P.O.V Kim
Tudo estava branco. A cidade inteira coberta de neve: ruas, prédios, até mesmo alguns caminhões e carros.
Eu sabia que, dadas circunstâncias, esse era de longe o "melhor cenário" na qual nós encontrávamos, mas, pra mim, não tem mais gratificante do que ver aqueles pequenos flocos caindo do céu abaixo da janela do carro.
[...]Meu ponto de visão não muda, não importa o que os outros tentem por em minha cabeça e, assim como naquela vez me encontro sentada, olhando pra janela, admirando a visão que é proporcionada a mim nessa noite de inverno. O diferencial se deve pelo fato de dessa vez eu não está em um automóvel em movimento e sim num quarto. "Meu quarto", melhor dizendo.
Três batidas são depositadas na porta. Suspiro, visto que por ser a única no quarto tenho a obrigação de abrir a porta. Não por querer mas por educação, uma coisa que poucos pais deram prós filhos tendo como ponto de vista a convivência diária com "algumas" pessoas.
Mais três batidas. Desvio meu olhar da janela e desço da prateleira. A passos lentos ando em direção a porta, jogando uma praga no nome do construtor daquele cômodo por não ter feito uma distância maior da passagem de madeira. Suspiro fundo outra vez, destranco a porta e giro a machaneta ao mesmo tempo em que uma reclamação sobre mim está prestes a ser anunciada. Eu a escuto na cara.
- Por que você sempre tranca a porta até mesmo nos momentos de exclusão em que se encontra sozinha aqui? Vamos ter que discutir sobre isso de novo?
Ela da ênfase a palavra "sempre". Como eu disse antes aqui é uma questão de educação, se não pode ter certeza que a resposta tava clara: obviamente que pra caso você chegue mais cedo ou finja sua saída eu não tenha que ser interrompida de fazer as minhas coisas por conta de uma mimada na qual se encontra falando pelos cotovelos de tudo e todos.
Pra sorte dela a mesma passa pela porta no segundo seguinte porque eu juro que se demorasse mais um momento não excitaria em bater a porta em sua cara. As vezes é difícil ter paciência quando se tem alguém como Sugar Collen como colega de quarto. A coisa é que ela nem é tão má assim comparado com a maioria aqui presente.
Nosso dormitório tem uma divisória certinha graças a janela com a prateleira na qual eu estava sentada, então a discussão de "sua parte é maior" não cola aqui. Sugar fica com a parte direita do quarto, a porta do banheiro é do lado dela. Seu canto tem alguns posters de algumas cantoras; a penteadeira é lilás com glitter; sua coxa de cama é um degradê entre lilás rosa e laranja claro; o criado-mudo tem alguns adesivos, e logo encima um abajur em formato de estrela.
Se a parte dela é decorada até demais a minha é tipo o "O" em decoração. Claro, eu coloquei umas fotos na parte superior do criado-mudo e pus um espelho dos grandes na parede mas isso é tudo, praticamente. Nosso guarda-roupa é dividido, infelizmente, embora que se eu tivesse um próprio minhas roupas não ocupariam metade do espaço que ele proporciona.
O cabelo de minha colega de quarto é branco, seus olhos um âmbar forte; ela é parda e sua personalidade não condiz com o nome. Meus fios são marrons e tem leves toques de coloração ruivo; um dos meus olhos é vermelho escarlate enquanto o outro é tipo um rosé aroxanhado; tenho algumas sardas no rosto e minha pigmentação é um pouco mais clara que a da senhorita Collen.
Faço essa alusão porquê, de alguma forma, quando ela se desfaz da xuxinha alguns dos muitos fios amarrados descem e preenchem seu cabelo por inteiro. Parece mágica pois eu sempre me hipnotizo quando Sugar faz isso isso
A mesma entra no banheiro logo em seguida. Volto ao normal quando a porta se fecha e ouço a chave girando. Suspiro novamente dessa vez por isso ser um pouco hipócrita já que quando é comigo meu direito de trancar algo é nulo.
Abro uma gaveta do criado-mudo e retiro um livro de capa vermelho, sem título. Deito na cama logo em seguida me preparando pra uma longa leitura.
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Frozen kingdom; Reign that freezes like ice
Fantasy[tradução: Reino gelado; reinado que congela como gelo] - Acontece que magia nem sempre é coisa de criança... . A princípio WonderVanille nem sempre foi do jeito que é agora, e kimbler Cordelly foi uma das poucas que conseguiu vivenciar o final de...