Capítulo 23

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ELIA MARTEL

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ELIA MARTEL

A dornesa não sabia quanto tempo já estava nas mãos do Baratheon, dias? Talvez já tenha passado uma lua? Ela não poderia chutar, muito menos agora. Sua condição piorou ━ e ingênua como era, ela imaginou que as coisas não poderiam piorar. Elia, agora mais do que nunca, sabia que essa sua gravidez não iria futura pois ela se encontraria em uma situação precária. A comida que lhe serviram não eram as melhores, a dornesa não bebeu água para se hidratar, apenas cerveja com sabor de morte e, às vezes, muito raramente lhe davam um vinho (amargo demais para seu paladar, mas ela não podia reclamação pois era claramente a melhor coisa que eu estava ingerindo). Elia poderia dizer que já estava familiarizada com o frio, mas seria uma grande mentira.

Sua pele estava mais pálida do que ela poderia imaginar ━ ou será que aquela mão era de outra pessoa?
Por já ter tomado leite de papoula mais vezes do que gostaria, Elia sabia que quase sempre estava sobre o efeito do remédio. Por isso ela tinha noção de que, em alguns momentos, poderia estar delirando, em total vareio.

Em dado momento tudo pareceu parar, apenas escuridão. Elia sentiu seu corpo enfraquecido, mas ainda tinha força. No entanto, a força física não era maior que a força interior. Elia sabia que ainda vivia, mas para ela já havia morrido a muito tempo.

E com o pouco de energia que ele restava ela abriu os olhos. O teto não parecia em nada com o navio decrépito em que embarcou, não havia o maldito cheiro de sal, a iluminação estava amena e o desconforto da cama, do ambiente envolvente úmido e, principalmente, do equilíbrio do navio que a deixava enjoada. Tudo estava desaparecido. Definitivamente, não estava no navio! Um sinal de alerta apitou na mente de Elia que se sentou na cama exageradamente confortável para seu gosto, o que foi uma péssima ideia uma vez que sua cabeça latejou e por um momento quase ficou inconsciente.

Seu corpo caiu de volta para cama e por mais que fosse bastante aconchegante seus ossos e músculos não deixaram de reclamação pela força que seu corpo caiu.

━ Pelos deuses! ━ exclamou uma voz feminina.

Elia mal teve tempo de olhar para a pessoa, pois a mulher correu pela escuridão com a única fonte de luz presente naquele recinto. Bom, foi isso que a princesa pensou até um forte trovão soar tão perigosamente que parecia que destruiria as paredes grossas ━ que Elia viu ao ser clareado pelos raios do relâmpago. Mesmo que ainda estivesse desnorteada o bastante para análises, ela estava consciente o suficiente para somar um mais um e constatar que estava em um castelo, mas não em nenhum castelo. Ela estava simplesmente em Ponta Tempestade!

"Até onde irei para encontrar a minha morte? Até onde Robert Baratheon irá me levar?"

Ponta Tempestade parece ser óbvia demais para ser seu destino final. E naquele momento ela só queria ter sido mais fraca fisicamente, se seu corpo não tivesse lutado tanto ela teria morrido no navio.

O barulho da porta destrancando chamou sua atenção, a mesma mulher voltava, mas não estava só. Com o barulho das correntes e o andar lento provou ser um meistre.

━ Olá princesa ━, o velho curvou-se educadamente para Elia ━ Como está se sentindo?

A mulher sentiu-se cansada e extremamente triste, mas não conseguiu chorar por mais que tentasse. Mas disse apenas uma coisa, muito provavelmente, a única coisa que ainda a mantinha viva nesse inferno:
━ Meus filhos, onde estão meus bebês?

O homem não sabia se poderia dizer algo do que acontecia no reino para a mulher, mas ele se compadeceu da princesa e lhe disse o que sabia.

━ Me trouxeram notícias de que o rei e a rainha voltaram para Porto Real, mas os netos do rei foram levados para Pedra do Dragão.

A notícia, por parte, deixou Elia contente. Seus filhos respondem longe da loucura do rei, mas a deixaram triste pois não terão sua avó e tio para eles fazerem companhia. Mas um detalhe lhe chamou a atenção, o meistre não citou Rhaegar. Mesmo curioso, ela não queria tocar no nome dele, ainda mais quando ela estava em frequente perigo por culpa dele.

━ Sente alguma dor? ━ o meistre disse novamente.

━ Me responda meistre e seja breve ━, ela disse enquanto se apoiava em seus cotovelos bambos ━ eu perdi meu bebê?

━ Não se preocupe, o bebê está intacto. A gravidez está em um estado bem arriscado, mas é uma criança forte com uma mãe mais forte ainda. ━ o meistre felicitou.

Outra gravidez de risco? Primeiro veio Rhaenys, que a deixou num estado deplorável, depois Aegon que quase a matou. Este bebê certamente foi a sua morte.
Mas apesar disso ela não queria perdê-lo, mas pior seria se ela concebesse essa criança ainda nas mãos de Robert. Ele seria um refém dos Baratheon assim como ela é agora, e se ela morresse no parto seu bebê sofreria nas mãos deles sem amparo algum da mãe. Ela precisa ir embora o mais rapidamente!

━ Ahn... bem, princesa é Pipa, se precisar de alguma coisa é só pedir a ela. ━ ele disse se levantando da cadeira e curvando-se novamente.

Ele saiu rápido demais para um homem com aquela idade e com tanto peso sobre o pescoço, seu olhar voltou-se para Pipa, que a olhou ansiosamente. Ela era jovem, deveria ser uns cinco anos mais velha que Elia, seu sorriso era caloroso para aquelas paredes frias e seu corpo rechonchudo era belo para os olhos de Elia. Pipa era uma mulher agradável de olhar e aparentemente agradável para estar também.

━ Você tem família Pipa? ━ Elia pediu apenas para não ficar só olhando para uma mulher.

━ Sim meu sen... princesa! Perdoe-me princesa. ━ suas bochechas pálidas ganharam cor. Elia achou alegre e chamou depois de muito tempo.

━ Não precisa se desculpar.

A mulher parecia se aproximar mais dela, mas não passou da direção das mãos de Elia. Ficou ali quieta olhando para a janela onde as vezes dava alguns relâmpagos.

━ Parece curioso... ━ Elia deduziu.

━ Não quero incomodar princesa, e a senhora precisa descansar. ━ Ela disse ao se levantar.

━ Já fiquei tempo demais inconsciente, e o meistre disse que se eu precisasse de algo era só eu pedir a você. E nesse momento, quero conversar. ━ Elia finalizou com um sorriso fraco.

A mulher abaixou-se perto de onde a cabeça de Elia estava, com seus olhos brilhando e bochechas rosadas.

━ Como são os... ━ ela parou, e em um suspiro ela curvou-se para alguém do outro lado.

━ Finalmente acordou, pequena víbora. ━ a voz do dono dos seus pesadelos foi ouvida por todos no aposento como sussurrada, mas tão clara quanto o sol.



Notas finais: Me perdoem pelo atraso, quero dizer que apesar da minha vida estar tranquila (mesmo que só recentemente) eu estou batendo a cabeça para continuar a escrever ao menos esse livro (porque eu amo demais a princesa Elia). Mas estou com um terrível bloqueio criativo e até mesmo não me sinto motivado a escrever, mesmo amando os seus comentários — sério me divirto muito! (°◡°♡)

E como não quero me cobrar demais, ou soltar capítulo em dia aleatório, voltarei a postar somente nos sábados. E mais uma vez, me perdoem!

𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐮𝐧𝐝𝐚𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora