V Anjos De Prata

29 3 1
                                    

Os raios Matinais do sol e o belo piar dos pássaros fazem com que o meu corpo se desperte do sono em que eu estava.

Por mais que meus olhos estejam fechados, eu sei que estou acordada.

Tive uma das piores noites da minha vida, e gostaria de descansar um pouco mais, mas devido a claridade, eu sinto o meu corpo a se esquentar. Minhas tentativas para continuar a dormir são inúteis, eu preciso me levantar.

De forma calma, eu apoio as minhas duas mãos ao chão, mantendo o meu dorso levantado, e as minhas pernas deitadas sobre a grama. abro os meus olhos e dou uma breve olhada no local aonde estou.

Estou no meio da floresta. Há um círculo de pedras ao chão com cinzas dentro, indicando resquícios de uma Fogueira, E logo do outro lado eu consigo ver um cenário esplêndido de enormes montanhas nevadas acompanhadas de longas florestas de Pinheiro

,eu vejo um enorme Lobisomem, esse que está a vestir uma camisa Branca Danificada, assim como as suas calças pretas, que devido os buracos do tecido, parte de seu pelo acaba por ficar exposta, além de toda a sujeira de terra no tecido. Esse é Fenrir, porém ele está de costas a mim.

Ele está sentado ao chão, a fazer alguma coisa na qual eu não consigo ver, mas eu o escuto a fazer sons de mastigação, e então a primeira coisa que vem em minha mente séria que Fenrir está comendo das minhas Coisas.

Esse pensamento faz o meu corpo despertar, e então abro bem os meus olhos e rapidamente fico de pé, deixando todo o cansaço ir embora. Ainda parada em pé, eu olho desesperadamente pelo acampamento, a procura da minha cesta, e eu acabo encontrando-a praticamente do meu lado.

Eu pego a minha cesta e a abro, e como uma rápida Verificação, parece que nada desapareceu da minha cesta, tudo pelo menos parece estar em ordem. As carnes, queijos, vegetais, pães, dinheiro...

Não me restou muitas opções, a não ser perguntar para o próprio.

Fenrir ainda se mantém sentando de Costas a mim. Consigo escutar Fenrir se alimentando, ele é muito barulhento quando está comendo, o que deixaria qualquer um Incomodado, mas por ser tratar de um Lobisomem, ouvir isso me deixa na verdade é assustada, chegando a me dar alguns estímulos para me lembrar de todas as histórias de Lobisomem em que pessoas foram torturadas e mortas por essa espécie horrenda.

Lentamente eu me aproximo da grande fera cinzenta com pavor em meus olhos.

Sinto o meu coração a bater mais rápido a cada passo que eu dou.

Lentamente, eu coloco a minha mão sobre o cabo do meu machado, para que caso ele for me machucar, eu consiga tirar rápido da bainha e ataca-lo.

e após alguns passos sorrateiros eu pergunto:

- o que você está fazendo?

Fenrir rapidamente vira a sua cabeça para mim, mantendo Expressões de Susto e surpresa em seus olhos. Mas o que me chamou mais atenção, é o fato de que seu Focinho inteiro está manchado com Sangue, deixando-o inteiramente Vermelho, assim como as suas duas mãos que foram mergulhadas no escarlate.

E em sua frente, eu consigo ver os restos de uma Raposa. O animal estava com rasgos e marcas de mordidas no corpo inteiro, e também pedaços totalmente arrancados, tendo toda a sua carne, todo o seu sangue, e todas as suas vísceras expostas.

Ver essa cena faz eu querer vomitar. Eu perco totalmente o meu equilíbrio e acabo caindo com a minha bunda no chão. Meu corpo está tremendo, eu nunca vi um animal em essas condições, é algo tão grotesco, nojento e cruel, que me faz querer chorar!

Escuto Fenrir dando a sua última engolida em quanto eu o ouço dizer:

- Astrid!? E-eu Posso Explicar!


Histórias De Inverno (A Chapeuzinho Vermelho e o Lobo)Onde histórias criam vida. Descubra agora