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Jungkook

O dia de hoje foi um inferno. Um inferno que recebi de braços abertos, mas, ainda assim, um inferno. Jamais
esperava ver Jinin quando cheguei em casa do aeroporto.

Eu tinha inventado uma mentira simples: meu namorado ia passar a semana do Natal fora de casa. Minha mãe reclamou um pouco, mas não fez
muitas perguntas nem questionou a minha história.

Ela estava empolgada – e surpresa, na verdade – por eu ter alguém na minha vida. Acho que tanto ela como meu
pai esperavam que eu fosse ficar sozinho para sempre.

Mas, até aí, eu também.

Acho engraçado, de um jeito meio louco, não conseguir ficar um segundo sem pensar nesse menino, sendo que três meses atrás só queria ficar sozinho.
Nunca soube o que estava perdendo e, agora que sei, não posso deixar isso escapar.

Mas tem que ser com ele; não importa o que eu faça, não consigo tirá-lo da cabeça.
Tentei evitar, tentei esquecê-lo, tentei seguir em frente… e foi um desastre.
A loira simpática com quem saí no sábado à noite não era Jimin. Ninguém é capaz de substituí-lo.

Podia até se parecer com ele, e se vestir
como ele. Ficou vermelha quando falei palavrão, e pareceu ter um pouco de medo de mim durante o jantar.
Era uma pessoa legal, mas meio sem graça.
Faltava aquele fogo de Jimin – não me repreendeu pelos palavrões, nem disse nada quando coloquei a mão em sua coxa no meio do jantar.

Sabia que só estava saindo comigo para satisfazer alguma fantasia de pegar
um bad-boy na véspera da missa de domingo, mas tudo bem, porque eu também a estava usando. Estava usando
aquela loira para preencher o vazio que Jimin deixou.

Para me distrair do fato de que Jimin estava em Seattle com o babaca do Trevor. A culpa que senti quando a
beijei foi esmagadora. Eu me afastei, e vi o constrangimento se mostrar naquele rosto inocente.

Praticamente corri para o carro, largando a menina no restaurante.
Sento de novo e fico observando a pessoa por quem estou desesperadamente apaixonado dormir.

Vê-lo em casa, com suas roupas na máquina de lavar, o apartamento limpo e até a escova de dente no banheiro…
me deu um pouco de esperança. Mas todo mundo sabe o que as pessoas dizem sobre a esperança.
Ainda estou me agarrando à pequena chance de que ele possa me perdoar.

Se Jimin acordasse agora, certamente iria gritar ao me ver de pé tão perto dele
enquanto dorme.

Sei que preciso pegar leve. Dar um pouco de espaço para ele.

Ter esse tipo de sentimentos, e me comportar dessa maneira, é uma coisa desgastante para mim, e não sei como lidar com isso.
Mas vou descobrir – tenho que dar um jeito de corrigir as coisas.

Ajeito uma mecha solta do cabelo macio que caiu sobre seu rosto e me esforço para me afastar da cama e voltar para a minha pilha de cobertores no chão de cimento, que é o meu lugar.

Talvez consiga dormir esta noite.

😍

Votem e comentem bastante, por favor!
Boa leitura.

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora