࿓ PRÓLOGO

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A doce energia vibrante que a chuva me causava, me deixava preso na imagem de prédios grandes, luxuosos e empresas com nomes gigantes no mundo inteiro mas, quando eu mudava a minha visão da passagem para o cômodo do meu escritório já caindo aos pedaços, me sinto totalmente diferente de quando a deslumbra do mundo a fora me encantava. Era difícil ser um jovem ômega com pensamento diferente dos demais da minha espécie, nenhum dos outros sucumbia ao trabalho ou o mundo da responsabilidade, pelo contrário, eles preferiam a mordomia e o luxo dos próprios pais ou maridos ricos.

É, eu sinto muita inveja, até demais.. Mas, não havia como não sentir uma tremenda inveja dos meus colegas da faculdade, pois enquanto eles tinham dinheiro para pagar as bolsas de estudo, eu infelizmente tinha ganhado uma por conta que a mamãe havia dormido com o diretor da faculdade. Não tenho orgulho da mãe que eu tenho, mas, esta é a vida que ela escolheu para si , e se é assim que ela quer viver o resto de sua vida, que seja, a escolha é totalmente dela.

Suspiro e seguro a ponta do alumínio da colher com a ponta dos dedos, mexendo no líquido amarronzado enquanto eu bufava para o nada sem motivos. O barulho dos dois objetos diferentes batendo um contra o outro, me deixava super incomodado, mas permaneci os movimentos circulares e logo a retirei, colocando em cima do guardanapo branco com alguns desenhos de rosas.

Apesar do designer da minha cafeteria ser exuberante, não significava que tudo que eu esbanjava era verdadeiramente verídico. Para falar a verdade, eu estava cheio de dívidas e entre várias destas, uma eu corria sérios perigos se eu não pagar a tempo.

Eu realmente não sabia no que estava me metendo quando pensei descartar a idéia de pagar o homem, pois eu me encontrava perdido e sem rumo ao estar dentro de uma van com diversos alfas loucos para me devorar, literalmente. Eu temia muito e o meu corpo demonstrava isso muito para eles, nem o meu aroma de puro medo que eu soltava pela van, conseguia esconder isso.

O pior desta situação é que a cada dobrada que a van dava entre as estradas, eu não conseguia ver nada e muito menos ouvir bem, pois eles tiveram até a audácia de tampar meu rosto com aqueles panos negros e horríveis.

Não sei se sinto ódio ou medo..

Talvez os dois.

De repente o veículo para e um barulho alto de tiros me causa sobressaltos, eu estava a ponto de me mijar nas calças caso eu o veja.

Sempre soube que este homem era um alfa extremamente desumano e sem coração, e que não poupava uma alma viva que atravessasse o seu caminho, matando pessoas que resolveram não lhe pagar ou que acabaram lhe roubando. As fofocas sobre o seu trabalho e a sua personalidade rodeava a cidade, mas ninguém nunca conseguiu ver como é as suas verdadeiras feições, só o que a polícia colocava em cartazes pela cidade.

Mas ainda assim, eu tinha quase a certeza de que a sua aparência não deve ser algo agradável.

- Garoto.. Esta surdo? Saia já para fora, desta merda! - Uma voz rouca e pontente gritou rente a mim, me causando mais medo, o meu corpo encolhia a cada bufada de ar que o alfa jogava em meu rosto.

Estava muito frio e isso só multiplicava a minha tremedeira, aposto que antes de eu chegar até o chefe, vou acabar desmaiando no caminho.

Relutante em sair do veículo, sinto uma força me puxar para fora com brutalidade, quase me derrubando no chão, por pouco isso não acontece, mas só graças a um deles que decidiu intervir e pelo seu aroma, deduzir ser um beta.

- Cuidado, seu imbecil.. Se acabar machucando ele, o chefe vai sumir com você e não é da maneira mais passiva. - A voz do beta que dizia estas palavras tão naturalmente, me parecia muito familiar, mas eu não me recordo da onde.

Na cafeteria entra muitos betas, alfas e ômegas, praticamente de todos os lugares, algo que seria muito impossível de eu saber quem é quem ou conseguir distinguir a voz.

Ao perceber que já estava andando, sinto um cheiro esquisito e forte adentrar em minhas narinas, mas eu não tinha um olfato perfeito para saber qual cheiro era este. Então permaneci em silêncio enquanto eles me arrastavam pelo caminho e cada vez que eu erguia os pés para caminhar, enquanto mais se andava mais longe parecia que o local ficava. De repente a minha impaciência sobre a demora cessou ao pararmos e um barulho alto de porta se abrir, deixando mais claro aquele cheiro forte.

- Chefe, chegamos com o seu presente! - Ouço o beta indagar ao meu lado, sorrindo soprado e me empurrando para frente.

- Deixem ele aí e se retirem! - Mesmo sem poder ver ele, era possível deduzir que ele deve ser alguém alto e forte, pois a sua voz grossa e alta denunciava isso.

Para o meu desespero, sinto alguém se posicionar atrás de mim, logo após ouço as portas se fecharem.

- Eu sinto o seu medo.. Cada vez mais e mais forte! - Ele proferi novamente, me deixando petrificado no lugar.

O tecido preto que estava até outrora tampando minha visão, foi retirado lentamente e com cuidado, aos poucos a minha visão se adaptava com a claridade do ambiente, mas não era tão nítido o cômodo. Estava escuro e com uma lâmpada apenas iluminando os móveis, quase não dava para ver as coisas ao meu arredor.

- Então, é esta belezinha que esta perturbando o meu irmão? - Outra voz se fez presente no cômodo e pelo jeito ele já estava ali faz tempo, só esperando o momento certo para abrir a boca.

- O q-que? - Sem evitar, gaguejei ao questiona-lo, algo que me arrependi depois.

- Olha, o ômega não se recorda da divida gigantesca que tem conosco. - O beta sorri e só agora eu soube que era ele atrás de mim.

Mas se era ele que estava ali, cadê o outro?

MÁFIA NEGRA | TAEGI 🐺 [ EM ANDAMENTO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora