Enquanto andava pela floresta, ela se sentia uma estúpida. Estúpida por ter se deitado com ele... talvez, se tivesse escolhido Elijah, isso não estivesse acontecendo.
Hayley estava cansada de correr e se esconder. Não era de sua natureza fugir, afinal, ela era uma loba e lobos sempre estão prontos para o ataque. Mas, sua situação, naquele momento, requeria cuidados. A gravidez colocava em sua mente o instinto materno de proteção. A criança deveria sobreviver e, por isso, fugir era a escolha mais sensata.
Seus ferimentos cicatrizavam com uma lentidão absurda, o cansaço e a falta de alimentação estavam deixando seu lobo fraco, contudo, até mesmo seu lobo sabia que deveria continuar em frente.
"Apenas continue, só mais um passo", ela ouvia dentro de sua cabeça.
Com esse "só mais um passo", ela já havia pulado cidades e estados inteiros. Sua gravidez milagrosa estava lhe rendendo uma tremenda dor de cabeça. Sua surpresa foi enorme ao descobrir. Como Diabos um vampiro conseguiria engravidar alguém? Mas, nem ela e nem Klaus eram "normais". Ela era uma loba de linhagem pura, ele um híbrido, um híbrido original para ser mais precisa. Qual a maquinação do universo para fazer algo do tipo? Quais eram as chances?
Klaus também desconfiou. "Exames com bruxas"... Ela fez o correto! Estava gerando em seu ventre um pequeno Mikaelson. Klaus deveria ter ficado feliz, correto? Mais um membro naquela família bugada. Mas, não foi bem assim, não.
Os ancestrais mandaram um aviso: "a criança que Hayley carregava seria a ruína dos Mikaelsons, a destruição de Niklaus."
Klaus era maluco e obcecado por poder e apenas imaginar perder o seu império, o deixava possesso. O híbrido passou a perseguir a loba para destruí-la e também a criança em seu ventre.
Hayley fez o sensato, ou seja, fugiu o quanto pode, contando com a ajuda de uma certa vadia original loira, que tinha certeza de que seu irmão estava biruta. Rebekah foi a salvação de Hayley quando a loba ficou presa no quartel. Klaus a mataria naquela noite, mas a vampira a ajudou a fugir e lhe deu também o contato de uma bruxa para um feitiço de ocultação.
Hayley achou a bruxa e conseguiu o feitiço. Ela detestava bruxas, mas era necessário. Depois disso, apenas fugiu. Foi difícil! Na realidade, Klaus era um maníaco egocêntrico e se esconder dele era complicado. Um lobo, uma bruxa ou vampiros a cada esquina. Hayley fez das tripas coração para manter-se viva e salvar seu bebê. Matou dezenas que se colocaram em seu caminho e mataria mais dezenas se fosse necessário. Klaus só encostaria em seu filho por cima do seu cadáver e, morrer para a loba, não era uma opção naquele momento.
A floresta em que se encontrava fedia a lobos.
- Ótimo! - falou a loba - Mais lobos para fugir... - praguejou baixinho ao tropeçar em uma raiz mais elevada de uma árvore.
Um cheiro ocre invadia suas narinas. O fedor metálico impregnava o ar. Algo de ruim tinha acontecido ali, isso era claro. Não era sangue animal, era sangue humano. O mau cheiro de diversas emoções ruins a deixavam zonza e isso era péssimo. Deu poucos passos e avistou o "dono" do cheiro. Era um garoto encolhido em meio às raízes de uma árvore. Hayley se aproximou.
A loba conseguia ouvir o batimento cardíaco fraco e ritmado do jovem, junto a uma respiração lenta. Ela pensou que o garoto deveria estar dormindo, entretanto, levando em conta o cheiro de sangue e medo, ele estava mesmo era desmaiado, ela concluiu. Chegando mais perto, constatou ser um adolescente na casa dos dezoito anos, seu rosto estava machucado e não precisava checar mais para saber que o resto do corpo estava em igual estado. Tocou com as pontas dos dedos a testa do adolescente, estava gelada, porém, a noite não estava tão fria assim, mas ela era loba e ele um humano. O sangue seco em sua roupa demonstrava que ele já estava ali fazia algum tempo. Esse pensamento fez o coração da loba se afundar. O garoto estava sozinho, machucado e no frio. Ele era um sobrevivente assim como ela. Alguém também o havia machucado assim como alguém havia a machucado também.
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Passione
FanfictionTudo na vida tem um propósito. Os caminhos tortos, as decisões erradas, as certas, tudo se encaixa em um determinado ponto. Não existem coincidências ou acaso. Tudo já foi escrito, tudo já foi planejado. Chamem de profecia, chamem de destino ou do j...