinha sumido, alguém de fato estava lá.

- Já capturei animales en situaciones más complicadas que esta, não esperen que vão sair desta fácilmente - a voz áspera ecoou por dentro do metrô.

A luz da lanterna voltou a ocupar um espaço entre a escuridão do ambiente e lá longe pude ouvir mais barulhos de trovões.

- Bueno, teoricamente isso é contra las reglas del programa - A voz continuou e ouvi um barulho de algo metálico sendo manipulado -, pero en terras salvajes, as leis no tienen sentido, não? - a voz marcada pelo forte sotaque portunhol pertencia a um homem e ele devia estar a poucos metros de nós, talvez no outro vagão, ou pelo menos era isso que parecia.

Em meio a escuridão mesclada a pouca luz que vinha da lanterna do vagão anterior, olhei para o outro lado e vi Pike se levantando aos poucos portando uma arma, talvez fosse um Fuzil M-16. Mirava em direção a voz e concerteza não pensaria duas vezes antes de atirar.
Marta permanecia sentada no chão com a perna esticada por debaixo do banco, mas agora em estado de alerta, segurava uma faca.

- Ok, ok... vocês quieren do jeito difícil, que así seja - o homem mais uma vez falou e dessa vez havia um tom de deboche ainda maior.

Menos de três segundo depois, uma lata contendo um gás foi jogado no nosso vagão, a fumaça rapidamente começou a se espalhar e contra minha vontade acabei inalando um pouco dela, ela não parecia ser tóxica, apenas foi usada como uma forma de agitar o vespeiro.

- Proteja o rosto - Falei para mamãe.

- AGORA !! - Pike gritou e em meio a fumaça de cor branca interpretei aquilo como uma ordem e um chamado.

Me levantei e sem me preocupar se sairia vivo dali ou não, segui correndo ao lado de Pike. Cruzamos a linha da fumaça e em meio ao frio gélido que passeava por dentro do túnel, nos protegemos cada em um dos lados da porta entre os vagões. A voz lá fora percebera o nosso movimento, mas ela havia sumido.
A luz da lanterna tinha sido apagada e mais uma vez a escuridão dominava tudo, ainda consiguia sentir o cheiro da fumaça.

Me levantei e sem me preocupar se sairia vivo dali ou não, segui correndo ao lado de Pike. Cruzamos a linha da fumaça e em meio ao frio gélido que passeava por dentro do túnel, nos protegemos cada em um dos lados da porta entre os vagões. A voz lá fora certamente percebera o nosso movimento, mas ela havia sumido.
A luz da lanterna tinha sido apagada e mais uma vez a escuridão dominava tudo, ainda consiguia sentir o cheiro da fumaça.

Fechei os olhos e só busquei pensar qual seria o próximo passo, Tony havia sumido, a luz da lanterna e a voz também.

Um trovão ainda mais forte
que os anteriores reverberou pelo céu e me lembrei do papai, que contava para a Vic que quando Deus estava furioso com algo que ela tinha feito, ele mandava um trovão como um sinal de reprovação.
Pike saiu de sua posição e seguiu para o outro vagão, avancei em sua dianteira e não tínhamos encontrado nada, parecia estar tudo limpo.

Respirei aliviado por um segundo e logo fui surpreendido por trás, virei-me rapidamente e de fora do metrô, vindo do espaço entre ele e a parede do túnel, o caçador saíra da espreita através de uma das portar laterais. O portador da voz deu um pequeno riso sútil como se tivesse feliz com a situação, levantei minha arma prontamente e só era preciso atirar, eu só precisava apertar o gatilho, tinha que ser agora, Agora.....

TEMPORADA DE CAÇA Onde histórias criam vida. Descubra agora