Capítulo 4 - Hora do abate

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Lucas

- Droga! - É a primeira palavra que sai da minha boca quando vejo a mensagem que Evan havia acabado de colocar nosso grupo de amigos, dizendo que a noite teria um pequeno evento no campus, algo que envolve ONGs e projetos sociais, não dei muita importância para o assunto, mas existe um motivo para eu estar cogitando ir: garotas. – Abro um sorrisinho ao pensar nisso.

Por um momento me pego pensando na garota que conheci mais cedo, tê-la visto falar mal de um dos maiores empreendimentos da minha família, foi estranho, mas era bom não ser bajulado o tempo todo. 

Será que ela estará lá?

Levanto da cama e vou direto para meu closet, que graças a um dos inúmeros funcionários já está devidamente organizado, pego uma blusa polo branca sempre gostei de usar polo, coloco um dos melhores relógios que tenho olho-me no espelho, meu cabelo não está bagunçado ainda. 

Espero encontrar alguém disposto a bagunçar ele hoje à noite. - Penso.


Está quase na hora de começar as primeiras palestras, estou no carro, resolvi vir sem o Jordel hoje. Marquei de encontrar uns amigos perto de uma fonte que tem no meio do campus.

- Nossa, senti esse perfume de longe, sabia que era você chegando. – Escuto meu amigo dizer enquanto finge tampar o nariz e abanar com as mãos para afastar o cheiro do meu perfume, sei que ele está brincando, afinal sou o cara mais cheiroso de Nova York.

- Seu babaca, bem melhor meu cheiro que o seu de roupa suja! - Falo provocando. Miguel é um dos mais recentes admitidos na universidade, entrou no semestre passado. Diferente de Evan e Arthur que já estavam a um tempinho por aqui.

Conversamos um pouco, eu já havia contado sobre como meu pai me colocou a força nesse lugar, mas não perco a oportunidade de falar mais uma vez o quanto o velhote é um pé no saco com as ameaças dele de me deixar sem poder usufruir de uma grana que é minha por direito.

Seguimos para o auditório que estava cheio, pelo o que eu soube inicio de semestre é sempre assim depois as pessoas vão perdendo o interesse. Evan e Arthur sentam em um canto diferente de mim e Miguel que nos sentamos em outro, era até bom, sempre que estamos juntos ficamos rindo com qualquer bobagem.

A reitora começa a testar o microfone, vejo de relance quando ela olha para frente, algumas pessoas seguem o olhar dela, eu sou uma dessas pessoas, e simplesmente não consigo acreditar no que estou vendo.

Ela esta usando um daqueles vestidos que parecem ser simples, mas de simples não tem nada, ele é preto e não é muito curto, mas também não é longo, tem um decote na frente o suficiente para deixar a o pescoço e um pouco mais para baixo bastante amostra, mas o pescoço não estava completamente desnudo, tinha um colar muito bonito o envolvendo.

A garota caminha em passos lentos e por incrível que pareça, ela senta ao meu lado.
Olho para o lado para falar com Miguel que está completamente envolvido em uma conversa ao celular. A garota ainda não notou que sou eu que estou do lado dela, tenho certeza que assim que notar ela vai sair de perto. Dou um sorriso.


- Becca onde você está? Já estou aqui, sim, na terceira fileira, logo depois das fileiras dos professores, estou de preto, ao lado de uma pessoa que está de...

- Branco. – Falo sorrindo.

Eu não tinha intenção de prestar atenção na conversa dela, mas no momento que ela falou sobre a pessoa do lado dela eu automaticamente olhei para o lado.

– Branco. Ela diz com a voz fraca e desliga.

- Lucas! Meu deus quanto tempo! - Ela diz.
- Corta essa, Caroline, sei que você não esta entusiasmada em me ver aqui. – Ela abre um sorriso de leve e ameaça se levantar da cadeira, mas seguro o seu pulso e então ela se senta outra vez.

– E eu deveria estar entusiasmada em te encontrar? Seu babaca.

– Ah, não fala assim, eu realmente estou feliz em encontrar você, já faz um bom tempo...

- Lucas, não começa... – Sinto a sua voz vacilar um pouco.

– Você está uma gata a propósito. - Meu pensamento agora é um só. ­

– Já você está... – Ela para de falar e me encara. – O mesmo babaca de sempre.

– Mas é esse babaca que... – Não consigo terminar a frase, pois uma garota chega na hora e se senta ao lado de Carolina, que se vira para cumprimentá-la. Elas sussurram algo e levantam e somem. Droga!

Explico rapidamente a Miguel quem era a garota e seguimos o restante da noite, Caroline não se sentou muito longe, vejo de longe ela conversando com a amiga, provavelmente falando sobre mim. Em alguns momentos subiram alguns alunos no palco e um desses alunos foi a Carolina, ela falou sobre os projetos que poderiam ser implantados nas ONGs, melhorias e como arrecadar dinheiro, atuação do projeto na faculdade no projeto, ela foi aplaudida várias vezes, ela sempre soube como falar bem, lembro disso na escola. A próxima garota que subiu logo depois dela eu já conhecia muito bem, quer dizer... Não tão bem quanto eu desejava, mas já havia tido o prazer de conversar com ela. Lisa.

Ela também falou sobre umas melhorias que poderiam ser implantadas e comentou algo sobre conquistar novos horizontes.

- Sabe de uma coisa? – Falei. – Quero entrar para esse projeto.

Miguel que estava totalmente alheio ao que acontecia olhou para mim surpreso.

– Sério?

- Sério! E quero o mais rápido possível, onde a gente se inscreve?

– A gente? Perguntou.

- Claro, não está vendo a quantidade de garotas envolvida nisso? Vamos nos dar super bem.

Miguel me olha e responde rápido. – É.

Assim que todos os discursos são finalizados a reitora explica com calma como funciona a atuação da universidade no campo de filantropia e como esse projeto é importante e apresenta ninguém mais que Carolina como coordenadora e representante da Cornell no projeto. Não era possível.

Será que valeria a pena aguentar Caroline 4x por semana só para estar perto da gata da Lisa e mais algumas gatinhas? Olhei rapidamente para Lisa que estava perfeita em um vestido branco cumprido. Com certeza qualquer esforço vale.

Estou na fila para a inscrição no projeto, procuro Miguel com os olhos, mas não o vejo com certeza esse bundão fugiu com medo. Assim que termino minha inscrição dou de cara com a bela morena do vestido branco.

- Oi, você.

- Oi, Lisa. Como vai? – Respondo.

- Muito bem. Você se inscreveu? Achei que filantropia não fazia muito seu estilo.

- Ah, qual é? Fazer caridade é literalmente meu sobrenome. Dou uma risada para quebrar o clima.

- E o rugby? Acho que o senhor caridade não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Ela sorri.

E eu realmente tinha me esquecido do rugbhy e agora?

Três Mundos e Outras CoisasOnde histórias criam vida. Descubra agora